sábado, 11 de novembro de 2017

Resumo Sociologia 3º médio ETIP (3º trim)

Aula 1. Um breve perfil da população afro-brasileira.

·         A população brasileira é miscigenada desde o período colonial, mesmo assim há o reconhecimento oficial da existência de várias raças, embora este conceito seja considerado ultrapassado e substituído pelo conceito de etnia, que envolve a origem e a cultura de cada povo.

·         Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o povo brasileiro está classificado racialmente da seguinte forma:
o   Brancos – 47,51%
o   Pardos – 43,42%
o   Pretos – 7,52%
o   Amarelos – 1,10%
o   Indígenas – 0,42%
o   Outros – 0,03%

·         Se reunirmos os pretos e os pardos, o número passa de 50% de pessoas da raça negra, no entanto, mesmo sendo maioria, eles possuem menos oportunidades na sociedade:

o   Educação: Os negros representam 38% dos que frequentam uma universidade, menos de 28% deles se formam e menos de 20% dos que se formam obtém um título de mestre ou doutor, numa pós-graduação.
o   Renda: Os negros representam apenas 16% do 1% mais rico, no oposto, os negros correspondem a 75% dos 10% mais pobres.
o   Representação social: Os negros ocupam apenas 20% da Câmara dos deputados. No Senado são apenas 7 entre 81 (8,6%). No poder judiciário, apenas 15,4% dos magistrados são negros.
o   Violência: Segundo o Mapa da violência 2015, 74% do total de pessoas assassinadas por armas de fogo no Brasil eram negras. Os negros são as principais vítimas em ações policiais.

·         É contra as diferenças estruturais entre brancos e negros que são propostas ações afirmativas – medidas institucionais, públicas ou privadas, que objetivam oferecer igualdade de oportunidades e de tratamento a qualquer grupo social discriminado.

·         No Brasil, uma das principais ações afirmativas é a reserva de cotas raciais.

Aulas 2/3. Afro-brasileiros: a questão das cotas raciais e os grupos étnicos.

·         As cotas raciais são a reserva de vagas em instituições públicas ou privadas para grupos específicos classificados por etnia, na maioria das vezes, negros e indígenas. Surgidas na Índia na década de 1930, as cotas raciais são consideradas, pelo conceito original, uma forma de ação afirmativa, algo para reverter o racismo histórico contra determinadas classes étnico/raciais.
  
·         A primeira lei de cotas é referente à educação e leva em conta tanto a cor quanto a condição social do aluno. A lei nº 12,711/2012 sancionada pela presidente Dilma Roussef, beneficia negros e indígenas. Estabelece que todas as universidades federais devem reservar 50% de suas vagas para estudantes que tenham cursado o Ensino médio em escolas públicas, as vagas destinadas a negros e indígenas obedecem o percentual desses grupos em cada estado.

·         Em 2014, foi sancionada a lei 12,990/2014 que reserva cotas de 20% para negros nas vagas de concursos públicos para cargos da administração federal e de empresas publicas.

·         O critério para definição da raça é a auto declaração do candidato.

·         Apesar de muitos considerarem as cotas como um sistema de inclusão social, existem controvérsias quanto às suas consequências e constitucionalidade em muitos países.

·         Argumentos a favor das cotas raciais:
o   Corrigir a dívida histórica por séculos de exploração.
o   Minimizar as diferenças raciais e socioeconômicas que sempre existiram no Brasil
o   O abismo existente entre escolas públicas e particulares fornecem, claramente, oportunidades distintas a estudantes de classes sociais diferentes.
o   Os cotistas não ganham as vagas de graça, mas tem que disputa-las, ou seja, só os melhores alunos conseguem as vagas.

·         Argumentos contrários às cotas raciais:
o   A pessoa não pode ter privilégios por causa de sua ancestralidade.
o   Não podemos responsabilizar os brancos de hoje pelo que os brancos do passado fizeram.
o   Um país é justo quando qualquer um, não importando a cor ou a origem, possa perseguir seus sonhos através do fruto de seu trabalho.
o   Se só existe a raça humana, por que o governo promove a identificação racial de seus cidadãos?

