segunda-feira, 26 de maio de 2014
Resumos Filosofia 3º médio 2014 (2º trim)
Aula 1. Introdução à Estética.
• Estética: Do grego “aisthesis”, que quer dizer percepção sensível. É a ciência que estuda o belo e as artes.
• Conceitos:
o Sensibilidade – Capácidade de sentir e de perceber de forma sensível a realidade que nos cerca.
o Beleza – Qualquer coisa que provoque um prazer sensível, prioritariamente visual.
o Juízo de gosto – Capacidade de julgar algo belo.
• As qualidades das coisas são objetivas, as formas de perceber e de valorar são subjetivas
• Problema: Quais são os critérios que usamos para julgar algo ou alguém belo?
• Exemplos: valor material, utilidade, perfeição, prazer,…
• Concepções de arte:
o Artes e ofícios – Conjunto de procedimentos que permitem produzir algo, utilidade técnica. por exemplo: a arte médica, artesanato,…
o Belas artes – Têm por objetivo produzir e/ou representar a beleza. Utilidade de admirar algo belo. Por ex: música, pintura, …
• As sete artes clássicas:
o Pintura, escultura, poesia, música, teatro, dança e arquitetura (depois, o cinema).
Aula 2. A reflexão estética.
• “ O artista é aquele que fixa e torna acessível aos demais humanos o espetáculo de que participam sem perceber.” (Merleau-Ponty, França, 1908-1961).
• Pólos da atividade artística e principais características:
o AUTOR: Inspiração, ideia, sensibilidade e criatividade.
o OBRA DE ARTE: Mediação, representação, provocação, beleza.
o PÚBLICO: Contemplação, sensibilidade, entendimento, juízo de gosto.
• Questões relacionadas às características de cada parte envolvida na atividade artística:
o Que tipo de sensibilidade um artista deve ter ao criar uma obra de arte?
o Uma obra de arte contém beleza em si mesma, independente do público?
o Ao admirar uma obra de arte o que é mais importante? A sensibilidade ou o entendimento?
• A Criatividade pode ser entendida de duas formas:
o Senso comum - Dom especial, inato ao gênio criador.
o Psicologia/Filosofia – Capacidade de reestruturar o modo de compreender as coisas.
• Critérios para julgar uma ideia criativa: abrangência, novidade, relevância.
• A partir da criação da fotografia, do cinema e mais tarde da TV, surgem novas linguagens que subvertem as normas tradicionais, tornando mais difícil diferenciar o que é e o que não é arte.
Aula 3. Os grandes temas da Estética.
• A Estética, ou filosofia da arte possui três núcleos principais de investigação:
1. A relação entre Arte e Natureza.
• Nesta relação podemos entender a arte como:
o IMITAÇÃO – A arte imita a natureza. (Aristóteles).
A arte submissa à realidade e às regras.
O valor está na reprodução fiel ao original.
o CRIAÇÃO – A arte liberta-se da natureza.
A obra deve expressar sentimentos e emoções.
O valor está na inspiração, na originalidade e na genialidade.
o CONSTRUÇÃO – A arte subordina, determina a natureza.
A arte dá novos significados à realidade.
O valor está no sentido cultural, social.
2. A relação entre Arte e os seres humanos.
• Nesta relação podemos definir a arte como:
o CONHECIMENTO – A Arte como revelação da verdade.
É a via de acesso ao Universal.
Objetivo: conhecer algo ou direcionar uma atividade.
o ATIVIDADE PRÁTICA – Produção baseada no raciocínio.
É a forma mais sublime da técnica.
Objetivo: produzir algo.
o SENSIBILIDADE – Percepção que agrada desinteressadamente.
É a perfeição da sensibilidade.
Objetivo: a fruição prazeiroza da beleza.
3. Finalidades e funções da arte.
o FUNÇÃO PEDAGÓGICA – Meio para a educação moral da sociedade.
Fonte de inspiração religiosa.
