Aula 1.
Sociologia política.
- Sociologia
política = É a parte da sociologia que faz a
análise dos fenômenos políticos a partir de seus condicionantes sociais.
Parte do pressuposto de que o comportamento social não é natural.
- Mas, o que é política? Como
fazer política?
- Política = Esfera da sociedade em que diversos grupos
lutam entre si para interferir nas decisões das autoridades
administrativas.
- Fazer política = Militância partidária,
votar nas eleições, participar de sindicatos e assembleias, passeatas e
protestos, abaixo-assinados; notar que se desinteressar por política
também é uma forma de fazê-la, desde que seja feita de uma forma
consciente, como um protesto por exemplo.
- POLÍTICA É O CONFLITO DE
INTERESSES.
GOVERNO ---------- administra, organiza ------------ SOCIEDADE
SOCIEDADE--------- exerce influência----------------- GOVERNO
Aula 2. O
sistema político brasileiro.
- O Brasil se constitui como
uma República Federativa presidencialista, ou seja, é uma federação
de estados cujo presidente é o chefe de estado e de governo.
- No Brasil há a divisão de
poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
1.
O Poder Executivo ( em ago/2017):
FEDERAL----------ESTADUAL------------MUNICIPAL
Presidente-----------Governador-------------Prefeito
Quem
governa: Michel
Temer----------Geraldo Alckmin-------Paulo Serra
Presidente da
câmara---Vice-governador------Vice-prefeito
Quem
substitui: Rodrigo Maia--------------- Márcio França--------Luiz Zacarias
23 ministros
de------------25 secretários--------18 secretários
Quem auxilia: estado +
5 secretários
2.
O Poder Judiciário:
* Supremo
Tribunal Federal (STF)
FEDERAL * Tribunal Superior: da Justiça,
do trabalho, eleitoral, militar.
* Tribunais
regionais
ESTADUAL *
Tribunais de justiça estaduais (TJE)
* Fóruns
cíveis/criminais
MUNICIPAL *
Juntas eleitorais.
Aulas 3.
O Poder legislativo brasileiro
|
|
* Câmara dos
vereadores ( ente 9 e 55 vereadores).
* Eleitos para um mandato de 4
anos, sem limites para reeleição.
* São Paulo (55
vereadores), Santo André (21 vereadores).
* Leis do
município, nomes de ruas, datas comemorativas, postos
de saúde, creches,….
|
|
* Assembleia Legislativa (entre 24 e 94
deputados estaduais).
* Mandato de 4 anos, sem
limites para reeleição.
* SP
= 94 dep. est./ RJ = 70 dep. Est./ AC = 24 dep. Est.
* Leis
estaduais, escolas de ensino fundamental e médio, pedágios,
Hospitais, empresas.
|
* Senado Federal:
Representa as Unidades da federação. 3 senadores por estado e distrito federal.
81 senadores com mandato de 8 anos.
* Câmara dos
deputados: Representa o povo brasileiro.
Número proporcional a população.
Entre 8 e 70 deputados federais.
Mandato de 4 anos, sem limites para reeleição.
Número de deputados federais por estado:
SP -
70 * Notar que
os 6 maiores estados possuem juntos 52,6%
MG
- 53 dos deputados.
RJ - 46
BA
- 39 * A proporção de deputados
não é exata, Roraima tem 1 deputado
RS - 31 para cada 34.000
eleitores, enquanto São Paulo tem 1 deputado
PR - 30 para cada 433.000
eleitores.
PE - 25
CE - 22
OBS: No âmbito federal há duas casas legislativas
para garantir que todas as unidades da federação tenham condições de participar
das decisões, senão os estados menores não conseguiriam ter peso político
significativo.
Aula 4. O
longo caminho para se aprovar uma lei no Brasil.
- Projeto
de lei –
- Pode ser proposto por qualquer cidadão
brasileiro, devendo ser apresentado ao congresso por um dos deputados ou
senadores em exercício.
- Podem ser projetos de :
- Leis ordinárias – Leis comuns aprovadas
por maioria simples.
- Leis complementares – Leis que regulamentam/completam
leis já existentes, aprovadas por maioria absoluta.
- Emendas à constituição – Propõem alterações na
lei maior do país, aprovadas por 3/5 do congresso.
- A Constituição brasileira
permite o projeto de lei popular, que pode ser apresentado por 1%
do eleitorado nacional (em 2014, 1.428.220) em pelo menos cinco estados
com no mínimo 0,2% em cada um.
- Comissão
parlamentar –
- Grupos temáticos que analisam a
viabilidade, a abrangência e a constitucionalidade do projeto.
- Existem atualmente 20 comissões
permanentes, por exemplo: educação, saúde, transportes, impostos,
economia, cultura, justiça, comunicações,…
- Votação
no plenário –
- Após a aprovação do projeto
nas comissões vai para a análise dos parlamentares e para a votação no
plenário.
- Índices para aprovação:
- Leis
ordinárias/complementares – Deve ser aprovado uma vez em cada casa
legislativa por maioria simples ou absoluta.
