Aula 1. Teoria do conhecimento.
•
Área da Filosofia que estuda a questão do
conhecimento humano, logo, suas principais questões são:
1.
Como ocorre o processo do conhecimento?
2.
Qual o alcance e os limites do
conhecimento humano?
3.
Como garantir que um conhecimento é verdadeiro?
- O processo do conhecimento ocorre na Relação entre Sujeito e Objeto.
- FONTES E FORMAS
DO CONHECIMENTO =
•
SENSAÇÃO (Matéria dos sentidos: imagens, sons,
cores,…).
•
PERCEPÇÃO (Organiza as sensações e forma
representações).
•
IMAGINAÇÃO (Estabelece relações entre imagens).
•
MEMÓRIA (Permite o acesso às percepções passadas).
•
LINGUAGEM ( Forma de expressão das ideias).
•
RACIOCÍNIO ( Atos intelectuais ligados, operações
mentais).
•
INTUIÇÃO ( Compreensão global e instantânea de
algo).
|
SENSÍVEL --- Experiência
--- Aparência
--- Certeza
(empírico)
≠ ≠ ≠
INTELECTUAL --- Razão
--- Essência --- Verdade
(inteligível)
Aula 2. Epistemologia moderna.
- A Epistemologia, que é o desenvolvimento da antiga Teoria do conhecimento, investiga os limites, as possibilidades, as origens e os tipos de conhecimento, porém, seu maior objeto é o conhecimento especializado e metódico que chamamos de Ciência.
- MÉTODO:
- Tem origem grega, significa “seguir um caminho”.
- Constitui o conjunto de procedimentos necessários para orientar
determinada atividade ou pesquisa.
- Exemplos: método dedutivo, método experimental, método
indutivista,…
- TEORIAS CIENTÍFICAS:
- Com o método, o cientista procura conhecer Leis universais que expliquem certos fenômenos particulares, o encadeamento dessas leis e de fatos faz surgir as Teorias científicas.
- Como se elabora uma teoria científica:
- Primeiramente, o cientista seleciona um FATO, visto como um PROBLEMA
a ser resolvido. Com a OBSERVAÇÃO dos fatos criam-se HIPÓTESES,
que devem guiar as EXPERIÊNCIAS, essas experiências devem comprovar
ou não as hipóteses, com resultados positivos, o cientista extrai LEIS
necessárias, que ao serem encadeadas formam as TEORIAS científicas.
- O que é uma teoria científica?
- É um sistema ordenado e coerente de proposições ou enunciados baseados em um pequeno nº de princípios, cuja finalidade é descrever, explicar e prever do modo mais completo possível um conjunto de fenômenos, oferecendo suas leis necessárias.
- Podemos citar como exemplos: a teoria da evolução, a teoria do Big bang ou a teoria da relatividade de Einstein.
- A ciência do século XVII:
- O desenvolvimento científico do século XVII foi fundamental para a
construção da ciência moderna, pois os pressupostos ali colocados serviram
de base para tudo o que foi feito a partir daí.
- Pressupostos:
- Matematização da natureza – Explicação
de eventos naturais através das relações matemáticas existentes.
- Adoção do método experimental – Não
confiar apenas nas teorias, mas fazer experimentos que as comprovem.
- Pensamento mecanicista – O Universo
é considerado uma grande máquina, aonde todos os seus elementos estão
conectados.
- Novos objetivos - Aa ciência passa a ter como objetivo
ampliar o poder dos homens sobre a Natureza.
- A partir do século XVII há uma mudança radical de postura
intelectual, com a adoção dos pressupostos citados, o homem passa a
ter poder sobre a Natureza, fabricando novas verdades.
Aula 3. A oposição entre o Racionalismo e o Empirismo.
- O RACIONALISMO:
- Doutrina
filosófica inaugurada pelo francês René Descartes (1596-1658), faz do sujeito do conhecimento o fundamento de toda a verdade.
- A Razão é a luz
natural inata que permite o acesso à verdade.
- A verdade é uma
característica das ideias e não das coisas.
- A frase
considerada símbolo do Racionalismo é o cogito cartesiano: “Penso, logo existo.” ( a primeira verdade é a minha
existência enquanto um ser pensante).
- AS IDEIAS
INATAS:
- Descartes
defende a existência de “ideias inatas”, que por serem puras
(livres dos sentidos) só podem existir porque já nascemos com elas.
- Exemplos:
Infinito, tempo, espaço, Deus, relações matemáticas,.. (intuições
intelectuais).
- O EMPIRISMO:
•
Doutrina
filosófica que encontra o seu auge nos séculos XVII e XVIII na Inglaterra com Francis
Bacon, John Locke e David Hume.
•
A
Razão, a verdade e as ideias são adquiridas por nós através da experiência
sensível, antes da experiência, nossa mente é como uma “folha em branco”.
•
A ORIGEM DAS IDEIAS:
•
As
sensações formam a percepção, a associação das percepções formam
as ideias.
•
Temos
o hábito de fazer associações; para Hume a razão é o hábito de associar ideias.
- PROBLEMAS:
•
Do Racionalismo: Se as ideias são inatas, porque mudam? (A
razão muda e prova que certas ideias são falsas.)