Função de crítica social e política.
o ARTE COMO EXPRESSÃO – Revelação e manifestação da realidade.
Mostra outras dimensões do real.
É uma unidade simbólica e alegórica.
Aula 4. O pensamento político de Nicolau Maquiavel (1469-1527).
• Viveu intensamente os conflitos políticos de sua época, foi chanceler e embaixador de Florença numa Itália dividida em vários reinos e principados.
• Sua principal obra é “o príncipe” (1513-1516), que basicamente é um manual sobre como se deve governar as massas.
• Maquivel parte da política real de seu tempo, não da ideal.
• Críticas às ideias:
o Fundamento da política – Deus, a natureza ou a razão.
o Objetivos da política – O bem comum e a justiça.
o A boa política se faz com um príncipe virtuoso.
• Principais ideias:
o Não se pode contar com a boa vontade do homens, pois todos são egoístas e ambiciosos.
o A política é um fim em si mesmo.
o Se puder exerça o bem, mas deve-se saber usar o mal quando necessário.
o O objetivo da política é a tomada e a manutenção do Poder.
o A política é a lógica da força (virtú – virtude).
o “Os fins justificam os meios.” (finalidade principal: a estabilidade política).
o Maquiavel separa política de ética e direito.
o Sua filosofia expressa a realidade interna do poder.
o Governar é fazer acreditar.
Aula 5. A filosofia política de Thomas Hobbes (Inglaterra, 1588-1679)
• Formado em Oxford, esteve exilado na França durante a ditadura de Crownwell, conheceu Galileu, foi contemporâneo de Descartes e secretário de Francis Bacon.
• Sua principal obra: “O Leviatã”, publicada em 1651.
• Hobbes reuniu ideias do Racionalismo e do empirismo, partilhava do mecanicismo, rejeitando explicações metafísicas.
• Conceitos importantes:
1. Estado de natureza – Condição dos homens anterior á formação da sociedade civil.
2. Direito natural – É a liberdade que cada homem possui para usar seu próprio poder para a preservação de sua vida.
3. Estado – Homem artificial formado pela união de uma multidão em uma só pessoa, um soberano que representa a união das vontades da multidão.
• Teses de Hobbes:
1. Os homens são por natureza iguais, tem os mesmos desejos, procurando superar-se reciprocamente, tornando-se egoístas e violentos, capazes de qualquer coisa para conseguir seus objetivos.
2. No estado de natureza a vida humana é miserável, pois não há garantia nenhuma de sobrevivência e nem da satisfação dos desejos, é a guerra generalizada de todos contra todos. “O homem é o lobo do homem.”
3. A única maneira de garantir a vida humana e a satisfação pessoal é através da renúncia dos homens ao direito natural em favor de um poder suficientemente forte para garantir os pactos.
4. A sociabilidade humana não é natural, só é alcançada através de um pacto ou contrato em que a multidão confere força e poder absoluto a um soberano, com o objetivo de assegurar a paz e a prosperidade do grupo, formando assim o estado (o Leviatã – monstro bíblico).
• As teorias de Thomas Hobbes serviram de base para o Absolutismo europeu, muitos monarcas viram em suas ideias a justificativa racional para a centralização excessiva do poder em suas mãos.
Aula 6. As ideias políticas de John Locke (Inglaterra, 1632-1704)
• Viveu na Inglatera durante o conturbado século XVII, períiodo de governo da dinastia Stuart, neste período ocorre a guerra civil, o governo de Cronwell e a revolução gloriosa.
• Todo o século XVII ficou marcado pelos constantes conflitos entre a autoridade real e a autoridade do parlamento, além de conflitos religiosos entre católicos e protestantes.
• Principal problema político enfrentado por Locke = dar legitimidade às aspirações da burguesia ao poder político contra a influência da nobreza e do clero.
• Principais obras: Carta sobre a tolerância, os dois tratados sobre o governo civil e o ensaio sobre o entendimento humano.
