Aulas 1/2. Análise de ambientes culturais: a família.
• Modelo tradicional de família: pai, mãe e filhos.
• Aspectos importantes para a manutenção da família tradicional: fidelidade, exclusividade, garantia de propriedade.
• Podemos conceber a instituição familiar como:
o Organização natural – Se é algo natural, então qualquer forma diferente da tradicional é “anti-natural”, ou seja, errado.
o Determinação divina – A família é obra de Deus: “o que Deus uniu o homem não separa.” Qualquer forma diferente pode ser considerado ‘pecado”.
o Produto histórico-cultural – A família não é natural, nem divina, mas algo construído culturalmente, cada sociedade adota aquilo que é conveniente para sua cultura.
• Funções :
#Transmissão dos padrões culturais vigentes.
#Desenvolvimento físico, psíquico e social.
#Absorção e manutenção de valores ideológicos.(*)
• Influências :
#Fatores econômicos. Ex: a mulher no mercado de trabalho.
#Meios de comunicação de massa. Ex: exposição constante na mídia.
#Instituições educacionais. Ex: aprendizagem cada vez mais precoce.
• Segundo o psicanalista francês Jacques Lacan (Paris, 1901 – 1981), a família preside os processos fundamentais do desenvolvimento psíquico através de três mecanismos básicos.
• A 1ª educação :
#Os pais são os modelos de comportamento.
#Os adultos tem poder sobre as crianças. (Autoridade).
#Dependência física e psicológica quase total.
• Aquisição da linguagem :
#Ferramenta imprescindível.
#Possibilita a compreensão da realidade.
• A repressão do desejo :
#Ao nascer, a mãe é o mundo.
#Tempo de espera para a satisfação dos desejos.
#Limites impostos pela realidade, lidar com as frustrações.
#Repressão dos impulsos agrtessivos e eróticos.
Aulas 3/4. Análise de ambientes culturais: a escola.
• Instituição social que faz a mediação entre o indivíduo e a sociedade. Com a educação a criança se humaniza, se socializa, aumentando assim sua autonomia.
• Evolução da escola :
Antiguidade – O meio social educa, aprende-se fazendo.
Idade média – Escola para as elites, religião e poder.
Idade moderna – Ainda elitistas, porém mais técnicas.
Revolução industrial – Universalização do ensino, preparo para o trabalho.
Atualmente - Preparação visando suprir as necessidades sociais.
• Principais problemas:
• O abismo entre a escola e o meio social.
o Ao buscar a proteção das crianças e dos jovens contra os perigos sociais, a escola substitui a realidade social por uma realidade escolar fechada, criando um distanciamento do cotidiano.
o Com este modelo, a escola forma uma pessoa passiva perante o seu meio social, que não sabe aplicar os conhecimentos aprendidos para entender e atuar no mundo.
• A discutível utilidade do saber escolar.
o Segundo as teorias pedagógicas, o lugar social que o indivíduo ocupará na sociedade depende do grau de cultura que adquirir, atestando o saber através de diplomas, que se tornam passaportes para a vida social.
o O grau de cultura adquirido pela pessoa depende do lugar social ocupado por sua família, depende de sua classe sócio-econômica.
o Em muitos casos há um problema metodológico significativo: algumas escolas ensinam as respostas sem que se tenha feito perguntas, não há o estímulo para os alunos aprenderem a perguntar. Saber é perguntar e conhecer respostas.
• Como preparar os alunos para a vida real?
o A escola acredita que ao ensinar a cultura acumulada pela humanidade, conseguirá desenvolver nos alunos o que neles há de melhor.
o A escola cria indivíduos à imagem e semelhança dos valores sociais dominantes.
o A família ficou apenas com a formação moral de seus filhos, a escola vem substituindo as famílias na orientação para a vida sexual, profissional, social.
o As regras e normas não podem ser ensinadas como verdades absolutas, mas como “acordos sociais” para melhorar nossas relações.
o As rotinas escolares, as atividades e os conteúdos apresentados estão distantes da vida cotidiana dos alunos, que não vêem na escola qualquer utilidade para seu desenvolvimento.
o Apenas o discurso da sociedade e a exigência do diploma na hora de obter um emprego melhor lhes dão a certeza de que é preciso insistir.
o A vida escolar deve estar articulada com a vida social, é preciso injetar realidade na escola.
o Ignorar as diferenças é trabalhar para aprofundá-las.
o Valores básicos na sociedade capitalista como liberdade individual, autonomia, criatividade e capacidade de tomar decisões exigirão da escola uma abertura em seu conservadorismo e autoritarismo.
o Nem todos os conhecimentos escolares têm aplicação imediata, são úteis porque desenvolvem a possibilidade de reflexão e aumentam nossa compreensão sobre a realidade que nos cerca, que deve ser a finalidade principal da escola.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Resumos Filosofia ETIP 3º médio (3ºtrim)
Aula 1. O Criticismo de Immanuel Kant (Alemanha, 1724 – 1804)
• Nasce e vive a vida inteira em Konigsberg, professor universitário de Lógica e de metafísica, não se casou nem teve filhos, era um homem extremamente metódico, um cérebro que passou a vida investigando o universo espiritual do homem, à procura de seus fundamentos últimos, necessários e universais.