·         O racismo existente na sociedade brasileira se processa em diversos níveis: cultural, econômico, político e até moral.

·          Grupo étnico é compreendido como uma coletividade que partilha valores, costumes e uma memória comum, que nutre uma crença subjetiva numa origem, imprescindível para a definição da “comunidade de sentido”, existindo ou não laços de sangue.

·         Deve-se ter em conta que as singularidades da cada etnia não são fixas, são convenções sociais que podem mudar de acordo com a situação e o momento histórico vivido.

Aulas 4/5. Xenofobia e globalização.

·        Definição: Xenofobia significa aversão a pessoas ou coisas estrangeiras, o termo tem origem grega e pode se caracterizar como uma forma de preconceito.

·        Nem todas as formas de discriminação contra minorias étnicas, diferentes culturas ou crenças podem ser consideradas xenofobia. Em muitos casos são atitudes associadas a conflitos ideológicos, culturais ou políticos.

·         No mundo capitalista globalizado, parece haver um aumento da intolerância social, devido principalmente à oposição entre ricos e pobres e às migrações quase que em massa para os países ricos.

·         Existem dois tipos de movimentação popular internacional:
·         Migrante: qualquer pessoa que muda de região ou país de moradia, pode ser voluntário, por motivos de trabalho, estudo ou família ou forçado.

·         Refugiado: pessoa que muda de região ou país tentando fugir de guerras, conflitos internos, perseguição (política, étnica ou religiosa), violação dos direitos humanos desastres ambientais, epidemias.

  • Conforme relatório da O.N.U., existem no mundo cerca de 60 milhões de pessoas desalojadas por guerras ou perseguições.

  • Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália e países da Europa ocidental vivem sob grande pressão migratória e tomam medidas para restringir a entrada maciça de imigrantes, entre elas: fiscalização de fronteiras, de portos e de aeroportos, aumento das exigências legais, construção de muros e barricadas.

  • A maior parte das migrações ocorre dentro do próprio país ou entre países com a mesma matriz cultural, a proximidade da língua, da cultura e da religião são questões levadas em conta para a mudança. Além disso, o custo da viagem também influencia: viagem, estadia, documentação (passaporte e visto).

  • Análise de casos:

1.    EUA/México – Todo ano, cerca de 500 mil latino-americanos tentam entrar ilegalmente nos EUA, aumentando consideravelmente o contingente de 12 milhões de imigrantes ilegais. Um enorme muro, com sofisticados equipamentos de segurança, construído a partir de 2006 separa cerca de 40% da fronteira de 3,1 mil Km entre os EUA e o México.

2.    Europa ocidental/Norte da África – A União europeia endurece a cada dia a legislação contra a imigração de africanos e de asiáticos do Oriente médio, crescem a detenção e repatriação de ilegais, aumentam os mecanismos de controle. Por exemplo, em 2009, mais de 4.000 estrangeiros foram barrados no aeroporto de Madrid, na Espanha, incluindo 873 brasileiros. Cresce o conceito de Imigração seletiva, que leva em conta apenas as necessidades de mão de obra, selecionando quem pode ou não entrar no país através da qualificação profissional.
Situação crítica: em Ceuta e Melila, no norte da África, foram construídos altos muros de 3 a 5 metros de altura e com arame farpado e a ilha italiana de Lampedusa.

3.    Ásia/Japão e Austrália – Fuga de pessoas em busca de melhores condições de vida e de trabalho e refugiados (Tibet, Coréia do norte, Camboja e Indonésia).

4.    Países africanos/África do sul – A África do sul é considerada uma ilha de prosperidade entre as nações pobres da região, desde o fim do apartheid em 1994, mais de 1,8 milhões de estrangeiros migram para o país, aumentando significativamente as taxas de desemprego, criminalidade e de violência num país ainda dividido entre brancos e negros.

·        O fluxo de migração sempre teve as mesmas motivações: melhores condições de vida, novas oportunidades de trabalho, mais liberdade cultural e fuga de guerras, fome e desastres naturais.

·        Não podemos esquecer que as diferenças de etnias, raças e crenças existem muito antes da implantação do capitalismo, porém, o avanço capitalista tem contribuído para o aumento de um sentimento de repulsa.