• Conceitos:
1. Estado de natureza – Condição dos homens anterior á formação da sociedade civil, os homens nascem livres e iguais, todos tem o poder de punir os que forem contra o direito natural. ( este poder é necessário, pois os homens tendem a beneficiar a si mesmos e aos seus amigos e parentes).
2. Direito natural – Os homens tem naturalmente o direito a vida, a liberdade e a propriedade; estes bens necessários são válidos desde que sejam conseguidos através do trabalho, ou seja, o trabalho é a origem e o fundamento da propriedade.
3. Estado – Formado a partir de um contrato ( ou pacto) entre homens livres e iguais criando uma força coletiva para a execução das leis naturais.
• Para Locke as funções do Estado são:
1. Garantir o Direito natural, em especial a propriedade. ( esta ideia dá origem ao Liberalismo, nele o Estado deve respeitar a liberdade econômica dos proprietários).
2. Servir de árbitro dos conflitos da sociedade civil através da lei e da força.
3. Garantir a liberdade de consciência, ou seja, de pensamento, incluindo aí a tolerância religiosa.
• Esta teoria acaba por transformar o soberano no agente executor da soberania do povo, que tem o direito de se rebelar contra um eventual governo tirano.
• As ideias de Locke influenciaram os iluministas da Revolução francesa e os revolucionários norte-americanos que lutaram pela independência dos E.U.A.. Suas teses estão na base das democracias liberais.
Aula 7. A teoria política de Jean-Jacques Rousseau (Genebra, 1712-1778)
• Nasce na Suíça em uma família protestante, sua mãe morreu no parto e seu pai o abandonou aos dez anos, passa a levar uma vida errante, seu maior prazer eram os livros.
• Conviveu com os filósofos franceses Condillac e Diderot e com o inglês David Hume.
• A partir dos 45 anos começa a manifestar sinais claros de desequilíbrio mental ( mania de perseguição), escreve suas obras com enorme carga emocional.
• Principais obras: Discurso sobre as ciências e as artes, Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens, Nova Heloísa, Emílio, O contrato social.
• Conceitos e idéias:
1. Estado de natureza – É um estado de plena felicidade, aonde os homens vivem de forma pacífica e independente, praticando uma bondade natural (idéia que deu origem ao mito do bom selvagem).
2. Para Rousseau, a corrupção humana começou com o advento da propriedade privada e com a instituição da sociedade. A sociedade em geral é marcada pela insegurança e pela violência, por causa das disputas por riquezas e poder.
3. A solução deste problema seria a realização de um contrato social, aonde os homens renunciariam ao seu poder em favor da Vontade geral, que é a união das vontades individuais em torno de interesses em comum.
4. Estado civil – É uma associação de homens livres formando um corpo coletivo, moral, que obedece as leis que prescreve para si mesmo. O governo nada mais é do que a expressão física desta vontade geral.
5. Segundo Rousseau, só a soberania popular é absoluta, perfeita e legítima. Porém, para que a população possa exercer este poder de forma adequada precisa necessariamente ser instruída, logo, no Estado de Rousseau, a educação exerce um papel fundamental.
Resumos Filosofia 2º médio 2014 (2º trim)
Aula 1. Os filósofos pré-socráticos.
• Segundo os historiadores, a filosofia começou na Grécia no início do século VI a.C., nas colônias gregas da Ásia menor (atual Turquia), Tales de Mileto foi considerado o primeiro filósofo.
• A filosofia nasceu como uma Cosmologia, ou seja, com o conhecimento racional da ordem do mundo ou da natureza.
• A pesquisa filosófica na Grécia antiga se fazia através de “escolas”, que nada mais eram do que grupos de pensadores que compartilhavam ideias, dúvidas e costumes, em um verdadeiro centro de investigações.