• Principais obras: Prolegômenos a toda metafísica futura, Fundamentação da metafísica dos costumes, Crítica da razão pura, Crítica da razão prática, A religião dentro dos limites da razão,…
• Com sua postura crítica Kant faz uma verdadeira Revolução copernicana em filosofia, invertendo o sentido da pesquisa filosófica, o objetivo da filosofia passa a ser investigar a Razão humana, seus limites e possibilidades, buscando responder a questão: Até onde posso ir com a razão sem a experiência sensível? (a razão pura).
• Algumas de suas principais ideias:
o Não conhecemos a realidade fora de nossa mente ( a coisa-em-si), só conhecemos os fenômenos, ou seja as coisas para nós. Pois todo conhecimento começa com a sensibilidade, passando pelo “filtro” da razão humana.
o Tempo e espaço são as formas puras da sensibilidade, ou seja, são ferramentas mentais que existem sem a interferência dos sentidos. A intuição de tempo e espaço se dá a priori, antes da experiência sensível.
o Existem várias categorias do pensamento: causalidade, contradição, identidade, qualidade, quantidade, finalidade,…
o Só é possível fazer ciência com “Juízos sintéticos a priori”, ou seja, juízos que acrescentam algo à ideia inicial antes da experiência sensível.
Aula 2. A Fenomenologia.
• Corrente de pensamento que surgiu no início do século XX, propõe o estudo dos fenômenos da consciência ( percepção, imaginação, memória,…)
• A realidade é apenas um dos modos como o objeto pode ser um dado à consciência . ( pode ser percebido, pensado, simbolizado, amado,…).
• Aa fenomenologia faz a análise da consciência na sua Intencionalidade, ou seja, consciência é sempre consciência DE… algo ou alguém. Nunca somos neutros, ao conhecermos algo, nosso ato de conhecer já está carregado de intenções (percepção, imaginação, memória, afeto,…).
• Principal nome: Edmund Husserl (Judeu tcheco, 1859 – 1938), Matemático e filósofo.
o Obras: Filosofia da aritmética, Investigações lógicas, Fenomenologia pura,…
o Propõe a epoché, ou seja, a suspensão do juízo sobre a realidade, buscando eliminar a intenção ou interesse, tornando o conhecimento puro, tornamo-nos expectadores desinteressados do real.
A realidade é o conjunto de fenômenos, fatos determinados pela consciência do sujeito, ou seja, nós construímos a realidade.
Aula 3. O Existencialismo.
• Corrente filosófica surgida na Europa durante a segunda guerra mundial, tem por objetivo estudar a existência humana, o modo de ser do homem no mundo, questionar o valor da vida e da dignidade.
• Nomes:
o S. Kierkegaard (Dinamarca, 1813 – 1855): “O conceito de angústia.”
o M. Heidegger (Alemanha, 1889 – 1976): “Ser e tempo”.
o M. Merleau-Ponty (França, 1908 – 1961): “Fenomenologia da percepção”.
o J. Paul Sartre (França, 1905 – 1980): ‘ O ser e o nada”.
• A relação apontada do existencialismo com a fenomenologia diz respeito ao modo de ser no mundo,. Que é repleto de intencionalidade.
• Principais ideias:
o O ser humano é finito.
o A vida humana é sempre problemática.(incerteza quanto às possibilidades).
o Realçe aos aspectos negativos e destrutivos das possibilidades existenciais dos homens no mundo. (morte, doença, sofrimento, fracasso, loucura,…)
• Jean-Paul Sartre ( França, 1905 – 1980)
• Destaca a necessidade do ser humano de buscar um sentido para a própria existência.
• Nas coisas, a existência precede a essência. (ideia que explica).
• Nas pessoas a existência precede a essência. ( os homens existem, estão aí, para depois construirem sua essência, seu projeto existencial).
• O ser humano está condenado a ser livre. ( o exercício da liberdade gera uma angústia da existência, devido a responsabilidade das pessoas sobre a própria vida, e a incapacidade de escolher certo dentre as várias possibilidades).
Aula 4. A psicanálise de Freud. (I)
• Psicologia – Ciência que trata da personalidade, dos fenômenos psíquicos e do comportamento, ou seja, procura saber o que somos e por que agimos.
• Psicanálise – Método de tratamento das desordens mentais e emocionais que constituem a estrutura das neuroses e psicoses por meio de uma investigação psicológica profunda dos processos mentais. Foi criada por Sigmund Freud.
• Segundo Freud, o comportamento humano é motivado, muitas vezes, por motivos ocultos no inconsciente, a maioria das perturbações do comportamento se deve aos recalques da sexualidade reprimida desde a primeira infância.
• Sigmund Freud (Áustria, 1856 – 1939)
• Médico austríaco, neuro-fisiólogo, psiquiatra, clinicava em Viena, começou tratando distúrbios nervosos com a sugestão hipnótica.
• Principais obras: “A interpretação dos sonhos”(1900), “ O ego e o id” (1923),...
