Aula 1. O que é política? O que é poder?
• A palavra política vem do grego “ta polítika” e quer dizer originalmente negócios públicos dirigidos pelos cidadãos da pólis.
• Podemos definir política de três modos:
o Governo – Direção e administração do poder público sob a forma do Estado.
o Atividade especializada – Atividade de profissionais que se ocupam com o Estado, os ‘políticos’.
o Conduta na organização de uma instituição – Modo de administrar uma empresa, uma escola ou um grupo de pessoas. Nesse sentido podemos falar em uma poítica econômica, política estudantil, política sindical,…
A política foi inventada como o modo pelo qual os humanos regulam e ordenam seus interesses conflitantes, seus direitos e deveres enquanto seres que vivem em sociedade.
• A política determina as relações de poder.
• POLÍTICA - Conceitos relacionados: PODER e CONFLITO.
• A política não está desvinculada do cotidiano, não é uma atividade ‘a parte’ , ela está inserida em todas as relações sociais, seja na família, na escola, no trabalho, ou até mesmo em ambientes de lazer.
• O Poder:
• Toda ação politica envolve poder, e toda circunstância em que o poder aparece é, de alguma forma, uma situação política, ou seja:
POLÍTICA = PODER
• O poder pode ser entendido basicamente como força para agir, esta força não precisa necessariamente ser física, pode ser psicológica, emocional, de caráter, …
• Qualquer meio que permita influenciar o comportamento de outra pessoa pode ser visto como poder. Por exemplo, alguns artistas tem o poder de arrastar multidões para assistirem seus shows, as propagandas tem o poder de induzir as pessoas a comprarem determinado produto.
• Quando falamos do poder público, ou seja, do governo, devemos ter em mente que o objetivo de qualquer atividade poítica deveria ser o bem comum, suas atitudes devem necessariamente visar o benefício das pessoas da comunidade governada. É aí que entra a ética, a responsabilidade no exercício do poder visando o bem comum.
Aula 2. As ideias políticas de Platão (Atenas, 428 – 347 a.C.)
• Platão foi discípulo de Sócrates desde os vinte anos de idade, possuía intensa admiração e respeito pelo mestre, considerando-o um dos homens mais sábios de toda a Grécia.
• Em 399 a.C. Sócrates foi julgado e condenado à morte pela assembleia ateniense com a acusação de corromper a juventude e de não acreditar nos deuses.
• Platão, inconformado com a morte de seu mestre, faz severas críticas à Democracia de Atenas: como é possível que um sistema político condene a morte um de seus mais ilustres cidadãos?
• A atividade filosófica de Platão passa a ter um objetivo claro: Encontrar a comunidade perfeita, o sistema político ideal.
• Qual seria a base desta tal comunidade perfeita? A Justiça.
• Justiça: Para Platão, é justo que cada parte da sociedade cumpra uma função adequada à natureza de cada um, ou seja, se a pessoa tem um dom específico, ou mesmo muita facilidade de atuar em certa área, é justo que ela use seus talentos naturais em benefício próprio e da sociedade.
• Problema = Como saber a natureza de cada um? Através da Educação.
• A educação platônica deveria atuar no sentido de descobrir e desenvolver os talentos naturais de cada um, conhecendo assim a predisposição natural das pessoas, classificando-as de acordo com este critério.
Divisão social:
Classe produtora – os trabalhadores, agricultores, artesãos, …
Classe guerreira – os guardiões da cidade, os mais fortes.
Classe governante – Os melhores, os que se guiam pela razão.
Para Platão, somente o filósofo teria a disciplina moral e intelectual para governar, só ele teria acesso pleno à verdade, estando assim acima de qualquer lei, pois saberia distinguir as ideias corretas de justiça, bem, felicidade,…
• Fonte do poder = O conhecimento, a razão.
Aula 3. A política de Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.)
