Aulas 1/2. A sociologia de Max Weber (Alemanha,
1864-1920)
- Professor universitário,
desenvolveu estudos de direito, filosofia, história e economia.
- Principais obras:
- A ética protestante e o espírito do capitalismo. (1905).
- Economia e sociedade. (1922).
- Para Weber, a pesquisa
histórica é essencial para a compreensão das sociedades.
- Funda a chamada “sociologia
compreensiva”, de caráter racionalista, considerando a ação individual
como ponto de partida para a compreensão da realidade social.
- Ação Social : Conduta humana (ato, omissão, permissão) dotada de
um significado subjetivo, que orienta o agente de acordo com o
comportamento dos outros, ou seja, o seu caráter social. Segundo Weber, há
quatro tipos ideais, ou puros de ação social:
- Racional com relação a um objetivo : Projeto para agir. Ex: Um
professor planejando a aula, um engenheiro desenhando a planta de um
prédio.
- Racional com relação a um valor : Fidelidade a valores
políticos, religiosos. Ex: um capitão que afunda com seu navio, um ataque
terrorista.
- Emocional ou
afetiva:
Reação emocional por medo, inveja, vingança,… Ex: brigas de torcidas.
- Tradicional : Ação por hábitos, crenças ou costumes. Ex:
participar de cerimônias de casamento, funeral.
OBS: A sociologia de Weber busca
compreender a ação social através do sentido que o sujeito atribuiu à sua
própria ação, ou seja, quer entender o sentido subjetivo das condutas
sociais.
·
Weber
analisa as regras e normas sociais como resultado do conjunto de ações
individuais, das decisões pessoais. Ex: Uma religião existe por que muitas
pessoas adotam estes valores, uma campanha comunitária acontece através da
decisão pessoal de cada participante.
·
A análise do capitalismo :
·
A
expansão do capitalismo moderno, cujo início ocorreu no século XIV com o
renascimento comercial só foi possível a partir da expansão da religião
protestante, em especial o Calvinismo, que pregava:
o
Ter
lucro não era mais pecado, a usura era permitida.
o
O
trabalho é o meio mais eficiente para se atingir a graça divina, a Salvação.
o
O
ascetismo é valorizado, deve-se ter disciplina e auto-controle.
o
A
prosperidade material é uma prova da predestinação, ou seja, algo que indica
que Deus escolheu certa pessoa para ser salva.
*O protestantismo proporcionou a
formação de uma nova mentalidade, um conjunto de valores e hábitos fundamentais
que criaram um ambiente propícios a expansão do capitalismo.
Obs: A reforma de Lutero teve início
em 1517, e o Calvinismo surgiu em 1534.
Aulas 3/4. A Escola de Frankfurt
- Um grupo de pensadores fundou
em 1923 o “Instituto de pesquisa social” na Alemanha, com o
objetivo de buscar explicações para as profundas transformações sociais
ocorridas à época, dando ênfase aos aspectos culturais.
- Panorama histórico: Período de expansão do capitalismo monopolista e das idéias socialistas e totalitaristas, logo após a 1ª guerra mundial (1914-1918) e a revolução russa (1917-1922).
·
Principais
influências:
O marxismo em suas várias
formas (análise das formas de domínio)
A psicanálise de
Freud, (análise dos comportamentos).
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- Max Horkheimer (1895-1973).
- Theodor Adorno (1903-1969).
- Walter Benjamim (1892-1940).
- Herbert Marcuse (1898-1979).
- Jurgen Habermas (1929- )
- Erich Fromm (1900-1980).
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* Entender as relações que movimentavam as
massas.
· * Análise crítica dos meios de
comunicação.
*
Aperfeiçoar o movimento revolucionário marxista.
* Crítica
à ideologia capitalista.
- Conceitos:
- Cultura de massa – Conjunto de manifestações culturais
que não está ligado a nenhum grupo social específico, pois é transmitido
de maneira industrializada para o público em geral por intermédio dos
meios de comunicação de massa.
- Indústria cultural – Produção industrializada de
bens culturais em larga escala para atender o grande público.
A indústria cultural vende cultura;
para vendê-la, deve seduzir e agradar o consumidor; para isso não pode
chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar, mas deve devolver-lhe com nova aparência,
o que ele já sabe, já viu, já fez. O expectador “médio” é o senso comum
cristalizado.
No capitalismo tudo é mercadoria,
inclusive as obras de arte. Segundo Adorno, massificar a arte é banalizar a
expressão artística e intelectual, ou seja, vulgarizar.
·
A
indústria cultural inverte/subverte o sentido da arte:
Expressão do talento do autor -------- reprodução repetitiva.
Momento de criação -------- produtos para o consumo rápido.
Experimentar o novo -------- consagrar o
padrão.
Provocar, chocar, incomodar -------- lazer e diversão,
satisfazer os sentidos
·
A análise dos meios de comunicação:
·
Os
programas de rádio/TV são feitos introduzindo uma divisão do público e dos
horários, isto é feito para atender as exigências dos patrocinadores.