• Primeira teoria sobre a estrutura psíquica:
• Consciente – Conjunto de processos e fatos psíquicos de que temos consciência, ou seja, conhecimento imediato da sua própria atividade.
• Subconsciente – Conjunto de processos e fatos psíquicos que estão latentes no indivíduo, mas lhe influenciam a conduta, podem facilmente aflorar à consciência através da memória ou do desejo.
• Inconsciente – Conjunto de processos e fatos psíquicos que atuam sobre a conduta do indivíduo, mas escapam ao âmbito da consciência e não podem ser trazidos nem pela vontade, nem pela memória, surgindo, porém, nos sonhos e nos estados neuróticos.
Aula 5. A psicanálise de Freud. (II): a Estrutura da consciência.
• A consciência é a parte clara e lúcida de cada um de nós, segundo Freud possui três partes:
1. ID ou inconsciente
* Instintos, necessidades e impulsos bási
* É uma força que está fora do controle da vontade.
* É a parte mais antiga e mais profunda da consciência.
* Funções: Fazer agir os instintos e armazenar vivências reprimidas.
* É regido pelo princípio do prazer.
2. Superego
* Princípios morais, proibições, censura internalizadas.
* É a personalidade guiada por normas, leis e exigências.
* Tem como modelos os pais e a sociedade.
* Função: Reprimir os impulsos instintivos.
* É movido pelo princípio da moralidade.
3. Ego
* O consciente, a personalidade.
* Quem sou e o que faço no presente.
* Função: Ajustar o sujeito ao meio físico e social, preservando o ser.
* É movido pelo princípio da realidade.
• Do conflito constante ente o ID e o Superego surge o Ego, ou seja, a natureza humana é conflituosa, existe uma tensão constante entre os desejos individuais e as normas sociais.
Aula 6. Motivo, força que impulsiona os comportamentos.
• Todo comportamento tem uma causa, uma motivação psicológica, embora nem sempre conhecemos tão claramente os motivos de nossas ações.
• Entre as várias alternativas de atividades possíveis, a escolhida será aquela que corresponde ao impulso mais forte ou ao motivo dominante.
• Motivo é tudo que inicia, sustenta e dirige uma atividade, é basicamente um impulso cujas fontes básicas são as necessidades ou as tensões geradas pelo excesso de energia.
Fases do ciclo da motivação:
1. NECESSIDADE - DESEQUILÍBRIO - TENSÕES - IMPULSO - OBJETIVO - SATISFAÇÃO
(falta) (motivo) (equilíbrio)
• São as necessidade que geram os motivos, uma necessidade satisfeita não é mais elemento de motivação, temos necessidades fisiológicas, sociais, emocionais, intelectuais,...
• Incentivo – É tudo aquilo que serve para aumentar o impulso interno, fazendo o ciclo das motivações girar.
• Barreiras:
o Internas – Falhas de caráter, falta de conhecimento ou de habilidade, bloqueios, insegurança.
o Externas – Falta de dinheiro, proibições sociais, impedimentos materiais.
• Quando surge alguma barreira que impede a concretização de nossos objetivos e de nossos desejos, reagimos de formas variadas criando mecanismos de defesa.
• Mecanismos de defesa – São processos inconscientes, o Ego exclui da consciência os conteúdos indesejáveis, protegendo desta forma o aparelho psíquico. Todos nós utilizamos estes mecanismos de defesa do Ego, deformamos a realidade para nos defendermos de perigos internos ou externos, reais ou imaginários.
• Reações às barreiras (Defesas):
o Agressividade – Tentar derrubar a barreira pela força física ou psicológica.
o Formação reativa – Adotar uma atitude oposta a um desejo intenso. Ex: exageros, superproteção,..
o Projeção – O indivíduo projeta algo de si no mundo, distorcendo sua visão. É de uso comum, por exemplo nas críticas aos outros.
o Racionalização – Construção de uma argumentação aceitável e convincente para justificar a deformação do real. Ex: argumentos morais, ideologias,...
o Recalque – Eliminação de uma parte da realidade,deforma o sentido do todo, é o mais radical dos mecanismos.Por exemplo quando entendemos uma proibição como permissão porque não ouvimos o “não”.
o Regressão – O indivíduo retorna as fases anteriores do seu desenvolvimento. Atitudes imaturas, infantis. Ex: escândalo ao ver uma barata.
o Resignação – Desistência, conformismo com a derrota, desativa a necessidade.
o Sublimação – Substituição da necessidade original por objetivos artísticos, religiosos ou ideológicos.
• A psicanálise freudiana derrubou a ilusão de uma consciência racional plena, questionou a verdade e a naturalidade de conceitos tradicionais, demonstrou a existência de uma parte irracional do psiquismo humano com força sobre a razão. A visão tradicional que temos da natureza humana caiu por terra, somos seres irracionais, conflituosos e inconscientes da própria natureza.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Resumos Filosofia ETIP 2º médio (3ºtrim)
Aula 1. Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.) – Vida e obra.
• Nasce na Macedônia, poderoso reino ao norte da Grécia.
