Aula 1. O que é Filosofia?
1.
As evidências do cotidiano:
- Em nosso cotidiano
fazemos muitas ações, estamos sempre agindo, nos comunicando, afirmando,
negando, perguntando, avaliando,…
- Uma simples
pergunta ou afirmação contém silenciosamente várias crenças não
questionadas por nós, por exemplo:
- Que horas são?
Que dia é hoje?
(acredito que o tempo existe e que pode ser
medido).
- Vejo que o fogo
sempre queima o papel.
(acredito em relações de causa e efeito, numa
realidade causal).
- Chamo alguém de
mentiroso.
(acredito que verdade é diferente de mentira
e que a mentira é uma coisa ruim).
- Nossa vida
cotidiana é toda feita de crenças silenciosas, da aceitação de
evidências que nunca questionamos por que nos parecem naturais, óbvias.
2.
A atitude filosófica: crítica e reflexão:
- Podemos
substituir as questões anteriores por outras:
- O que é o
tempo? Existe a eternidade?
- O que é causa?
O que é efeito? Qual a relação entre causa e efeito?
- O que é a
verdade? O que é a mentira?
- Quais critérios
usamos para decidirmos sobre a verdade?
- Alguém que
tomasse essa decisão estaria tomando distância da vida cotidiana e de si
mesmo, teria passado a investigar o que são as crenças e os sentimentos
que alimentam silenciosamente, nossa existência, estaria começando a
adotar uma atitude filosófica.
- Assim, uma
primeira resposta à pergunta “O que
é filosofia?” Poderia ser: A decisão de não aceitar como óbvias
e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores e os
comportamentos, jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e
compreendido de modo sistemático, com rigor, coerência e lógica.
- Concluindo, ter uma atitude filosófica ou crítica é dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, é uma interrogação sobre o que são as coisas e o porquê de tudo.
- Qual seria a
utilidade da filosofia?
- Abandonar a
ingenuidade e os preconceitos do senso comum, buscando compreender o
sentido das criações humanas, sendo conscientes de si e de suas ações
numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos.
Extraído de: Chauí, Marilena. Convite à
filosofia, Ed. Ática, São Paulo, 1995.
Aula 2. Filosofar é inevitável!
·
A
Filosofia surgiu na antiga Grécia, no século VI a.C., seu significado original
é:
o
Filo – Aquele que ama.
o
Sofia – Sabedoria.
·
As
crenças e os valores que temos influenciam nossa visão da vida, do homem e do
mundo, esta visão torna-se natural, óbvia, inquestionável, sendo considerada
uma Verdade.
·
Ter
uma atitude filosófica implica em rever nossos conceitos, mas como fazer
isso?
·
Perguntando
(o que, como, por que, ...), logo, saber perguntar é fundamental!
·
Todos
podem ter uma atitude filosófica, afinal as perguntas nunca acabam, o que muda são as várias formas de respondê-las.
·
Questionamentos:
Questionamentos:
- Compreensão da realidade
- Encontrar uma razão de ser.
- Solução dos mistérios.
- O sentido da vida.
REFLEXÃO - - - - - FILOSOFIA
· O pensamento crítico é a base da filosofia, devemos buscar outros significados além do óbvio, do evidente.
·
Todos
os seres humanos são racionais, basta desenvolver o seu potencial e usar a
filosofia como base da autonomia.
· PROBLEMAS E QUESTÕES
· POSSIBILIDADES
· RAZÃO CRÍTICA
· AUTONOMIA
· Entende-se a filosofia como análise, reflexão
e crítica; ela é a busca do fundamento e do sentido da realidade em suas
múltiplas formas. A filosofia não é ciência, não é religião e nem arte, mas é
uma reflexão crítica sobre todas as coisas.
· OBS: Ver textos da apostila
Pitágoras páginas: 11, 12 e 13.
Aula 3. Arte e filosofia: sensibilidade e razão.
·
“O artista é
aquele que fixa e torna acessível aos demais humanos o espetáculo de que participam
sem perceber.” (Merleau-Ponty).
- ARTE: O prazer estético, efeito na alma, sensibilidade.
- FILOSOFIA: Racionalidade lógica, conceitos e teorias, entendimento.
- AMBAS: Reflexão sobre a realidade, mas por óticas diferentes.
·
São atividades
distintas, porém ambas partem da mesma necessidade, a de dar significados,
buscam construir sentidos da vida, da natureza e do ser.
·
A Arte ensina à
filosofia os limites e as consequências do pensamento racional.
·
A Filosofia
ensina à arte os limites da sensibilidade pura e seus desequilíbrios.
·
A visão do
artista transcende e supera o saber do senso comum.
·
O filósofo se
preocupa com o sentido das palavras, o artista com sua prática e efeito na
alma.
·
OBS: Ver textos
da apostila Pitágoras páginas: 13, 14, 17 E 18 e 22 (síntese)
Aula 4. Mito e Filosofia.
- A Filosofia
nasceu de uma reformulação e de uma racionalização das antigas narrativas
míticas, transformando-a numa nova explicação. A filosofia rompeu com a
atitude de crença nos mitos, porém manteve a ideia de busca da verdade, de
explicações sobre o mundo e os homens.