·
A
desinformação é o principal resultado da maioria dos noticiários,
assistir regularmente estes noticiários pode provocar na maioria das pessoas:
o
Falta
de localização espacial – Perda das referências , China = Paraíba.
o
Falta
de localização temporal – Perda da relação causa/conseqüência. Só existe o
“Agora”.
*A TV/rádio ( e a internet) podem
oferecer-nos o mundo inteiro num instante, mas o fazem de tal maneira que o
mundo real desaparece, restando apenas retalhos fragmentados de uma realidade
desprovida de raiz no espaço e no tempo.
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- Inversão entre a realidade e a ficção.
- Dispersão da atenção, criando o hábito de pensar fragmentado.
- Infantilização do público, que não suporta a distância temporal entre o desejo de consumir e a satisfação dele.
- Autoritarismo – Intimidação social, com os especialistas que nos ensinam a viver.
· * Com
isso, a mídia transforma o público em uma massa inculta, infantil, desinformada
e passiva.
Aula 5. Sociologia contemporânea: Norbert Elias
(Alemanha, 1897 – 1990).
·
Sociólogo,
estudou também medicina, filosofia e psicologia.
·
Fugiu da Alemanha
nazista em 1933, indo morar na Inglaterra.
·
Foi o responsável
pela criação da chamada “sociologia figuracional”, uma área que estuda
as configurações sociais como consequências da interação social.
·
Elias parte da
ideia de que a interdependência entre os indivíduos e as relações formam
a configuração social. Por exemplo a dança, um espetáculo de dança não existe
sem os dançarinos individuais, que ao se relacionarem constroem a ação do
grupo.
·
São os próprios
indivíduos que constroem e mantém as configurações sociais baseadas em teias
ou redes de interdependência.
·
Estas teias de
interdependência agrupam os indivíduos com laços gerados socialmente,
resultando num processo de autocontrole individual.
·
Durante nossa
vida mantemos relações sociais em vários níveis com pessoas dos mais variados
grupos sociais: família, escola, igreja, clubes, torcidas, empresas,
sindicatos, …
·
Essas relações
formam teias, nós dependemos dessas relações e algumas pessoas dependem de nós,
não apenas dependência física ou material, mas emocional, intelectual e até
espiritual, com isso, nós aceitamos algumas regras de convivência e até criamos
outras, num verdadeiro processo de autocontrole de nosso comportamento.
·
Esse modelo
garante a coerção social, que mantém a estabilidade dos comportamentos,
ou seja, em nossas relações sociais criamos expectativas sobre o comportamento
dos outros e os outros esperam determinados comportamentos de nós, como
desejamos manter estas relações então nos submetemos às regras, que se tornam
tradicionais, normais.
Aula 6. Anthony Giddens, o sociólogo da modernidade
(Inglaterra, 1938-…)
·
Sociólogo
britânico, diretor da escola de economia de Londres, foi assessor do 1º
ministro Tony Blair. Criador da “terceira via” e renovador do trabalhismo.
·
Giddens fez o
estudo da modernidade, das mudanças e rupturas da sociedade atual, globalizada
e capitalista.
·
Propõe uma ruptura
e uma reinterpretação da teoria social clássica, o mundo mudou, os
conceitos mudaram e as ciências sociais devem acompanhar essa mudança,
reorganizando as categorias tradicionais.
·
Novos paradigmas
sociais:
o
Novas
composições familiares –
Monoparentais, recasamento, sem filhos, casais homossexuais.
o
Crescente
individualização – Divisão do
trabalho, busca de avanços teológicos, globalização, auto identidade.
o
Desorientação,
falta de controle, incompreensão – O
mundo se tornou tão complexo que eliminou os pontos de referência tradicionais:
família, trabalho, religião, poder político, cultura,…
o
Descontinuidade
entre a tradição antiga e a nova ordem social – Ritmo acelerado de mudanças, abrangência global, impacto da
tenologia.
·
Globalização:
o
Interdependência
cada vez maior entre o local e o global.
o
Redefinição dos
papéis sociais.
o
‘A globalização é
uma grande e perigosa aventura, a qual estamos presos e temos que participar.”
o
Não há mais
tradições sólidas, elas precisam ser defendidas a todo momento.
o
Referências
múltiplas de comportamento e de pensamento.
·
Reflexividade –
Incorporação rotineira de novos conhecimentos ou informações em ambientes que
deste modo são reorganizados, reformulados. Ex: nova família, nova escola,
novas relações de trabalho, novas formas de lazer, novas relações sociais.
·
Novas famílias
– Substituição da autoridade total dos pais pela confiança e diálogo, a
independência emocional modifica o eu.
·
Nesse rumo há uma
tendência a uma verdadeira democracia da vida privada, reorganizando o
aparente caos social.