• Ingressa na Academia platônica aos 17 anos, foi aluno de Platão por 20 anos, um dos mais brilhantes.
• Morte de Platão em 347 a.C., Aristóteles sai da Academia por discordar dos rumos que a escola estava tomando.
• Aos 41 anos torna-se preceptor do jovem Alexandre Magno, filho de Felipe II, coroado rei sete anos depois.
• Em 335 a.C. funda o Liceu em Atenas, o nome é uma homenagem ao deus Apolo.
• Produziu escritos de Lógica, Metafísica, Ética, Política e de várias outras áreas (economia, poética, física, história, matemática, biologia, psicologia,...)
O caráter sistemático e rigoroso de suas idéias o tornou a grande autoridade filosófica e científica dos medievais, ele era “o filósofo”, o construtor de uma teoria universal e permanente.
Aula 2. Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.) – Principais ideias.
• A realidade é uma só, as formas das coisas são imanentes, ou seja, estão dentro delas, fazem parte da sua natureza.
• A Substância é o ser, é a realidade permanente.
• Devir (fluxo):
Potência – Possibilidades reais. (ex: o mármore)
Ato – Realização de uma ou mais possibilidades. (ex: a estátua)
• A teoria das quatro causas:
o Material – A matéria física. Ex: a madeira/ os remédios.
o Formal – A idéia da forma. Ex: a forma da mesa/ o tratamento.
o Eficiente – O botão de“start” Ex: o marceneiro/ o médico.
o Final – A finalidade do ato. Ex: a utilidade/ a cura.
• A causa final de toda a realidade é o 1º motor. (se verificarmos a causa das coisas, e depois disso as causas destas causas e assim por diante, chegaremos até o infinito: a causa da causa da causa..... ; isto não é possível, logo deve haver uma primeira causa para tudo).
• O conhecimento para Aristóteles:
FORMAS SENSÍVEIS ----- SENSAÇÃO ----- MARCA ----- (Fantasia, memória, experiência)
O conhecimento sensível é base para o conhecimento inteligível.
Aula 3. Filosofia medieval: introdução e patrística.
• Durante o período medieval a filosofia sofre a influência direta do pensamento religioso, cristãos, judeus e árabes muçulmanos elaboram sistemas e doutrinas que buscam explicar as relações entre os homens e Deus, Jeová ou Alá.
A filosofia cristã
• Tem início com as epístolas de São Paulo e o evangelho de João, no século I.
• Objetivo: Conduzir a humanidade à compreensão da verdade revelada por Cristo, buscando seu autêntico significado.
•Divide-se em duas fases:
Patrística – Do século I ao século VII
Escolástica – Do século VIII ao século XIV
• Patrística – Teve por finalidade organizar a doutrina cristã para garantir a unidade da comunidade de fiéis e defender o Cristianismo dos adversários pagãos.
• Principais nomes: Justino, Orígenes, Gregório de Nisa e Santo Agostinho.
• Grandes momentos históricos do Cristianismo:
o 313 – Edito de Milão – O imperados romano Constantino decreta liberdade de culto.
o 325 – Concílio de Nicéia – Reunião para discutir a natureza do pai e do filho.
o 381 – Concílio de Constantinopla I – Discussão sobre o Espírito santo.
o 391 – Edito de Tessalônica – O imperador Teodósio decreta o Cristianismo a religião oficial do Império romano.
• Os filósofos cristãos reconheciam nos maiores filósofos gregos os legítimos precursores do Cristianismo.
Que grande mudança ocorre na filosofia com o surgimento do Cristianismo?
o Com o Cristianismo a filosofia deixa de ser uma busca racional pela verdade, afinal já temos em mãos a verdade revelada, cabe à filosofia apenas entendê-la.
Aula 4. A Patrística medieval: Santo Agostinho (Numídia, 354 – 430).
• Aurélio Agostinho, professor de retórica em Cartago, converteu-se ao cristianismo aos 32 anos, tornando-se o bispo de Hipona e um dos maiores teólogos da Igreja Católica, suas principais obras foram:
Confissões (400), Sobre a Trindade (422), A cidade de Deus (426).
• Agostinho cristianizou a filosofia de Platão, usando suas teorias para melhor explicar os dogmas da fé católica, ele racionalizou a fé cristã.
• O homem não tem razão para filosofar, exceto para atingir a felicidade, que é fruto da intuição e da fé. É necessário “compreender para crer e crer para compreender”, ou seja, a razão está a serviço da fé.
• Suas ideias foram por muito tempo a doutrina fundamental da Igreja Católica, até hoje em dia, alguns setores da Igreja e algumas escolas seguem seus ensinamentos.
Aula 5. A Escolástica cristã.
• É o período em que a Igreja Romana dominava a Europa, coroava reis, organizava as cruzadas e criava as primeiras universidades.
Universidade de Bologna (Itália) em 1088,
Universidade de Paris (França) em 1170,
Universidade de Padova (Itália) em 1222,
Univ. de Napoli (1224), Siena (1242) e Pisa (1243), todas na Itália.
Univ. de Oxford (1249) e Cambridge (1284), ambas na Inglaterra.