• As cinco mais importantes escolas filosóficas da antiguidades eram:
1. Escola Jônica:
o Tales de Mileto – A água é a origem e a matriz de todas as coisas, tudo é um.
o Anaximandro – A substância primordial é o Ápeiron (infinito, indefinido), lei universal de justiça.
o Anaxímenes – O ar é o que move o mundo, transformações das coisas por condensação e rarefação.
o Heráclito de Éfeso – O mundo é um eterno devir, o fluso eterno de mudanças contínuas.
2. Escola Eleática:
o Parmênides de Eléia – O ser é, o não ser não é; distinção entre verdade e aparência.
o Zenão de Eléia – Nega a multiplicidade e o movimento, argumentos do absurdo, infinita divisibilidade.
o Melisso de Samos– O ser é infinito, incorpóreo e imutável, ele nega a experiência sensível.
3. Escola Itálica ou Pitagórica:
o Pitágoras de Samos – A substância das coisas é o número, a ordem é a perfeição.
o Filolau de Crotona – A forma geométrica das partículas determina a diversidade dos elementos.
4. Os físicos da pluralidade:
o Empédocles de Agrigento – O princípio do real é múltiplo, os quatro elementos, o amor une, o ódio separa, amor e ódio são forças cósmicas.
o Anaxágoras de Clazômenas – Há um princípio inteligível que é a causa da ordem do mundo, tudo é formado por partículas elementares (sementes).
5. Os atomistas:
o Leucipo de Mileto – O real é composto pela união e separação dos átomos, regida por uma razão necessária.
o Demócrito de Abdera – O ser é pleno, o não-ser é vazio, defende a ética e a felicidade, o respeito por si.
Aulas 2/3. Sócrates de Atenas (470 – 399 a.C.).
• Filho de um escultor (Sofronisco) e de uma parteira (Fenarete). As ocupações dos pais tiveram influência na sua atividade filosófica.
• Viveu durante o “Século de Péricles”, idade de ouro de Atenas. Aonde a democracia era o regime político vigente. Com a democracia direta, a função dos oradores na Ágora era fundamental.
• A principal função da educação grega era preparar o indivíduo para a vida pública, tornando-o um cidadão capaz de discutir sobre as questões da cidade.
• Os Sofistas eram professores de eloquência, bem remunerados, que se propunham a ensinar aos jovens o uso correto e hábil da palavra, não se importando se o que se falava era ou não verdadeiro, o objetivo era aprender a convencer os outros com suas ideias.
• Um dos mais importantes sofistas foi Protágoras de Abdera, cujo lema era: “O homem é a medida de todas as coisas.” Ou seja, são os seres humanos que inventam as verdades, logo ela é totalmente relativa, os valores humanos passam a ser meras convenções sociais.
• Ciência e missão de Sócrates:
o Xenofonte, um grande amigo de Sócrates fez uma consulta ao Oráculo de Delfos, perguntando: Qual o homem mais sábio de toda a Grécia? A resposta do Oráculo foi: Sócrates é o mais sábio.
o Ao saber disso, Sócrates estranhou a resposta: como posso ser sábio se tudo o que sei é que nada sei?
o Decide então investigar os atenienses para compreender a fala do Oráculo, questiona as pessoas que se julgam sábias e com maestria incomum, derruba argumentos e falsas ideias, demonstrando que os outros também não sabiam de nada, pois eles supõem saber algo que não sabem.
o Com ironia, Sócrates mostra às pessoas que elas ignoram a verdade, isso gera ódios e rancores contra ele. Os jovens da época entusiasmavam-se com esta prática.
o Sócrates se considerava encarregado da missão de despertar os homens para o conhecimento de si mesmos, sua pesquisa buscava descobrir a essência das virtudes e dos valores morais, buscava a verdade do conhecimento.
• O método socrático:
o Sócrates acreditava que a filosofia se faz através do diálogo, ele utilizava um método bem específico de dirigir suas investigações, constava de dois passos:
o A Ironia – Com o objetivo de eliminar as falsas opiniões, acabando com a ilusão de sabedoria.
o A Maiêutica – Parto de ideias, construção de novas ideias pelo diálogo.
