Aula 1. Ética e moral.
• Em nossa vida vivemos ou presenciamos certas situações que nos afetam profundamente, como por exemplo:
o Nos indignamos com atos injustos.
o Sentimos vergonha, remorso ou culpa por um ato impulsivo.
o Nos emocionamos com atos de sacrifício, de heroísmo ou de dignidade.
o Sentimos horror diante da violência extrema.
• Todos esses sentimentos exprimem nosso senso moral.
• Senso Moral: É um sentido interno do que seja bom ou mau, certo ou errado; todas as pessoas o possuem, independente de sua índole.
• Porém, existem situações que não apenas provocam sentimentos, mas exigem uma postura, uma decisão de nossa parte, como por exemplo:
o Uma pessoa querida está com uma doença incurável, vivendo por máquinas e sofrendo dores intoleráveis.
o Uma adolescente carente descobre que está grávida e não tem condições financeiras, físicas e nem emocionais para cuidar do filho.
o Um funcionário de uma grande empresa descobre que seu chefe, a pessoa que o contratou está roubando a firma, desviando dinheiro e cobrando propina dos fornecedores.
• A pergunta que se coloca nas três situações descritas acima é: o que fazer? Desligar ou não os aperelhos? (eutanásia) Fazer um aborto ou tentar criar o filho? Denunciar ou chantagear o funcionário corrupto?
• Situações como essas nos deixam em dúvida quanto a decisão a tomar, qual é a ação correta? Elas colocam à prova nossa consciência moral.
• Consciência moral: É a capacidade de agir de acordo com os princípios morais que adoramos, é a chamada “voz da consciência”.
• A partir disso podemos analisar melhor as definições formais de moral e ética.
• Moral: Conjunto de valores referentes ao bem e ao mal, ao certo e ao errado, válidos para todas as pessoas de uma comunidade, classe social ou um grupo de indivíduos.
• Ética: Pode ser entendida como uma reflexão cujo objetivo é discutir e interpretar o significado e a importância dos valores morais, sendo chamada de “filosofia moral”.
Aula 2. Os valores.
• Em toda comunicação que fazemos estamos sempre nos referindo a algo, esta referência ocorre na forma de juízos, que podem ser afirmativos, negativos, interrogativos ou imperativos.
• Juízos:
o De fato – Enuncia a constatação de algo.
(Ex: Alice é aluna do ETIP.)
o De valor – Enuncia o resultado de uma interpretação ou avaliação de algo.
(Ex: Alice é uma ótima aluna do ETIP.)
• Os valores expressam a maneira como nos relacionamos com o meio em que vivemos. “Dar valor é atribuir significados.”
• Valores:
o Relativos – Os valores são criações culturais, dependem da relação das
pessoas com o mundo.
o Absolutos – São únicos, não dependem de nenhuma condição, por exemplo:
O bem, o belo, a verdade, a justiça, a felicidade,…
OBS: Os valores citados acima podem ser considerados absolutos, o que é relativo é como cada um os interpreta, cada pessoa tem sua visão de felicidade, mas o desejo por ela é universal. O mesmo ocorre com os outros valores.
• Os valores determinam nossas escolhas, ou seja, valor é a atitude de não indiferença, é você se posicionar a favor ou contra algo, é não ficar em cima do muro, é decisão!
Aula 3. As virtudes morais.
• Virtude:
o Do grego areté – significando excelência.
o Do latim virtus – significando força.
• Sentido geral: Capacidade ou habilidade para fazer algo.
• Sentido moral: Disposição firme e constante para a prática do bem.
• Tipos de virtudes:
o Físicas – Força, resistência, agilidade,…
o Intelectuais – Memória, criatividade, raciocínio lógico,…
o Teológicas – Fé, esperança e caridade.
o Morais – Coragem, moderação, calma, orgulho, honestidade, generosidade, justiça,…
• O oposto da virtude é o vício, podemos pecar por falta ou por excesso. Por exemplo, a falta de coragem é a covardia, e o excesso de coragem é temeridade.
• A virtude da Justiça segundo Platão:
o Texto-base: “A República”, livro II, parágrafos 17 e 18.
o Tema - Qual é a natureza e a origem da Justiça?
o Explicado através do mito de anel de Giges, que conta a estória de Giges, o lídio que encontrou um anel da invisibilidade, com o poder do anel ele seduziu a rainha, matou o rei e se tornou o novo soberano.
o Platão usa este mito para explicar a tendência humana à prática da injustiça.
• A injustiça:
o Fazer sem punição é o maior bem.
o Sofrer sem reação é o maior mal.
• Segundo Platão, a origem das leis está no medo das pessoas de sofrer injustiças.
• Se dermos liberdade total de ação para o justo e para o injusto, os dois tentarão levar vantagem sobre os outros, pois essa é a natureza humana.
• Conclusão: Ninguém é justo por vontade própria, mas por obrigação.
Aula 4. As paixões humanas.
• O ser humano é:
o Um animal racional, sua essência é pensar.
o Um ser de desejo, sua essência é querer.
• Desejo:
o Impulso, energia, vibração.
o Inclinação poderosa que leva à ação, apetite sensível.
o Implica sempre na falta de algo.
o Satisfação das necessidades com prazer.
o Nasce da imaginação.
o Oferece à vontade os motivos para agir.
• Vontade:
o É o ato de querer.
o É uma ação voluntária, força de vontade.
o Apetite racional, exige deliberação, avaliação.
o Nasce da reflexão.
o Educa o desejo, direciona ações e finalidades.
• Tanto o desejo como a vontade são inclinações que levam à ação, mas enquanto o desejo busca saciar um apetite sensível, a vontade se refere a uma decisão racional.
• Desejo é paixão, vontade é decisão.
• PAIXÃO: Do grego pathos, significa: sofrer, suportar, deixar-se levar.
o Se refere aos fenômenos passivos da alma.
o O oposto da paixão é a apatia (ausência de sentimentos).
o Visão negativa – Fraqueza humana, perturbação da alma, algo que deve ser controlado.
o Visão positiva – Faz parte da natureza humana, motiva a ação, não se pode evitar ou negar, mas pode-se compreender.
o A paixão surge independentemente da nossa vontade, isto é, não podemos ter ou não ter paixão.
o É uma inclinação incontrolável, a Razão não tem forças para controlar as paixões.
o Segundo Spinoza, uma paixão só pode ser vencida por outra paixão mais forte.
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