Universidade de Coimbra (Portugal), em 1308.
• A origem e o desenvolvimento da Escolástica está intimamente ligada à atuação dos professores universitários de filosofia e de teologia, com eles ocorre a sistematização do ensino destas disciplinas. Este processo se desenvolvia com duas formas básicas de ensino:
o Lectio – Leitura e comentário de um texto consagrado.
o Disputatio – Debates acalorados sobre um tema específico, consistia no exame de todos os argumentos possíveis a favor e contra uma tese, eram verdadeiras disputas retóricas.
• O princípio de autoridade era o principal critério para definir se uma tese era verdadeira ou falsa. As principais autoridades eram:
o A Bíblia, Platão, Aristóteles, um Papa, um santo, os grandes teólogos da Igreja.
Nomes:
* Cristãos: Abelardo, Santo Anselmo, São Tomás de Aquino, * Árabes: Avicena, Averróis, Al-Gazali,…
* Judeus: Maimônides, Bem-Levi, Ibn-Gebirol (ou Avicebron),…
• O problema central da Escolástica era conciliar Fé e razão, buscando a compreensão plena da verdade revelada, o que levaria os homens à salvação.
Aula 6. A Escolástica cristã: São Tomás de Aquino (Roccasecca, 1225-1274)
• Monge dominicano, doutor em Teologia e professor na Universidade de Paris, teve uma vida inteiramente dedicada à meditação e ao estudo, autor de vasta erudição, suas principais obras foram:
8. Comentários sobre as sentenças (1253), O ente e a essência (1256), Súmula contra os gentios (1259), Questões sobre a alma (1264) e a Summa Theológica (1273).
• Tomás via na filosofia aristotélica um alimento intelectual superior e se esforçava para adaptá-la à revelação bíblica.
• A cristianização da filosofia aristotélica só veio a se tornar possível graças ao espírito analítico, à capacidade de ordenação metódica e à habilidade dialética de Tomás de Aquino, que ele aliava a um profundo sentimento da fé cristã.
• Deus é o puro ato de existir, é o ser pleno, a perfeição pura, criador de tudo o que existe.
• Segundo Aristóteles, o conhecimento humano começa com os sentidos, porém os sentidos não são suficientes para conhecer plenamente Deus, logo, é necessario demonstrar racionalmente sua existência.
• As provas da existência de Deus (as cinco vias para Deus):
1. A prova do movimento: Tudo o que se move é movido por outra coisa, e este por outra, e assim por diante. Mas, é impossível continuar até o infinito, logo, deve haver um primeiro motor, causa de todo o movimento, que é Deus.
2. A prova da causa: Na série de causas das coisas, uma é causa da outra, também não podemos chegar ao infinito, logo, deve haver algo que é causa de tudo: Deus.
3. A prova da necessidade: Todos os seres são contingentes, ou seja, não são necessários, podem ou não existir. Se nada é necessário, como explicar a existência de tudo? Logo, deve haver um ser necessário que criou tudo: Deus.
4. A prova dos graus de perfeição: As coisas e as pessoas são mais ou menos perfeitas, há graus de perfeição nos seres, deve haver um ser que contenha em si o grau máximo de perfeição: Deus.
5. A prova do sentido: As coisas naturais devem ter algum sentido, alguma ordem, nada existe por acaso, por acidente, logo deve haver alguma inteligência superior responsável pela ordem do mundo: Deus.
Aula 7. A Summa Theológica de Tomás de Aquino.
• Gigantesca obra teológica, levou 8 anos para ser escrita (de 1265 à 1273). Consta de 611 questões explicadas em mais de 3.400 artigos, todos seguindo a mesma estrutura lógica. Foi considerada a maior sistematização teológico-filosófica da Idade média.
• A obra tem a seguinte estrutura lógica:
1. Questão segundo o senso comum.
2. Argumentos a favor da questão.
3. Argumentos contrários.
4. Solução da questão.
5. Resposta às objeções.
• Summa Theológica – parte I – De Deus em si mesmo.
o Questão II – Se Deus existe.
• Artigo I – Se a existência de Deus é evidente.
Parece que a existência de Deus é evidente.
a) Temos alguns conhecimentos naturais, Deus é natural.
b) Ao inteligir o nome de Deus, se entende o que é Deus.
c) Se algo é verdadeiro, sua existência também o é.
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” (João:14,6)
Mas, em contrário: não se pode pensar o contrário do que é evidente, podemos pensar que Deus não exista, logo, não é evidente.
Solução: Aa frase “Deus existe” é evidente, pois o predicado se identifica com o sujeito; mas, como não sabemos exatamente o que é Deus, sua existência necessita ser demonstrada.
Resposta às objeções:
1. Deus é a felicidade do homem, e o que naturalmente se deseja, se conhece. Mas, esta relação não é válida, pois as pessoas tem visões diferentes do que seja a felicidade.
2. Quem ouve o nome de Deus não o identifica como o ser real, só podemos entender o significado de seu nome no intelecto. Se a existência de Deus fosse evidente, não existiriam ateus.