- Emendas à constituição – Deve ser aprovado duas
vezes em cada casa legislativa, aprovadas por 3/5 do congresso.
- Em caso de alterações no
texto da lei, recomeça o trâmite, voltando para a análise dos
parlamentares, caso seja aprovado segue para o presidente.
Obs: Maioria simples: ½ +1
dos parlamentares presentes à sessão.
Maioria absoluta: ½ + 1 de
todos os parlamentares.
- Sanção
presidencial –
- O presidente da República analisa o
projeto que pode:
- Ser aprovado - Vira lei após a
publicação no Diário Oficial da União.
- Ser rejeitado – Total ou parcialmente,
neste caso, o projeto volta para o Congresso que analisa o Veto
presidencial, podendo derrubá-lo com 2/3 do total de votos. (
atualmente, 342 dep. Federais e 54 senadores).
·
Após todo este caminho, a lei ainda precisa ser
divulgada pelos grandes meios de comunicação, mais acessíveis e, mesmo assim,
não se tem garantias de que a lei vai “pegar”. Existem leis que mesmo aprovadas
ficam aguardando a regulamentação, ou seja, normas específicas de como
deve ser aplicada a lei.
Aula 5.
Os direitos civis, políticos e sociais.
- Em uma sociedade organizada
aonde a cidadania é praticada, todos têm direitos, deveres e meios de
participação, podemos distinguir três grandes tipos de direitos:
o Direito civil – Estabelece as condições legais
que regem as relações sociais, refere-se à pessoa, à família, aos bens e à sua
forma de aquisição, aos contratos. Exemplos: Liberdade de ir e vir, liberdade
de expressão, direito de defesa, ...
o Direito político – Ligado à participação popular
no exercício do poder político. Exemplos: Votar nas eleições, filiar-se a um
partido, acompanhar o trabalho dos candidatos eleitos.
o Direito social – Refere-se às condições necessárias para manter a qualidade de vida
dos cidadãos.
o Direitos sociais garantidos pela
constituição brasileira: a
educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a
assistência aos desamparados.
·
Os
direitos civis, sociais e políticos foram conquistados ao longo de séculos,
sendo a maioria deles conquistada no século XX por meio da pressão
de movimentos
sociais e de
trabalhadores.
·
No
Brasil, o Estado teve um papel fundamental na garantia desses direitos, muitos
deles cedidos pela “bondade” dos governantes colocando a população na
dependência dos líderes políticos.
Aula 6.
Marx, Weber e a cidadania.
·
Segundo
Marx, a cidadania é parte integrante da emancipação política, pois a
política é, em sua essência, uma forma de opressão.
·
A chamada
sociedade civil tem suas raízes nas relações econômicas, no ato de
compra e venda da força de trabalho pelos proletários, sendo que este ato
puramente econômico produz necessariamente a desigualdade social.
·
A
produção de desigualdade social é uma tendência crescente no sistema
capitalista, a vida sob o domínio do capital se torna alienada, manipulada, os
que têm capitais controlam os que não têm.
·
Marx
prega a eliminação completa do capital em todas as suas categorias, só
assim se consegue a emancipação humana, numa sociedade assim, nem é preciso
cidadania, pois todos seriam iguais em direitos e deveres.
·
Max Weber defendeu
que a origem das cidades modernas da Europa se deu a partir de um movimento de
cidadãos, profissionais que se reuniam em guildas, corporações, associações e
ligas comerciais.
·
Esses
novos grupos econômicos se sublevaram contra o poder da nobreza de sangue,
lutando de forma unitária para tomas o poder, garantindo a união e a coesão
social.
·
Para
Weber, a luta da burguesia pelo poder acabou por garantir a expansão de alguns
direitos civis, políticos e sociais.
·
A
cidadania para Weber é o conjunto de ações sociais resultantes da luta pelo
poder, a oposição com a nobreza e o clero fez valer a ideia de universalização
dos direitos humanos.
Aula 7.
Juventude e participação política.
·
A cidadania
é determinada pela participação política, social e econômica das pessoas de uma
comunidade.
·
A
participação política se dá através de voto, militância partidária e sindical,
participação em manifestações e de várias outras formas.
·
Existem
duas grandes dimensões de participação política:
o O poder de escolha diante de
eleições, plebiscitos e referendos.
o O controle social do Estado,
fiscalizando a atuação das pessoas eleitas.
·
Quando se
fala da participação dos jovens na política brasileira, costuma-se questionar
usando um já conhecido argumento: As gerações anteriores, que vivenciaram a
luta contra a ditadura eram muito mais politizadas e revolucionárias que a
atual geração. Esta ideia se transformou num verdadeiro estigma.
·
Hoje, as
formas de participação e de atuação se multiplicaram , vão além das formas
tradicionais como o movimento estudantil e a política partidária. Essas
mudanças transformaram as possibilidades de praticar a cidadania, logo não
podemos acusar a atual geração de apática, pois muitos participam de outra
forma.