- Todos os povos
possuem mitos: gregos, nórdicos, egípcios, árabes, chineses, indigenas
brasileiros; os mitos podem ser entendidos como uma forma de compreensão
do mundo pelo imaginário popular.
- A imaginação mítica explica e aproxima o mundo natural, o mundo sobrenatural e o mundo cultural
- Mitos:
- Crenças que servem de referência para a própria identidade.
- Não são meras ilusões, mas uma primeira forma de compreensão.
- Frutos da memória coletiva, base em sentimentos (medo, desejo, paixão).
- Constroem significados, buscam compreender quem somos.
- Mito = É uma forma de buscar
explicações, geralmente sobrenaturais, de diversos aspectos da realidade,
como por exemplo: a origem do mundo e dos povos, as causas dos fenômenos
naturais, as soluções de problemas pessoais,…
- Lenda = É uma narrativa fantasiosa na
qual os fatos históricos são distorcidos, transformados pelo tempo e pela
imaginação popular.
- Os mitos e a
crença nos deuses e heróis ainda se fazem presentes atualmente, sob novos
nomes e formas, mudando de função. Não são mais fonte de explicação
da realidade e sim um aspecto específico da tradição cultural.
- Diferenças entre mito e filosofia:
- Mito:
- Narra como as coisas eram num passado distante.
- Narra a origem das coisas através do sobrenatural.
- Não se importa com contradições ou com o incompreensível.
- A crença no mito vem da autoridade de quem o conta.
- Filosofia:
- Busca explicar como e por que as coisas são como são.
- Explica a produção natural das coisas.
- Não admite contradições, exige explicações coerentes e lógicas.
- A autoridade das ideias vem da razão universal.
- OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 25, 26, 27 e 28.
Aula 5. Cosmogonia, teogonia e cosmologia.
- Homero: poeta grego
que dominou e alimentou o espírito e a imaginação grega durante gerações.
Suas principais obras são a Ilíada e a Odisseia.
- A Ilíada narra o último
ano da guerra de Tróia (Ílion), seus principais personagens são: Aquiles,
Agamenon, Pátroclo, Ulisses, Ajax (gregos) e Heitor, Príamo, Páris, Enéias
(troianos).Todos os personagens representam estereótipos de virtudes ou de
vícios.
- A Odisseia narra o retorno
do rei Ulisses (Odisseu) para Ítaca após a guerra de Tróia, Posseidon, o
rei dos mares se vinga de Ulisses fazendo-o se perder no mar durante dez
anos. A história realça a inevitabilidade do destino, imutável.
- Estes textos formavam a base
da educação grega, tanto da educação oficial, como da vida cultural
dos cidadãos comuns.
- Cosmogonia: Explicações
simbólicas e metafóricas sobre as origens do Universo.
- Teogonia: Explicações
mitológicas sobre a origem dos deuses.
- Cosmologia: Explicações
baseadas no uso da razão humana, busca os princípios gerais e universais do
Cosmos.
- OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 28, 29, 30, 31 e 34 (síntese).
Aula 6. O Teatro grego e a Filosofia.
- O Teatro grego teve início nas
festas e nos cultos ao deus Dionísio (deus do vinho, da alegria e
da música), os rituais começavam com danças, cantos e pantomimas embalados
pela música e pelo vinho.
- Estes rituais de vertente
religiosa deram origem às tragédias e as comédias gregas, musicais
religiosos que já possuíam uma representação teatral, contando com a
participação de poetas.
- O Teatro não era apenas uma forma
de lazer, ele tinha uma função estética e pedagógica, era uma forma
de conhecimento, um ócio criativo.
Fazia parte da formação do homem como pessoa e como cidadão, exigindo dos
participantes um esforço de análise e de organização racional dos
problemas humanos apresentados, unindo poesia, música e dança.
- As tragédias gregas tinham como
pano de fundo o homem dividido entre si mesmo e um destino que se
abate sobre ele.
- Principais características das
tragédias:
- A relação entre os seres humanos
e os deuses. (tradições míticas).
- O choque entre o caráter e o
destino. (consciência da ambiguidade).
- Acontecimentos aterrorizantes.
(clima trágico, uma situação-limite).
- Oposições temáticas: poder,
saber e querer.(tensão trágica).
- A reflexão do público gira em
torno de destino infeliz do herói, seu sofrimento levam o espectador a
refletir a tradição, sua vida, suas limitações e fraquezas.
- A função da tragédia era produzir
uma “catarse”, definida como purificação dos sentimentos de terror
e compaixão, das emoções do público diante das paixões humanas
representadas no palco. Ao se identificar na cena, o espectador se projeta
nos personagens, experimentando emoções que o levam a libertação dos seus
próprios sentimentos e tristezas.
- Aristóteles chamava a tragédia de “remédio
da alma”.
- Ao contrario, a comédia,
com suas críticas e seu deboche dos valores sociais, oferecia gargalhadas
para amenizar a insegurança e os temores do povo.
- O teatro e a poesia mostravam à
sociedade grega os valores essenciais, os jovens eram educados dentro
desses padrões.
- OBS: Ver textos da apostila
Pitágoras páginas: 37 a 44 e 48 (síntese).
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