·        Essa repulsa vem disfarçada de defesa da nação e dos bons costumes, rotulando estrangeiros pobres como inferiores, como se ao colocar a culpa dos problemas sociais em outra etnia fosse resolver as diferenças sociais brutais do capitalismo selvagem.

·        Critérios para definir a nacionalidade:

o   Nacionalidade dos pais biológicos – Mais usado na Europa, gera problemas com os descendentes nascidos no país.
o   Local de nascimento – Se os pais não estiverem em trânsito, vale para os filhos. Usado no Brasil.
o   Processo de naturalização – Leva em conta a ascendência, podendo ou não ser aceita pelas autoridades.

Aula 6. A juventude e as diferenças das gerações.

·        A partir da segunda guerra mundial as novas gerações foram recebendo denominações específicas de acordo com suas características, as divisões se referem à década de nascimento, as crianças nascidas em:

o   (1950/1960) – Os Baby-boomers, a geração da TV – Este termo é usado como referência aos filhos do “baby boom”, explosão demográfica pós-segunda guerra, que ocorreu na América do norte, Austrália e Europa ocidental. A ascensão da televisão moldou o comportamento desses jovens, desenvolveram sua própria cultura, criaram seu estilo próprio, é a era do jazz e do rock and roll. Surgem os ideais de liberdade, feminismo, os hippies, os pacifistas e revolucionários que queriam mudar o mundo.
Fatos – Início da guerra fria, guerra da Coréia, revolução cubana; no Brasil, o suicídio de Vargas, a Petrobrás, construção de Brasília.

o   (1960/1970) A Geração X, a geração da guerra fria – Esta geração é conhecida por romper com os hábitos das gerações anteriores, valorizando a sexualidade, a individualidade e a liberdade, descrentes da política e preocupados com o meio ambiente, surgem os Beatles, os Rolling Stones, Pink Floyd, disco music. No Brasil, a era dos festivais de MPB e do tropicalismo.
Fatos – Crise dos mísseis, guerras no Oriente médio, movimentos estudantis, guerra do Vietnã; no Brasil, regime militar, AI-5, festivais de música.

o   (1980/1990) – A Geração Y, a geração digital – Esta geração acompanhou a revolução tecnológica desde pequenos, computador, internet, celular. É uma geração mais crítica e mais independente, não aceitam explicações simples e óbvias, são questionadores, multitarefas, imediatistas e empreendedores. Estão sempre conectados em busca de informações. Música pop (Michael Jackson, Madonna), heavy metal e grunge, no Brasil, o pagode, o axé, o rap e o hip-hop.
Fatos Guerra Irã-Iraque, queda do muro de Berlim, fim da União soviética, da guerra fria e do apartheid, início da globalização. No Brasil, Diretas já, redemocratização, Collor, Plano Real.

o   (2000/2010) – A Geração Z, a geração virtual – É uma geração eternamente conectada através de dispositivos móveis e preocupada com a ecologia e o respeito ao meio ambiente, A noção de grupo passa a ser virtual, eles não se prendem a nenhum lugar, não são fiéis a marcas e são grandes consumidores de Aplicativos para celulares e tablets, surge a cidadania digital. Música eletrônica e raves, multiplicação de estilos,
Fatos – Atentado terrorista às torres gêmeas, crise econômica, o crescimento da China, fundamentalismo islâmico; no Brasil, governo Lula, aumento da corrupção, movimentos populares, pré-sal.

·        Esta classificação não é absoluta e nem exatamente demarcada, pois jovens de uma geração podem manter comportamentos da anterior, com a multiplicidade cultural, vemos pessoas de várias gerações coexistindo, nem sempre de forma harmônica, gerando alguns “conflitos de gerações”, alguns especialistas nomeiam as crianças nascidas a partir de 2010 como uma nova geração: a geração Alfa, ainda a ser estudada. 

Aula 7. Cultura e periferia: conceitos e preconceitos.

·        É comum ouvirmos a utilização do termo cultura em referência somente à arte e ao acúmulo de conhecimento, enquanto o significado mais amplo da palavra dá conta de que cultura é sinônimo dos modos de vida de um povo e, portanto, é produzida por todas as pessoas em sua interação.

