Aula 1. Introdução à Estética.
• Estética: Do grego “aisthesis”, que quer dizer percepção sensível. É a ciência que estuda o belo e as artes.
• Conceitos:
o Sensibilidade – Capácidade de sentir e de perceber de forma sensível a realidade que nos cerca.
o Beleza – Qualquer coisa que provoque um prazer sensível, prioritariamente visual.
o Juízo de gosto – Capacidade de julgar algo belo.
• As qualidades das coisas são objetivas, as formas de perceber e de valorar são subjetivas
• Problema: Quais são os critérios que usamos para julgar algo ou alguém belo?
• Exemplos: valor material, utilidade, perfeição, prazer,…
• Concepções de arte:
o Artes e ofícios – Conjunto de procedimentos que permitem produzir algo, utilidade técnica. por exemplo: a arte médica, artesanato,…
o Belas artes – Têm por objetivo produzir e/ou representar a beleza. Utilidade de admirar algo belo. Por ex: música, pintura, …
• As sete artes clássicas:
o Pintura, escultura, poesia, música, teatro, dança e arquitetura (depois, o cinema).
Aula 2. A reflexão estética.
• “ O artista é aquele que fixa e torna acessível aos demais humanos o espetáculo de que participam sem perceber.” (Merleau-Ponty, França, 1908-1961).
• Pólos da atividade artística e principais características:
o AUTOR: Inspiração, ideia, sensibilidade e criatividade.
o OBRA DE ARTE: Mediação, representação, provocação, beleza.
o PÚBLICO: Contemplação, sensibilidade, entendimento, juízo de gosto.
• Questões relacionadas às características de cada parte envolvida na atividade artística:
o Que tipo de sensibilidade um artista deve ter ao criar uma obra de arte?
o Uma obra de arte contém beleza em si mesma, independente do público?
o Ao admirar uma obra de arte o que é mais importante? A sensibilidade ou o entendimento?
• A Criatividade pode ser entendida de duas formas:
o Senso comum - Dom especial, inato ao gênio criador.
o Psicologia/Filosofia – Capacidade de reestruturar o modo de compreender as coisas.
• Critérios para julgar uma ideia criativa: abrangência, novidade, relevância.
• A partir da criação da fotografia, do cinema e mais tarde da TV, surgem novas linguagens que subvertem as normas tradicionais, tornando mais difícil diferenciar o que é e o que não é arte.
Aula 3. Os grandes temas da Estética.
• A Estética, ou filosofia da arte possui três núcleos principais de investigação:
1. A relação entre Arte e Natureza.
• Nesta relação podemos entender a arte como:
o IMITAÇÃO – A arte imita a natureza. (Aristóteles).
A arte submissa à realidade e às regras.
O valor está na reprodução fiel ao original.
o CRIAÇÃO – A arte liberta-se da natureza.
A obra deve expressar sentimentos e emoções.
O valor está na inspiração, na originalidade e na genialidade.
o CONSTRUÇÃO – A arte subordina, determina a natureza.
A arte dá novos significados à realidade.
O valor está no sentido cultural, social.
2. A relação entre Arte e os seres humanos.
• Nesta relação podemos definir a arte como:
o CONHECIMENTO – A Arte como revelação da verdade.
É a via de acesso ao Universal.
Objetivo: conhecer algo ou direcionar uma atividade.
o ATIVIDADE PRÁTICA – Produção baseada no raciocínio.
É a forma mais sublime da técnica.
Objetivo: produzir algo.
o SENSIBILIDADE – Percepção que agrada desinteressadamente.
É a perfeição da sensibilidade.
Objetivo: a fruição prazeiroza da beleza.
3. Finalidades e funções da arte.
o FUNÇÃO PEDAGÓGICA – Meio para a educação moral da sociedade.
Fonte de inspiração religiosa.
Função de crítica social e política.
o ARTE COMO EXPRESSÃO – Revelação e manifestação da realidade.
Mostra outras dimensões do real.
É uma unidade simbólica e alegórica.
Aula 4. O pensamento político de Nicolau Maquiavel (1469-1527).
• Viveu intensamente os conflitos políticos de sua época, foi chanceler e embaixador de Florença numa Itália dividida em vários reinos e principados.
• Sua principal obra é “o príncipe” (1513-1516), que basicamente é um manual sobre como se deve governar as massas.
• Maquivel parte da política real de seu tempo, não da ideal.
• Críticas às ideias:
o Fundamento da política – Deus, a natureza ou a razão.
o Objetivos da política – O bem comum e a justiça.
o A boa política se faz com um príncipe virtuoso.
• Principais ideias:
o Não se pode contar com a boa vontade do homens, pois todos são egoístas e ambiciosos.
o A política é um fim em si mesmo.
o Se puder exerça o bem, mas deve-se saber usar o mal quando necessário.
o O objetivo da política é a tomada e a manutenção do Poder.
o A política é a lógica da força (virtú – virtude).
o “Os fins justificam os meios.” (finalidade principal: a estabilidade política).
o Maquiavel separa política de ética e direito.
o Sua filosofia expressa a realidade interna do poder.
o Governar é fazer acreditar.
Aula 5. A filosofia política de Thomas Hobbes (Inglaterra, 1588-1679)
• Formado em Oxford, esteve exilado na França durante a ditadura de Crownwell, conheceu Galileu, foi contemporâneo de Descartes e secretário de Francis Bacon.