• O julgamento de Sócrates:
o Com o passar dos anos, a atividade socrática passou a incomodar pessoas importantes de Atenas, em 399 a.C. foi levado a julgamento sob a acusação de corromper a juventude e de não acreditar nos deuses que a cidade acreditava.
o Durante o julgamento, narrado por Platão no texto: “a defesa de Sócrates”, o filósofo argumenta ao seu modo habitual, mas não consegue convencer a maioria da Assembléia e é condenado por uma margem pequena de votos.
o Condenado, é convidado a propor sua pena, ao que ele responde ser merecedor de prêmios e não de castigos, pois tornava os atenienses pessoas melhores.
o Sócrates foi condenado à morte por envenenamento com cicuta, aguardando a execução, ele se recusa a fugir, dizendo ser contra os seus princípios.
Aulas 4/5. Platão de Atenas (428 – 347 a.C.)
• Discípulo de Sócrates desde os 20 anos.
• Crítica à democracia ateniense após o julgamento de Sócrates.
• Escreveu 34 diálogos e 13 cartas, a maioria dos diálogos tem Sócrates como personagem principal.
• O conhecimento sensível é fonte de erro devido à natureza imperfeita, instável e corruptível da matéria.
• Os objetos e as ações humanas são limitados, não chegam a contemplar as ideias plenas e perfeitas.
• Platão divide a realidade em dois níveis:
1. O mundo sensível - material, cópia imperfeita
2. O mundo inteligível - Ou mundo das ideias, o reino das formas, o ser.
• Platão utiliza mitos e alegorias para demonstrar suas teorias, em seus diálogos três mitos são destacados:
o A alegoria da Linha dividida.
o O mito de Er, ou a teoria da reminiscência.
o O mito da caverna.
1. A alegoria da linha dividida:
2. O mito de Er, ou a teoria da reminiscência:
• Este mito, relatado no livro X da "República", conta a história de Er, um guerreiro que após morrer em batalha obteve permissão para voltar à vida, contando aos vivos o que se passava no além.
• Segundo ele, as almas passavam por um processo aonde poderiam escolher a vida que teriam na Terra, após a escolha, esta era gravada na alma, tornando-se assim o destino desta alma, após isso era necessário passar pelas águas do rio Lethe, para esquecer a escolha feita.
• Platão utiliza este mito para explicar nossa passagem pelo mundo das ideias e como não podemos fugir das consequências de nossas escolhas, devemos pois escolher sempre o bem.
• Como consequência disso, para Platão, conhecer é lembrar-se das ideias plenas e perfeitas que já contemplamos um dia, quando estivemos no mundo das ideias.
3. O mito da caverna:
• Um dos mitos mais conhecidos de Platão é o da caverna, segue abaixo um desenho com os elementos básicos do mito.
• Uma possível interpretação dos elementos:
o O cativo - somos nós, o senso comum.
o As sombras – a realidade física, aparente.
o O muro e os fantoches – a manipulação da realidade aparente.
o O fogo – a fonte artificial da realidade aparente.
o O mundo exterior – a verdadeira realidade, o mundo das ideias.
o O sol – é a ideia do bem, a fonte da verdade.
o O liberto – representa o filósofo, aquele que tem a coragem de olhar para outra direção, buscando a verdade e não se deixando guiar pelas sombras.
• O mito, ou alegoria da caverna representa o difícil caminho rumo ao conhecimento verdadeiro; libertar-se do mundo sensível e contemplar as ideias do mundo inteligível são as difíceis missões do filósofo, encarregado de ensinar essa tarefa aos homens.
Aulas 6/7. Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.) – Vida e obra.
• Nasce na Macedônia, poderoso reino ao norte da Grécia.
• Ingressa na Academia platônica aos 17 anos, foi aluno de Platão por 20 anos, um dos mais brilhantes.