·        Cultura é tudo aquilo que é resultado da vida social, da aprendizagem; tudo aquilo que você adquire da sociedade é cultura.

·        É uma visão etnocêntrica que gera essa ideia de só conceber a sua visão e seus próprios valores como válidos, vendo o diferente como desigual e inferior. Essa visão gera uma incapacidade de lidar com as diferenças e as desigualdades.

·        A cultura produzida na periferia das grandes cidades engloba não só o campo artístico, mas também um campo social. O funk, o pagode, o rap, o hip-hop são manifestações artísticas típicas das vilas, das favelas e dos conjuntos habitacionais populares.

·        O próprio conceito de periferia mudou com o tempo, pois hoje se refere não só às áreas mais distantes da cidade, mas as regiões esquecidas e abandonadas pelo poder público.

·        A espaço periférico é oposto a um ideal urbano vivenciado pelas camadas privilegiadas da população, é também visto como um problema; essa visão fez surgir o conceito de enclaves fortificados, aonde as classes economicamente mais altas se isolam do resto em condomínios fechados de alto padrão.

·        A periferia é sempre lembrada por suas ausências, pelo que não tem.

·        Na década de 1990, começaram a ganhar visibilidade nas periferias o funk e o hip-hop. Essas manifestações culturais espantaram a sociedade por seu caráter hedonista, de busca de prazer, de violência e de contestação ao sistema.


·        O funk e o hip-hop tem por origem a black music dos E.U.A. da década de 1960, surge como música associada às classes inferiorizadas pelo sistema, como um apelo à identidade dessas classes consideradas periféricas.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Resumo Sociologia 2º médio ETIP (3º trim)

Aula 1. Sociologia política.

  • Sociologia política =  É a parte da sociologia que faz a análise dos fenômenos políticos a partir de seus condicionantes sociais. Parte do pressuposto de que o comportamento social não é natural.

  • Mas, o que é política? Como fazer política?

  • Política = Esfera da sociedade em que diversos grupos lutam entre si para interferir nas decisões das autoridades administrativas.

  • Fazer política = Militância partidária, votar nas eleições, participar de sindicatos e assembleias, passeatas e protestos, abaixo-assinados; notar que se desinteressar por política também é uma forma de fazê-la, desde que seja feita de uma forma consciente, como um protesto por exemplo.

  • POLÍTICA É O CONFLITO DE INTERESSES.
 GOVERNO ---------- administra, organiza ------------ SOCIEDADE
 SOCIEDADE--------- exerce influência----------------- GOVERNO


Aula 2. O sistema político brasileiro.

  • O Brasil se constitui como uma República Federativa presidencialista, ou seja, é uma federação de estados cujo presidente é o chefe de estado e de governo.

  • No Brasil há a divisão de poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.


1.    O Poder Executivo ( em ago/2017):

                                         FEDERAL----------ESTADUAL------------MUNICIPAL
 


                                        Presidente-----------Governador-------------Prefeito
Quem governa:             Michel Temer----------Geraldo Alckmin-------Paulo Serra
 


                                    Presidente da câmara---Vice-governador------Vice-prefeito
Quem substitui:            Rodrigo Maia--------------- Márcio França--------Luiz Zacarias
 


                                   23 ministros de------------25 secretários--------18 secretários
Quem auxilia:                  estado +
                                    5 secretários


2.    O Poder Judiciário:

                         * Supremo Tribunal Federal (STF)
FEDERAL        * Tribunal Superior: da Justiça, do trabalho, eleitoral, militar.
 


                         * Tribunais regionais
ESTADUAL      * Tribunais de justiça estaduais (TJE)
 


                         * Fóruns cíveis/criminais
MUNICIPAL     * Juntas eleitorais.                            

 



Aulas 3. O Poder legislativo brasileiro

  • Municipal:
 


* Câmara dos vereadores ( ente 9 e 55 vereadores).          
* Eleitos para um mandato de 4 anos, sem limites para reeleição.
     * São Paulo (55 vereadores), Santo André (21 vereadores).
          * Leis do município, nomes de ruas, datas comemorativas, postos
                                        de saúde, creches,….
                           