• Sua principal obra: “O Leviatã”, publicada em 1651.
• Hobbes reuniu ideias do Racionalismo e do empirismo, partilhava do mecanicismo, rejeitando explicações metafísicas.
• Conceitos importantes:
1. Estado de natureza – Condição dos homens anterior á formação da sociedade civil.
2. Direito natural – É a liberdade que cada homem possui para usar seu próprio poder para a preservação de sua vida.
3. Estado – Homem artificial formado pela união de uma multidão em uma só pessoa, um soberano que representa a união das vontades da multidão.
• Teses de Hobbes:
1. Os homens são por natureza iguais, tem os mesmos desejos, procurando superar-se reciprocamente, tornando-se egoístas e violentos, capazes de qualquer coisa para conseguir seus objetivos.
2. No estado de natureza a vida humana é miserável, pois não há garantia nenhuma de sobrevivência e nem da satisfação dos desejos, é a guerra generalizada de todos contra todos. “O homem é o lobo do homem.”
3. A única maneira de garantir a vida humana e a satisfação pessoal é através da renúncia dos homens ao direito natural em favor de um poder suficientemente forte para garantir os pactos.
4. A sociabilidade humana não é natural, só é alcançada através de um pacto ou contrato em que a multidão confere força e poder absoluto a um soberano, com o objetivo de assegurar a paz e a prosperidade do grupo, formando assim o estado (o Leviatã – monstro bíblico).
• As teorias de Thomas Hobbes serviram de base para o Absolutismo europeu, muitos monarcas viram em suas ideias a justificativa racional para a centralização excessiva do poder em suas mãos.
Aula 6. As ideias políticas de John Locke (Inglaterra, 1632-1704)
• Viveu na Inglatera durante o conturbado século XVII, períiodo de governo da dinastia Stuart, neste período ocorre a guerra civil, o governo de Cronwell e a revolução gloriosa.
• Todo o século XVII ficou marcado pelos constantes conflitos entre a autoridade real e a autoridade do parlamento, além de conflitos religiosos entre católicos e protestantes.
• Principal problema político enfrentado por Locke = dar legitimidade às aspirações da burguesia ao poder político contra a influência da nobreza e do clero.
• Principais obras: Carta sobre a tolerância, os dois tratados sobre o governo civil e o ensaio sobre o entendimento humano.
• Conceitos:
1. Estado de natureza – Condição dos homens anterior á formação da sociedade civil, os homens nascem livres e iguais, todos tem o poder de punir os que forem contra o direito natural. ( este poder é necessário, pois os homens tendem a beneficiar a si mesmos e aos seus amigos e parentes).
2. Direito natural – Os homens tem naturalmente o direito a vida, a liberdade e a propriedade; estes bens necessários são válidos desde que sejam conseguidos através do trabalho, ou seja, o trabalho é a origem e o fundamento da propriedade.
3. Estado – Formado a partir de um contrato ( ou pacto) entre homens livres e iguais criando uma força coletiva para a execução das leis naturais.
• Para Locke as funções do Estado são:
1. Garantir o Direito natural, em especial a propriedade. ( esta ideia dá origem ao Liberalismo, nele o Estado deve respeitar a liberdade econômica dos proprietários).
2. Servir de árbitro dos conflitos da sociedade civil através da lei e da força.
3. Garantir a liberdade de consciência, ou seja, de pensamento, incluindo aí a tolerância religiosa.
• Esta teoria acaba por transformar o soberano no agente executor da soberania do povo, que tem o direito de se rebelar contra um eventual governo tirano.
• As ideias de Locke influenciaram os iluministas da Revolução francesa e os revolucionários norte-americanos que lutaram pela independência dos E.U.A.. Suas teses estão na base das democracias liberais.
Aula 7. A teoria política de Jean-Jacques Rousseau (Genebra, 1712-1778)
• Nasce na Suíça em uma família protestante, sua mãe morreu no parto e seu pai o abandonou aos dez anos, passa a levar uma vida errante, seu maior prazer eram os livros.
• Conviveu com os filósofos franceses Condillac e Diderot e com o inglês David Hume.
• A partir dos 45 anos começa a manifestar sinais claros de desequilíbrio mental ( mania de perseguição), escreve suas obras com enorme carga emocional.
• Principais obras: Discurso sobre as ciências e as artes, Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens, Nova Heloísa, Emílio, O contrato social.
• Conceitos e idéias:
1. Estado de natureza – É um estado de plena felicidade, aonde os homens vivem de forma pacífica e independente, praticando uma bondade natural (idéia que deu origem ao mito do bom selvagem).
2. Para Rousseau, a corrupção humana começou com o advento da propriedade privada e com a instituição da sociedade. A sociedade em geral é marcada pela insegurança e pela violência, por causa das disputas por riquezas e poder.
3. A solução deste problema seria a realização de um contrato social, aonde os homens renunciariam ao seu poder em favor da Vontade geral, que é a união das vontades individuais em torno de interesses em comum.
4. Estado civil – É uma associação de homens livres formando um corpo coletivo, moral, que obedece as leis que prescreve para si mesmo. O governo nada mais é do que a expressão física desta vontade geral.
5. Segundo Rousseau, só a soberania popular é absoluta, perfeita e legítima. Porém, para que a população possa exercer este poder de forma adequada precisa necessariamente ser instruída, logo, no Estado de Rousseau, a educação exerce um papel fundamental.
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