• Morte de Platão em 347 a.C., Aristóteles sai da Academia por discordar dos rumos que a escola estava tomando.
• Aos 41 anos torna-se preceptor do jovem Alexandre Magno, filho de Felipe II, coroado rei sete anos depois.
• Em 335 a.C. funda o Liceu em Atenas, o nome é uma homenagem ao deus Apolo.
• Produziu escritos de Lógica, Metafísica, Ética, Política e de várias outras áreas (economia, poética, física, história, matemática, biologia, psicologia,...)
O caráter sistemático e rigoroso de suas idéias o tornou a grande autoridade filosófica e científica dos medievais, ele era “o filósofo”, o construtor de uma teoria universal e permanente.
• PRINCIPAIS IDEIAS:
• A realidade é uma só, as formas das coisas são imanentes, ou seja, estão dentro delas, fazem parte da sua natureza.
• A Substância é o ser, é a realidade permanente.
• Devir (fluxo) :
Potência – Possibilidades reais. (ex: o mármore)
Ato – Realização de uma ou mais possibilidades. (ex: a estátua)
• A teoria das quatro causas:
o Material – A matéria física. Ex: a madeira/ os remédios.
o Formal – A idéia da forma. Ex: a forma da mesa/ o tratamento.
o Eficiente – O botão de“start” Ex: o marceneiro/ o médico.
o Final – A finalidade do ato. Ex: a utilidade/ a cura.
• A causa final de toda a realidade é o 1º motor. (se verificarmos a causa das coisas, e depois disso as causas destas causas e assim por diante, chegaremos até o infinito: a causa da causa da causa..... ; isto não é possível, logo deve haver uma primeira causa para tudo).
• O conhecimento para Aristóteles:
FORMAS SENSÍVEIS --- SENSAÇÃO --- MARCA --- FANTASIA, MEMÓRIA, EXPERIÊNCIA
O conhecimento sensível é base para o conhecimento inteligível.
Resumos Filosofia 1º médio 2014 ( 2º trim)
Aula 1. Ética e moral.
• Em nossa vida vivemos ou presenciamos certas situações que nos afetam profundamente, como por exemplo:
o Nos indignamos com atos injustos.
o Sentimos vergonha, remorso ou culpa por um ato impulsivo.
o Nos emocionamos com atos de sacrifício, de heroísmo ou de dignidade.
o Sentimos horror diante da violência extrema.
• Todos esses sentimentos exprimem nosso senso moral.
• Senso Moral: É um sentido interno do que seja bom ou mau, certo ou errado; todas as pessoas o possuem, independente de sua índole.
• Porém, existem situações que não apenas provocam sentimentos, mas exigem uma postura, uma decisão de nossa parte, como por exemplo:
o Uma pessoa querida está com uma doença incurável, vivendo por máquinas e sofrendo dores intoleráveis.
o Uma adolescente carente descobre que está grávida e não tem condições financeiras, físicas e nem emocionais para cuidar do filho.
o Um funcionário de uma grande empresa descobre que seu chefe, a pessoa que o contratou está roubando a firma, desviando dinheiro e cobrando propina dos fornecedores.
• A pergunta que se coloca nas três situações descritas acima é: o que fazer? Desligar ou não os aperelhos? (eutanásia) Fazer um aborto ou tentar criar o filho? Denunciar ou chantagear o funcionário corrupto?
• Situações como essas nos deixam em dúvida quanto a decisão a tomar, qual é a ação correta? Elas colocam à prova nossa consciência moral.
• Consciência moral: É a capacidade de agir de acordo com os princípios morais que adoramos, é a chamada “voz da consciência”.
• A partir disso podemos analisar melhor as definições formais de moral e ética.
• Moral: Conjunto de valores referentes ao bem e ao mal, ao certo e ao errado, válidos para todas as pessoas de uma comunidade, classe social ou um grupo de indivíduos.