  • Estadual:
 


* Assembleia Legislativa (entre 24 e 94 deputados estaduais).            
* Mandato de 4 anos, sem limites para reeleição.
     * SP = 94 dep. est./ RJ = 70 dep. Est./ AC = 24 dep. Est.
          * Leis estaduais, escolas de ensino fundamental e médio, pedágios,
                                       Hospitais, empresas.
                            
  • Federal:
 


* Senado Federal: Representa as Unidades da federação.                                                    3 senadores por estado e distrito federal.
        81 senadores com mandato de 8 anos.
      * Câmara dos deputados: Representa o povo brasileiro.
              Número proporcional a população.
              Entre 8 e 70 deputados federais.
              Mandato de 4 anos, sem limites para reeleição.



          Número de deputados federais por estado:
        
          SP  -  70         * Notar que os 6 maiores estados possuem juntos 52,6%
          MG -  53            dos deputados.
          RJ  -  46                        
          BA  -  39         * A proporção de deputados não é exata, Roraima tem 1 deputado
          RS  -  31           para cada 34.000 eleitores, enquanto São Paulo tem 1 deputado
          PR  -  30           para cada 433.000 eleitores.  
          PE  -  25
          CE  -  22

OBS: No âmbito federal há duas casas legislativas para garantir que todas as unidades da federação tenham condições de participar das decisões, senão os estados menores não conseguiriam ter peso político significativo.
                                              


Aula 4. O longo caminho para se aprovar uma lei no Brasil.

  1. Projeto de lei –
    •   Pode ser proposto por qualquer cidadão brasileiro, devendo ser apresentado ao congresso por um dos deputados ou senadores em exercício.
    • Podem ser projetos de :
      • Leis ordinárias – Leis comuns aprovadas por maioria simples.
      • Leis complementares – Leis que regulamentam/completam leis já existentes, aprovadas por maioria absoluta.
      • Emendas à constituição – Propõem alterações na lei maior do país, aprovadas por 3/5 do congresso.
    • A Constituição brasileira permite o projeto de lei popular, que pode ser apresentado por 1% do eleitorado nacional (em 2014, 1.428.220) em pelo menos cinco estados com no mínimo 0,2% em cada um.

  1. Comissão parlamentar –
    •   Grupos temáticos que analisam a viabilidade, a abrangência e a constitucionalidade do projeto.
    • Existem atualmente 20 comissões permanentes, por exemplo: educação, saúde, transportes, impostos, economia, cultura, justiça, comunicações,…

  1. Votação no plenário –
    • Após a aprovação do projeto nas comissões vai para a análise dos parlamentares e para a votação no plenário.
    • Índices para aprovação:
      • Leis ordinárias/complementares – Deve ser aprovado uma vez em cada casa legislativa por maioria simples ou absoluta.
      • Emendas à constituição – Deve ser aprovado duas vezes em cada casa legislativa, aprovadas por 3/5 do congresso.
    • Em caso de alterações no texto da lei, recomeça o trâmite, voltando para a análise dos parlamentares, caso seja aprovado segue para o presidente.   
Obs: Maioria simples: ½ +1 dos parlamentares presentes à sessão.
         Maioria absoluta: ½ + 1 de todos os parlamentares.

  1. Sanção presidencial –
    •  O presidente da República analisa o projeto que pode:
    • Ser aprovado - Vira lei após a publicação no Diário Oficial da União.
    • Ser rejeitado – Total ou parcialmente, neste caso, o projeto volta para o Congresso que analisa o Veto presidencial, podendo derrubá-lo com 2/3 do total de votos. ( atualmente, 342 dep. Federais e 54 senadores).

·         Após todo este caminho, a lei ainda precisa ser divulgada pelos grandes meios de comunicação, mais acessíveis e, mesmo assim, não se tem garantias de que a lei vai “pegar”. Existem leis que mesmo aprovadas ficam aguardando a regulamentação, ou seja, normas específicas de como deve ser aplicada a lei.

Aula 5. Os direitos civis, políticos e sociais.