3. A existência da verdade é evidente por si, mas não é evidente para nós, pois cada um pode ter a sua verdade.
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Resumos Filosofia ETIP 1º médio (3ºtrim)
Aula 1. O que é política? O que é poder?
• A palavra política vem do grego “ta polítika” e quer dizer originalmente negócios públicos dirigidos pelos cidadãos da pólis.
• Podemos definir política de três modos:
o Governo – Direção e administração do poder público sob a forma do Estado.
o Atividade especializada – Atividade de profissionais que se ocupam com o Estado, os ‘políticos’.
o Conduta na organização de uma instituição – Modo de administrar uma empresa, uma escola ou um grupo de pessoas. Nesse sentido podemos falar em uma poítica econômica, política estudantil, política sindical,…
A política foi inventada como o modo pelo qual os humanos regulam e ordenam seus interesses conflitantes, seus direitos e deveres enquanto seres que vivem em sociedade.
• A política determina as relações de poder.
• POLÍTICA - Conceitos relacionados: PODER e CONFLITO.
• A política não está desvinculada do cotidiano, não é uma atividade ‘a parte’ , ela está inserida em todas as relações sociais, seja na família, na escola, no trabalho, ou até mesmo em ambientes de lazer.
• O Poder:
• Toda ação politica envolve poder, e toda circunstância em que o poder aparece é, de alguma forma, uma situação política, ou seja:
POLÍTICA = PODER
• O poder pode ser entendido basicamente como força para agir, esta força não precisa necessariamente ser física, pode ser psicológica, emocional, de caráter, …
• Qualquer meio que permita influenciar o comportamento de outra pessoa pode ser visto como poder. Por exemplo, alguns artistas tem o poder de arrastar multidões para assistirem seus shows, as propagandas tem o poder de induzir as pessoas a comprarem determinado produto.
• Quando falamos do poder público, ou seja, do governo, devemos ter em mente que o objetivo de qualquer atividade poítica deveria ser o bem comum, suas atitudes devem necessariamente visar o benefício das pessoas da comunidade governada. É aí que entra a ética, a responsabilidade no exercício do poder visando o bem comum.
Aula 2. As ideias políticas de Platão (Atenas, 428 – 347 a.C.)
• Platão foi discípulo de Sócrates desde os vinte anos de idade, possuía intensa admiração e respeito pelo mestre, considerando-o um dos homens mais sábios de toda a Grécia.
• Em 399 a.C. Sócrates foi julgado e condenado à morte pela assembleia ateniense com a acusação de corromper a juventude e de não acreditar nos deuses.
• Platão, inconformado com a morte de seu mestre, faz severas críticas à Democracia de Atenas: como é possível que um sistema político condene a morte um de seus mais ilustres cidadãos?
• A atividade filosófica de Platão passa a ter um objetivo claro: Encontrar a comunidade perfeita, o sistema político ideal.
• Qual seria a base desta tal comunidade perfeita? A Justiça.
• Justiça: Para Platão, é justo que cada parte da sociedade cumpra uma função adequada à natureza de cada um, ou seja, se a pessoa tem um dom específico, ou mesmo muita facilidade de atuar em certa área, é justo que ela use seus talentos naturais em benefício próprio e da sociedade.
• Problema = Como saber a natureza de cada um? Através da Educação.
• A educação platônica deveria atuar no sentido de descobrir e desenvolver os talentos naturais de cada um, conhecendo assim a predisposição natural das pessoas, classificando-as de acordo com este critério.
Divisão social:
Classe produtora – os trabalhadores, agricultores, artesãos, …
Classe guerreira – os guardiões da cidade, os mais fortes.
Classe governante – Os melhores, os que se guiam pela razão.
Para Platão, somente o filósofo teria a disciplina moral e intelectual para governar, só ele teria acesso pleno à verdade, estando assim acima de qualquer lei, pois saberia distinguir as ideias corretas de justiça, bem, felicidade,…
• Fonte do poder = O conhecimento, a razão.
Aula 3. A política de Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.)
• Discípulo de Platão desde os dezessete anos, foi considerado seu aluno mais brilhante, divergiu das ideias platônicas criando seu próprio sistema filosófico.
• Aos 41 anos torna-se preceptor (professor) do jovem Alexandre, o grande, filho do rei Felipe II, esta proximidade com os círculos do poder em um grande reino tornou-se uma rica experiência para Aristóteles.
• A política deve ter por objetivo o Bem comum e a Justiça.
• Justiça (ou excelência moral) – Disposição da alma para desejar e fazer o que é justo, bom e correto de forma habitual, é o exercício da virtude moral perfeita.
• O Justo – Para Aristóteles a justiça pode ser aplicada de várias formas: distributiva, participativa e
Corretiva, de acordo com a ocasião que se apresente. Deve ser regido pelo princípio da proporcionalidade, ou seja, a justiça se coloca como uma proporção justa, adequada, um meio-termo.
• Exemplos:
o Distributiva – É justo uma pessoa receber um salário proporcional ao tempo, ao esforço e às necessidades materiais de sua família.
o Participativa – É justo que todos os grupos sociais participem das assembléias, das decisões políticas, os grupos maiores têm direito a uma maior participação nas votações.
o Corretiva – É justo punir um infrator de forma proporcional ao seu crime, restaurando ou compensando a perda da vítima.