• Ética: Pode ser entendida como uma reflexão cujo objetivo é discutir e interpretar o significado e a importância dos valores morais, sendo chamada de “filosofia moral”.
Aula 2. Os valores.
• Em toda comunicação que fazemos estamos sempre nos referindo a algo, esta referência ocorre na forma de juízos, que podem ser afirmativos, negativos, interrogativos ou imperativos.
• Juízos:
o De fato – Enuncia a constatação de algo.
(Ex: Alice é aluna do ETIP.)
o De valor – Enuncia o resultado de uma interpretação ou avaliação de algo.
(Ex: Alice é uma ótima aluna do ETIP.)
• Os valores expressam a maneira como nos relacionamos com o meio em que vivemos. “Dar valor é atribuir significados.”
• Valores:
o Relativos – Os valores são criações culturais, dependem da relação das
pessoas com o mundo.
o Absolutos – São únicos, não dependem de nenhuma condição, por exemplo:
O bem, o belo, a verdade, a justiça, a felicidade,…
OBS: Os valores citados acima podem ser considerados absolutos, o que é relativo é como cada um os interpreta, cada pessoa tem sua visão de felicidade, mas o desejo por ela é universal. O mesmo ocorre com os outros valores.
• Os valores determinam nossas escolhas, ou seja, valor é a atitude de não indiferença, é você se posicionar a favor ou contra algo, é não ficar em cima do muro, é decisão!
Aula 3. As virtudes morais.
• Virtude:
o Do grego areté – significando excelência.
o Do latim virtus – significando força.
• Sentido geral: Capacidade ou habilidade para fazer algo.
• Sentido moral: Disposição firme e constante para a prática do bem.
• Tipos de virtudes:
o Físicas – Força, resistência, agilidade,…
o Intelectuais – Memória, criatividade, raciocínio lógico,…
o Teológicas – Fé, esperança e caridade.
o Morais – Coragem, moderação, calma, orgulho, honestidade, generosidade, justiça,…
• O oposto da virtude é o vício, podemos pecar por falta ou por excesso. Por exemplo, a falta de coragem é a covardia, e o excesso de coragem é temeridade.
• A virtude da Justiça segundo Platão:
o Texto-base: “A República”, livro II, parágrafos 17 e 18.
o Tema - Qual é a natureza e a origem da Justiça?
o Explicado através do mito de anel de Giges, que conta a estória de Giges, o lídio que encontrou um anel da invisibilidade, com o poder do anel ele seduziu a rainha, matou o rei e se tornou o novo soberano.
o Platão usa este mito para explicar a tendência humana à prática da injustiça.
• A injustiça:
o Fazer sem punição é o maior bem.
o Sofrer sem reação é o maior mal.
• Segundo Platão, a origem das leis está no medo das pessoas de sofrer injustiças.
• Se dermos liberdade total de ação para o justo e para o injusto, os dois tentarão levar vantagem sobre os outros, pois essa é a natureza humana.
• Conclusão: Ninguém é justo por vontade própria, mas por obrigação.
Aula 4. As paixões humanas.
• O ser humano é:
o Um animal racional, sua essência é pensar.
o Um ser de desejo, sua essência é querer.
• Desejo:
o Impulso, energia, vibração.
o Inclinação poderosa que leva à ação, apetite sensível.
o Implica sempre na falta de algo.
o Satisfação das necessidades com prazer.
o Nasce da imaginação.
o Oferece à vontade os motivos para agir.
• Vontade:
o É o ato de querer.
o É uma ação voluntária, força de vontade.
o Apetite racional, exige deliberação, avaliação.
o Nasce da reflexão.
o Educa o desejo, direciona ações e finalidades.
• Tanto o desejo como a vontade são inclinações que levam à ação, mas enquanto o desejo busca saciar um apetite sensível, a vontade se refere a uma decisão racional.
• Desejo é paixão, vontade é decisão.