  • Em uma sociedade organizada aonde a cidadania é praticada, todos têm direitos, deveres e meios de participação, podemos distinguir três grandes tipos de direitos:

o   Direito civil – Estabelece as condições legais que regem as relações sociais, refere-se à pessoa, à família, aos bens e à sua forma de aquisição, aos contratos. Exemplos: Liberdade de ir e vir, liberdade de expressão, direito de defesa, ...
o   Direito político – Ligado à participação popular no exercício do poder político. Exemplos: Votar nas eleições, filiar-se a um partido, acompanhar o trabalho dos candidatos eleitos.
o   Direito social –   Refere-se às condições necessárias para manter a qualidade de vida dos cidadãos.

o   Direitos sociais garantidos pela constituição brasileira: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados.

·      Os direitos civis, sociais e políticos foram conquistados ao longo de séculos, sendo a maioria deles conquistada no século XX por meio da pressão de movimentos sociais e de trabalhadores

·      No Brasil, o Estado teve um papel fundamental na garantia desses direitos, muitos deles cedidos pela “bondade” dos governantes colocando a população na dependência dos líderes políticos.  

Aula 6. Marx, Weber e a cidadania.

·         Segundo Marx, a cidadania é parte integrante da emancipação política, pois a política é, em sua essência, uma forma de opressão. 

·         A chamada sociedade civil tem suas raízes nas relações econômicas, no ato de compra e venda da força de trabalho pelos proletários, sendo que este ato puramente econômico produz necessariamente a desigualdade social.

·         A produção de desigualdade social é uma tendência crescente no sistema capitalista, a vida sob o domínio do capital se torna alienada, manipulada, os que têm capitais controlam os que não têm.

·         Marx prega a eliminação completa do capital em todas as suas categorias, só assim se consegue a emancipação humana, numa sociedade assim, nem é preciso cidadania, pois todos seriam iguais em direitos e deveres.

·         Max Weber defendeu que a origem das cidades modernas da Europa se deu a partir de um movimento de cidadãos, profissionais que se reuniam em guildas, corporações, associações e ligas comerciais.

·         Esses novos grupos econômicos se sublevaram contra o poder da nobreza de sangue, lutando de forma unitária para tomas o poder, garantindo a união e a coesão social.

·         Para Weber, a luta da burguesia pelo poder acabou por garantir a expansão de alguns direitos civis, políticos e sociais. 

·         A cidadania para Weber é o conjunto de ações sociais resultantes da luta pelo poder, a oposição com a nobreza e o clero fez valer a ideia de universalização dos direitos humanos.

Aula 7. Juventude e participação política.

·         A cidadania é determinada pela participação política, social e econômica das pessoas de uma comunidade.

·         A participação política se dá através de voto, militância partidária e sindical, participação em manifestações e de várias outras formas.

·         Existem duas grandes dimensões de participação política:

o   O poder de escolha diante de eleições, plebiscitos e referendos.
o   O controle social do Estado, fiscalizando a atuação das pessoas eleitas.

·         Quando se fala da participação dos jovens na política brasileira, costuma-se questionar usando um já conhecido argumento: As gerações anteriores, que vivenciaram a luta contra a ditadura eram muito mais politizadas e revolucionárias que a atual geração. Esta ideia se transformou num verdadeiro estigma.

·         Hoje, as formas de participação e de atuação se multiplicaram , vão além das formas tradicionais como o movimento estudantil e a política partidária. Essas mudanças transformaram as possibilidades de praticar a cidadania, logo não podemos acusar a atual geração de apática, pois muitos participam de outra forma.

·         Os jovens têm capacidade e energia suficientes para assumir ou para mudar os valores e as práticas em constante construção da configuração social.


Aula 8. Cidadania digital e as redes sociais.

·         A cidadania digital é a capacidade para participar das várias esferas sociais através do universo virtual, estando on-line, conectado com tudo o que acontece.

·         A utilização da internet trouxe benefícios significativos para a participação democrática. Nesse sentido, os cidadãos digitais são aqueles que utilizam a rede em busca de informações políticas. São aqueles que fazem parte de uma sociedade verdadeiramente global

·         Uma das principais características dessa sociedade digital é a desterritorialização, ou seja, a cidadania não se restringe a um território, a uma cidade ou a um país, ela não conhece fronteiras.