• Segundo Aristóteles, “o homem é um animal político.”, devido à sua natureza racional e ao domínio da linguagem.
• Fonte de poder – A virtude, a natureza virtuosa.
Aula 4. O pensamento político medieval.
• A política européia do período medieval foi marcada por uma forte influência da religião cristã e pela ascensão e domínio da Igreja Católica apostólica romana, detentora do poder teológico-político.
• A religião cristã é uma comunidade cujos membros formam o povo de Deus, que vive sob a Lei de Deus.
• Objetivo da política: O bem comum e a justiça, garantindo a salvação dos fiéis.
• Teoria do bom governo – Tem por base a idéia do rei-filósofo de Platão, o governante deve servir de exemplo para a comunidade, sendo um príncipe virtuoso. Nesta teoria, a justiça do reino depende das qualidades morais do governante. Exaltação das virtudes cristãs: fé, esperança e caridade.
• Teoria do direito divino dos reis – Os reis eram considerados representantes de Deus, se estão no poder é por que Deus assim o quis, logo, desobedecer ao rei equivale a pecar contra Deus.
• Principal questão política medieval: A oposição entre o poder espiritual, eterno (o papa) e o poder temporal, finito (o imperador).
• Se a fonte de poder é Deus, então os reis e imperadores devem obediência ao papa.
• Ex: o imenso poder do papa Gregório VII (1073-1085) em conflito com o imperador Henrique IV do Sacro império romano-germânico na chamada Questão das investiduras.
• Santo Agostinho (Numídia, 354 – 430).
• Professor de retórica em Cartago, converteu-se ao cristianismo aos 32 anos, tornando-se o Bispo de Hipona e um dos maiores teólogos da Igreja Católica, suas principais obras foram: “Sobre a Trindade”, “Confissões” e “A cidade de Deus”.
• Agostinho manteve os laços entre ética e política, concebendo o amor como fundamento da comunidade social perfeita, a Cidade de Deus, em oposição à busca dos prazeres terrenos da Cidade dos homens.
CIDADE DE DEUS ------------------------- CIDADE DOS HOMENS
Cidade perfeita ------------------------- Cidade imperfeita
Finalidade divina ------------------------- Finalidade terrena
Amor de Deus ------------------------- Amor de si
Desprezo de si ------------------------- Desprezo de Deus
A Igreja ------------------------- Roma
• As duas cidades, de Deus e dos homens convivem lado a lado nas cidades terrenas, ou seja, se referem ao estado de espírito dos fiéis
• A palavra política vem do grego “ta polítika” e quer dizer originalmente negócios públicos dirigidos pelos cidadãos da pólis.
• Podemos definir política de três modos:
o Governo – Direção e administração do poder público sob a forma do Estado.
o Atividade especializada – Atividade de profissionais que se ocupam com o Estado, os ‘políticos’.
o Conduta na organização de uma instituição – Modo de administrar uma empresa, uma escola ou um grupo de pessoas. Nesse sentido podemos falar em uma poítica econômica, política estudantil, política sindical,…
A política foi inventada como o modo pelo qual os humanos regulam e ordenam seus interesses conflitantes, seus direitos e deveres enquanto seres que vivem em sociedade.
• A política determina as relações de poder.
• POLÍTICA - Conceitos relacionados: PODER e CONFLITO.
• A política não está desvinculada do cotidiano, não é uma atividade ‘a parte’ , ela está inserida em todas as relações sociais, seja na família, na escola, no trabalho, ou até mesmo em ambientes de lazer.
• O Poder:
• Toda ação politica envolve poder, e toda circunstância em que o poder aparece é, de alguma forma, uma situação política, ou seja:
POLÍTICA = PODER
• O poder pode ser entendido basicamente como força para agir, esta força não precisa necessariamente ser física, pode ser psicológica, emocional, de caráter, …
• Qualquer meio que permita influenciar o comportamento de outra pessoa pode ser visto como poder. Por exemplo, alguns artistas tem o poder de arrastar multidões para assistirem seus shows, as propagandas tem o poder de induzir as pessoas a comprarem determinado produto.
• Quando falamos do poder público, ou seja, do governo, devemos ter em mente que o objetivo de qualquer atividade poítica deveria ser o bem comum, suas atitudes devem necessariamente visar o benefício das pessoas da comunidade governada. É aí que entra a ética, a responsabilidade no exercício do poder visando o bem comum.
Aula 2. As ideias políticas de Platão (Atenas, 428 – 347 a.C.)
• Platão foi discípulo de Sócrates desde os vinte anos de idade, possuía intensa admiração e respeito pelo mestre, considerando-o um dos homens mais sábios de toda a Grécia.
• Em 399 a.C. Sócrates foi julgado e condenado à morte pela assembleia ateniense com a acusação de corromper a juventude e de não acreditar nos deuses.
• Platão, inconformado com a morte de seu mestre, faz severas críticas à Democracia de Atenas: como é possível que um sistema político condene a morte um de seus mais ilustres cidadãos?