·
Os jovens
têm capacidade e energia suficientes para assumir ou para mudar os valores e as
práticas em constante construção da configuração social.
Aula 8.
Cidadania digital e as redes sociais.
·
A cidadania
digital é a capacidade para participar das várias esferas sociais através
do universo virtual, estando on-line, conectado com tudo o que acontece.
·
A
utilização da internet trouxe benefícios significativos para a participação
democrática. Nesse sentido, os cidadãos digitais são aqueles que utilizam a
rede em busca de informações políticas. São aqueles que fazem parte de uma
sociedade verdadeiramente global
·
Uma das
principais características dessa sociedade digital é a desterritorialização, ou
seja, a cidadania não se restringe a um território, a uma cidade ou a um país,
ela não conhece fronteiras.
·
O exercício
cívico atual deixou de estar ligado apenas a questões políticas e
econômicas, passa a girar em torno de questões sociais como a luta contra a
pobreza, a preservação ambiental ou a paz social.
·
Enquanto
os meios de comunicação tradicionais como TV, rádio e jornais são
unidirecionais, as redes sociais são bidirecionais, ou seja, você não é
só o receptor, mas também o emissor de notícias e de informações com um alcance
global e instantâneo.
·
O
processo de organização das manifestações é muito bem articulado pelas redes
sociais, com a internet, as convocações ocorrem de forma imediata e
simultânea para vários grupos sociais.
·
Outra
importante característica presente é a ausência de lideranças, tornando
estes atuais movimentos completamente diferentes de outras épocas.
Aula 9. A
situação das mulheres no mundo e no Brasil.
·
Dados estatísticos da situação da mulher no mundo:(Fonte – ONU/the world’s women
2016)
·
População
mundial:
o Homens – 50,4%
o Mulheres – 49,6%
·
Expectativa
de vida:
o Homens – 68 anos.
o Mulheres – 72 anos.
·
Participação
na força de trabalho:
o Homens - 77%
o Mulheres – 50%
·
Participação
política feminina:
o No legislativo – 22%
o Chefes de governo – 19
|
·
Países governados por mulheres em maio de 2017:
o Europa – Alemanha, Reino Unido, Croácia,
Escócia, Kosovo, Lituânia, Malta, Noruega, Polônia, Suíça, Estônia.
o América – Chile.
o Ásia – Bangladesh, Nepal e Taiwan.
o África – Libéria, Namíbia e ilhas
Maurício.
o Oceania - Ilhas Marshall.
·
População brasileira:
o Mulheres – 51,4%
o Homens – 48,6%
·
Dados estatísticos da violência contra a mulher no Brasil:
·
Número de
homicídios femininos:
o Em 1980 – 1353.
o Em 1990 – 2585.
o Em 2000 – 3743.
o Em 2010 – 4465.
o Em 2013 – 4762 ( em média 13 por dia).
Aula 10.
Mulher: igualdade, diversidade e respeito.
·
No Brasil
houve avanços significativos na área dos direitos das mulheres, principalmente
na Constituição de 1988, porém ainda encontramos a discriminação, seja ela
trabalhista, familiar ou afetiva.
·
Um dos
grandes problemas é que as diferenças naturais, biológicas passam a ser vistas
como desigualdades, tornando as mulheres vulneráveis à exclusão social.
·
Essa
exclusão surge nos âmbitos político, econômico e social, tendo desdobramentos
nas áreas da cultura, educação, trabalho, políticas sociais, etnia, identidade
e outras.
·
As
relações entre homens e mulheres, ao longo dos séculos, mantém caráter
excludente e preconceituoso, deixando a mulher em condição de inferioridade. Até
mesmo os ideólogos burgueses do século XVIII destacaram a inclinação natural
das mulheres para o lar e para a educação das crianças.
·
A
educação, seja a informal doméstica ou a instrução escolar, contribui para
manter as bases da exclusão e da violência contra a mulher.
·
É a
partir de detalhes que essa imagem de inferioridade vai sendo
construída: brinquedos infantis (carrinho X boneca), estereótipos (azul X
rosa), piadas, apelidos e ofensas (chamar um garoto de mulherzinha).
·
Dessa
forma, vão sendo atribuídas personalidades padronizadas para homens e mulheres,
gerando a necessidade da existência de um ser frágil, dócil e submisso para
justificar o poder do outro, forte, agressivo e dominador.
·
A cultura
brasileira é historicamente patriarcal e machista, gerando uma situação de
desigualdade difícil de enfrentar.
·
É
necessária a desmontagem de um esquema construído numa lógica patriarcal que
dificulta a percepção de mundo, tornando a desigualdade algo “natural”.
·
A
proposta de desconstrução é a de desmontar a lógica das oposições binárias do
pensamento tradicional, evidenciando que estas são construções históricas,
podemos começar com pequenos gestos e atitudes positivas, rejeitando qualquer
rótulo de inferioridade feminina, isto como um primeiro passo rumo à igualdade
de gênero.