• PAIXÃO: Do grego pathos, significa: sofrer, suportar, deixar-se levar.
o Se refere aos fenômenos passivos da alma.
o O oposto da paixão é a apatia (ausência de sentimentos).
o Visão negativa – Fraqueza humana, perturbação da alma, algo que deve ser controlado.
o Visão positiva – Faz parte da natureza humana, motiva a ação, não se pode evitar ou negar, mas pode-se compreender.
o A paixão surge independentemente da nossa vontade, isto é, não podemos ter ou não ter paixão.
o É uma inclinação incontrolável, a Razão não tem forças para controlar as paixões.
o Segundo Spinoza, uma paixão só pode ser vencida por outra paixão mais forte.
Aulas 5/6. Os grandes sistemas éticos da história antiga.
1. A ética materialista dos antigos gregos.
• Para os antigos gregos, a ética é um saber prático, para este saber, o agente, a ação e a finalidade de agir são inseparáveis.
• Princípios da vida moral:
1. Por natureza aspiramos ao bem e a felicidade, só atingidas pela virtude (grego: areté).
2. A virtude é uma força interior do caráter, consiste na escolha consciente do bem.
3. A conduta ética se refere ao que é possível e desejável para nós.
4. A ação virtuosa é conseguida agindo conforme a razão (que conhece o bem) e a natureza
( o Cosmos e a humana).
5. Julgamos uma ação ética pelos seus efeitos materiais, ou seja, pelas consequências reais.
6. Dedicar-se ao conhecimento do bem é o que determina uma atitude ética.
2. A ética cristã.
• O cristianismo é uma religião individual que se define pela fé num único Deus.
• A vida ética não se define por sua relação com a sociedade, mas por sua relação espiritual e interior com Deus.
• As principais virtudes cristãs são: a fé e a caridade.
• Livre-arbítrio: o primeiro impulso humano é para o mal, pois somos fracos para resistir às tentações, a vontade humana é impotente, precisa do auxílio divino.
• Qual é este auxílio divino? A lei divina revelada, expressa pelo texto bíblico.
• O cristianismo introduz na moral o conceito de Dever; temos o dever de obedecer a Lei divina, pois a revelação define eternamente o que é o Bem e o mal, a virtude e o vício, a salvação e o castigo.
• Este dever não se refere apenas às ações, mas às intenções, que passam a ser julgadas eticamente, ou seja, a intenção de fazer o mal, mesmo sem agir já é pecado.
• O cristianismo oferece um caminho seguro para a vontade fraca superar suas limitações e conseguir a salvação da alma.
Aula 7. A ética racionalista de Spinoza.
2. A ética racionalista de Baruch de Spinoza ( Holanda, 1632-1677).
• As paixões humanas não são nem boas, nem más, são apenas naturais, sendo as principais a alegria, a tristeza e o desejo.
• Conatus – Desejo de auto-conservação, instinto de sobrevivência, poder para existir.
• As paixões alegres ( amor, esperança, piedade,…) aumentam o Conatus, as paixões tristes ( ódio, orgulho, inveja, medo,…) diminuem o Conatus.
• É possível vencer as paixões negativas pelas positivas modificando a direção do desejo rumo a objetos que aumentem a força do Conatus.
• Ter virtude é ser a causa interna das ações, dos pensamentos e dos sentimentos.
• Ter vícios significa submeter-se às paixões, deixar-se dominar por causas externas.
• Para Spinoza, o bem e o mal não existem de forma absoluta, são palavras que usamos para classificar a maneira como as coisas nos atingem.
• Ser ético é ser livre, o homem livre é aquele que, conhecendo as leis da natureza e as do seu corpo, não se deixa vencer pelo exterior, mas sabe dominá-lo, ser a causa de si mesmo.
• Spinoza prega o amor intelectual de Deus, ou seja, a paixão positiva guiada pela consciência de nosso ser na compreensão de Deus, isto é, da totalidade. Deus é a natureza.
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