·         O exercício cívico atual deixou de estar ligado apenas a questões políticas e econômicas, passa a girar em torno de questões sociais como a luta contra a pobreza, a preservação ambiental ou a paz social.

·         Enquanto os meios de comunicação tradicionais como TV, rádio e jornais são unidirecionais, as redes sociais são bidirecionais, ou seja, você não é só o receptor, mas também o emissor de notícias e de informações com um alcance global e instantâneo.

·         O processo de organização das manifestações é muito bem articulado pelas redes sociais, com a internet, as convocações ocorrem de forma imediata e simultânea para vários grupos sociais.

·         Outra importante característica presente é a ausência de lideranças, tornando estes atuais movimentos completamente diferentes de outras épocas.

Aula 9. A situação das mulheres no mundo e no Brasil.

·         Dados estatísticos da situação da mulher no mundo:(Fonte – ONU/the world’s women 2016)

·         População mundial:
o   Homens   – 50,4%
o   Mulheres – 49,6%

·         Expectativa de vida:
o   Homens  – 68 anos.
o   Mulheres – 72 anos. 

·         Participação na força de trabalho:
o   Homens  - 77%
o   Mulheres – 50% 

·         Participação política feminina:
o   No legislativo – 22%
o   Chefes de governo – 19 

 ·         Países governados por mulheres em maio de 2017:

o   Europa – Alemanha, Reino Unido, Croácia, Escócia, Kosovo, Lituânia, Malta, Noruega, Polônia, Suíça, Estônia.
o   América – Chile.
o   Ásia – Bangladesh, Nepal e Taiwan.
o   África – Libéria, Namíbia e ilhas Maurício.
o   Oceania - Ilhas Marshall.

·         População brasileira:

o   Mulheres  – 51,4%
o   Homens   – 48,6%

·         Dados estatísticos da violência contra a mulher no Brasil:

·         Número de homicídios femininos:
o   Em 1980 –  1353.
o   Em 1990 –  2585.
o   Em 2000 –  3743.
o   Em 2010 –  4465.
o   Em 2013 –  4762 ( em média 13 por dia).

Aula 10. Mulher: igualdade, diversidade e respeito.

·         No Brasil houve avanços significativos na área dos direitos das mulheres, principalmente na Constituição de 1988, porém ainda encontramos a discriminação, seja ela trabalhista, familiar ou afetiva.
·         Um dos grandes problemas é que as diferenças naturais, biológicas passam a ser vistas como desigualdades, tornando as mulheres vulneráveis à exclusão social.

·         Essa exclusão surge nos âmbitos político, econômico e social, tendo desdobramentos nas áreas da cultura, educação, trabalho, políticas sociais, etnia, identidade e outras.

·         As relações entre homens e mulheres, ao longo dos séculos, mantém caráter excludente e preconceituoso, deixando a mulher em condição de inferioridade. Até mesmo os ideólogos burgueses do século XVIII destacaram a inclinação natural das mulheres para o lar e para a educação das crianças.

·         A educação, seja a informal doméstica ou a instrução escolar, contribui para manter as bases da exclusão e da violência contra a mulher.

·         É a partir de detalhes que essa imagem de inferioridade vai sendo construída: brinquedos infantis (carrinho X boneca), estereótipos (azul X rosa), piadas, apelidos e ofensas (chamar um garoto de mulherzinha). 

·         Dessa forma, vão sendo atribuídas personalidades padronizadas para homens e mulheres, gerando a necessidade da existência de um ser frágil, dócil e submisso para justificar o poder do outro, forte, agressivo e dominador.

·         A cultura brasileira é historicamente patriarcal e machista, gerando uma situação de desigualdade difícil de enfrentar.

·         É necessária a desmontagem de um esquema construído numa lógica patriarcal que dificulta a percepção de mundo, tornando a desigualdade algo “natural”. 

·         A proposta de desconstrução é a de desmontar a lógica das oposições binárias do pensamento tradicional, evidenciando que estas são construções históricas, podemos começar com pequenos gestos e atitudes positivas, rejeitando qualquer rótulo de inferioridade feminina, isto como um primeiro passo rumo à igualdade de gênero.