• A atividade filosófica de Platão passa a ter um objetivo claro: Encontrar a comunidade perfeita, o sistema político ideal.
• Qual seria a base desta tal comunidade perfeita? A Justiça.
• Justiça: Para Platão, é justo que cada parte da sociedade cumpra uma função adequada à natureza de cada um, ou seja, se a pessoa tem um dom específico, ou mesmo muita facilidade de atuar em certa área, é justo que ela use seus talentos naturais em benefício próprio e da sociedade.
• Problema = Como saber a natureza de cada um? Através da Educação.
• A educação platônica deveria atuar no sentido de descobrir e desenvolver os talentos naturais de cada um, conhecendo assim a predisposição natural das pessoas, classificando-as de acordo com este critério.
Divisão social:
Classe produtora – os trabalhadores, agricultores, artesãos, …
Classe guerreira – os guardiões da cidade, os mais fortes.
Classe governante – Os melhores, os que se guiam pela razão.
Para Platão, somente o filósofo teria a disciplina moral e intelectual para governar, só ele teria acesso pleno à verdade, estando assim acima de qualquer lei, pois saberia distinguir as ideias corretas de justiça, bem, felicidade,…
• Fonte do poder = O conhecimento, a razão.
Aula 3. A política de Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.)
• Discípulo de Platão desde os dezessete anos, foi considerado seu aluno mais brilhante, divergiu das ideias platônicas criando seu próprio sistema filosófico.
• Aos 41 anos torna-se preceptor (professor) do jovem Alexandre, o grande, filho do rei Felipe II, esta proximidade com os círculos do poder em um grande reino tornou-se uma rica experiência para Aristóteles.
• A política deve ter por objetivo o Bem comum e a Justiça.
• Justiça (ou excelência moral) – Disposição da alma para desejar e fazer o que é justo, bom e correto de forma habitual, é o exercício da virtude moral perfeita.
• O Justo – Para Aristóteles a justiça pode ser aplicada de várias formas: distributiva, participativa e
Corretiva, de acordo com a ocasião que se apresente. Deve ser regido pelo princípio da proporcionalidade, ou seja, a justiça se coloca como uma proporção justa, adequada, um meio-termo.
• Exemplos:
o Distributiva – É justo uma pessoa receber um salário proporcional ao tempo, ao esforço e às necessidades materiais de sua família.
o Participativa – É justo que todos os grupos sociais participem das assembléias, das decisões políticas, os grupos maiores têm direito a uma maior participação nas votações.
o Corretiva – É justo punir um infrator de forma proporcional ao seu crime, restaurando ou compensando a perda da vítima.
• Segundo Aristóteles, “o homem é um animal político.”, devido à sua natureza racional e ao domínio da linguagem.
• Fonte de poder – A virtude, a natureza virtuosa.
Aula 4. O pensamento político medieval.
• A política européia do período medieval foi marcada por uma forte influência da religião cristã e pela ascensão e domínio da Igreja Católica apostólica romana, detentora do poder teológico-político.
• A religião cristã é uma comunidade cujos membros formam o povo de Deus, que vive sob a Lei de Deus.
• Objetivo da política: O bem comum e a justiça, garantindo a salvação dos fiéis.
• Teoria do bom governo – Tem por base a idéia do rei-filósofo de Platão, o governante deve servir de exemplo para a comunidade, sendo um príncipe virtuoso. Nesta teoria, a justiça do reino depende das qualidades morais do governante. Exaltação das virtudes cristãs: fé, esperança e caridade.
• Teoria do direito divino dos reis – Os reis eram considerados representantes de Deus, se estão no poder é por que Deus assim o quis, logo, desobedecer ao rei equivale a pecar contra Deus.
• Principal questão política medieval: A oposição entre o poder espiritual, eterno (o papa) e o poder temporal, finito (o imperador).
• Se a fonte de poder é Deus, então os reis e imperadores devem obediência ao papa.
• Ex: o imenso poder do papa Gregório VII (1073-1085) em conflito com o imperador Henrique IV do Sacro império romano-germânico na chamada Questão das investiduras.
• Santo Agostinho (Numídia, 354 – 430).
• Professor de retórica em Cartago, converteu-se ao cristianismo aos 32 anos, tornando-se o Bispo de Hipona e um dos maiores teólogos da Igreja Católica, suas principais obras foram: “Sobre a Trindade”, “Confissões” e “A cidade de Deus”.
• Agostinho manteve os laços entre ética e política, concebendo o amor como fundamento da comunidade social perfeita, a Cidade de Deus, em oposição à busca dos prazeres terrenos da Cidade dos homens.
CIDADE DE DEUS ------------------------- CIDADE DOS HOMENS
Cidade perfeita ------------------------- Cidade imperfeita
Finalidade divina ------------------------- Finalidade terrena
Amor de Deus ------------------------- Amor de si
Desprezo de si ------------------------- Desprezo de Deus
A Igreja ------------------------- Roma
• As duas cidades, de Deus e dos homens convivem lado a lado nas cidades terrenas, ou seja, se referem ao estado de espírito dos fiéis
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