• Discípulo de Platão desde os dezessete anos, foi considerado seu aluno mais brilhante, divergiu das ideias platônicas criando seu próprio sistema filosófico.
• Aos 41 anos torna-se preceptor (professor) do jovem Alexandre, o grande, filho do rei Felipe II, esta proximidade com os círculos do poder em um grande reino tornou-se uma rica experiência para Aristóteles.
• A política deve ter por objetivo o Bem comum e a Justiça.
• Justiça (ou excelência moral) – Disposição da alma para desejar e fazer o que é justo, bom e correto de forma habitual, é o exercício da virtude moral perfeita.
• O Justo – Para Aristóteles a justiça pode ser aplicada de várias formas: distributiva, participativa e
Corretiva, de acordo com a ocasião que se apresente. Deve ser regido pelo princípio da proporcionalidade, ou seja, a justiça se coloca como uma proporção justa, adequada, um meio-termo.
• Exemplos:
o Distributiva – É justo uma pessoa receber um salário proporcional ao tempo, ao esforço e às necessidades materiais de sua família.
o Participativa – É justo que todos os grupos sociais participem das assembléias, das decisões políticas, os grupos maiores têm direito a uma maior participação nas votações.
o Corretiva – É justo punir um infrator de forma proporcional ao seu crime, restaurando ou compensando a perda da vítima.
• Segundo Aristóteles, “o homem é um animal político.”, devido à sua natureza racional e ao domínio da linguagem.
• Fonte de poder – A virtude, a natureza virtuosa.
Aula 4. O pensamento político medieval.
• A política européia do período medieval foi marcada por uma forte influência da religião cristã e pela ascensão e domínio da Igreja Católica apostólica romana, detentora do poder teológico-político.
• A religião cristã é uma comunidade cujos membros formam o povo de Deus, que vive sob a Lei de Deus.
• Objetivo da política: O bem comum e a justiça, garantindo a salvação dos fiéis.
• Teoria do bom governo – Tem por base a idéia do rei-filósofo de Platão, o governante deve servir de exemplo para a comunidade, sendo um príncipe virtuoso. Nesta teoria, a justiça do reino depende das qualidades morais do governante. Exaltação das virtudes cristãs: fé, esperança e caridade.
• Teoria do direito divino dos reis – Os reis eram considerados representantes de Deus, se estão no poder é por que Deus assim o quis, logo, desobedecer ao rei equivale a pecar contra Deus.
• Principal questão política medieval: A oposição entre o poder espiritual, eterno (o papa) e o poder temporal, finito (o imperador).
• Se a fonte de poder é Deus, então os reis e imperadores devem obediência ao papa.
• Ex: o imenso poder do papa Gregório VII (1073-1085) em conflito com o imperador Henrique IV do Sacro império romano-germânico na chamada Questão das investiduras.
• Santo Agostinho (Numídia, 354 – 430).
• Professor de retórica em Cartago, converteu-se ao cristianismo aos 32 anos, tornando-se o Bispo de Hipona e um dos maiores teólogos da Igreja Católica, suas principais obras foram: “Sobre a Trindade”, “Confissões” e “A cidade de Deus”.
• Agostinho manteve os laços entre ética e política, concebendo o amor como fundamento da comunidade social perfeita, a Cidade de Deus, em oposição à busca dos prazeres terrenos da Cidade dos homens.
CIDADE DE DEUS ------------------------- CIDADE DOS HOMENS
Cidade perfeita ------------------------- Cidade imperfeita
Finalidade divina ------------------------- Finalidade terrena
Amor de Deus ------------------------- Amor de si
Desprezo de si ------------------------- Desprezo de Deus
A Igreja ------------------------- Roma
• As duas cidades, de Deus e dos homens convivem lado a lado nas cidades terrenas, ou seja, se referem ao estado de espírito dos fiéis
Galera dos 1º anos, aqui estão todos os resumos de filosofia do trimestre, estudem para as provas com base neles e complementem com a apostila.
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