•
Do Empirismo: Se as ciências são apenas hábitos, não
possuem objetividade (verdade?), o conhecimento empírico é uma ilusão.
(Impossibilidade do conhecimento objetivo da realidade).
Aula 4. O Criticismo de
Immanuel Kant (Alemanha, 1724 – 1804)
- Nasce e vive a vida inteira em Konigsberg, professor
universitário de Lógica e de metafísica, não se casou nem teve filhos, era
um homem extremamente metódico, um cérebro que passou a vida investigando
o universo espiritual do homem, à procura de seus fundamentos últimos,
necessários e universais.
- Principais obras:
Prolegômenos a toda metafísica futura, Fundamentação da metafísica dos
costumes, Crítica da razão pura, Crítica da razão prática, A religião
dentro dos limites da razão,…
- Com sua postura crítica Kant faz uma verdadeira Revolução
copernicana em filosofia, invertendo o sentido da pesquisa filosófica,
o objetivo da filosofia passa a ser investigar a Razão humana, seus
limites e possibilidades, buscando responder a questão: Até onde posso ir
com a razão sem a experiência sensível? (a razão pura).
- Algumas de suas principais ideias:
- Não conhecemos a realidade fora de nossa mente ( a coisa-em-si),
só conhecemos os fenômenos, ou seja as coisas para nós. Pois todo
conhecimento começa com a sensibilidade, passando pelo “filtro” da razão
humana.
- Tempo e espaço são as
formas puras da sensibilidade, ou seja, são ferramentas mentais que
existem sem a interferência dos sentidos. A intuição de tempo e espaço se
dá a priori, antes da experiência sensível.
- Existem várias categorias do pensamento: causalidade,
contradição, identidade, qualidade, quantidade, finalidade,…
- Só é possível fazer ciência com “Juízos sintéticos a priori”, ou
seja, juízos que acrescentam algo à ideia inicial antes da experiência
sensível.
Aula 5. Iluminismo: Luzes
e trevas.
- "A Ilustração ou Iluminismo é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele é o próprio responsável. A menoridade é a incapacidade de fazer uso do seu próprio entendimento sem a condução de outro.
- O homem é o próprio culpado dessa menoridade quando sua causa reside não na falta de entendimento, mas na falta de resolução e coragem para usá-lo sem a direção dos outros.
- Não
preciso pensar, se puder pagar, outros assumirão por mim o trabalho
penoso. É muito difícil para um indivíduo isolado libertar-se da sua
menoridade que, para ele, se tornou quase uma natureza."
Extraído de: KANT,Imannuel. Resposta à pergunta: “O que é ilustração?”
- Sapere aude! (Ousai saber!): Tenha a coragem de usar seu próprio
entendimento! Este é o lema do
Iluminismo.
- Kant
faz um apelo ao exercício autônomo da razão, à liberdade de pensamento
ante o medo, a preguiça e a covardia humana, razões pelas quais uma
grande parcela da humanidade permanece dependente de seus guardiões.
- Para
Kant, é muito cômodo ser imaturo, não ser crítico, deixar que outros façam
isso por você. Dessa forma, ele afirma o uso da razão e da inteligência, o
espírito crítico e a autonomia no uso das suas faculdades mentais como o
caminho para a emancipação do homem.
- OBS: Ver textos da apostila
Pitágoras páginas: 11, 12, 15 e 16.
Aula 6. Kant e a crítica
à metafísica.
- Segundo
Kant, temos a necessidade de “despertar do sono dogmático”, mas o
que é isso?
- É
tomar como ponto de partida da metafísica a ideia de que existe uma
realidade em si que pode ser conhecida pela razão, ou seja, a afirmação de
que nossas ideias correspondem exatamente a uma realidade externa, que
existe por si mesma.
- Dogmático é aquele que
aceita, sem exame e sem crítica, afirmações sobre as coisas e sobre as
ideias. Despertar do sono dogmático é questionar, investigar a estrutura e
o poder da razão, buscando seu alcance e seus limites.
- Questões
metafísicas:
Existe uma verdade única? Ou múltiplas verdades? Como uma imagem pode
suscitar várias interpretações? Quais os critérios para validar um
conhecimento como verdadeiro?
- A metafísica tradicional nos trás
mais dúvidas que certezas, desde os antigos gregos e os medievais,
passando por Descartes e Hume, a metafísica não conseguiu elucidar as
grandes questões da humanidade. Ela é, porém, indispensável a raça humana.
- A ética de Kant se funda na
razão, seu princípio supremo da moralidade é chamado de Imperativo categórico: “Age
unicamente segundo a máxima que possa querer que se torne uma lei
universal.”, ou seja, para saber se sua ação é correta ou não, basta
universalizá-la, o que aconteceria se todo o mundo fizesse igual?
- OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 18, 19, 20 e 21.
Aula 7. Liberalismo: a
natureza do poder e do governo.
- O
pensamento liberal parte do princípio da igualdade dos
homens como seres livres e de igual capacidade, elegendo o Estado como
representante do povo na legitimação da igualdade de oportunidades entre
os indivíduos que culminaria, consequentemente, na igualdade de todos
perante a lei.
- O Liberalismo é uma doutrina
político-econômica que se refere à organização da vida social de acordo
com certos valores fundamentais: a liberdade, os direitos
individuais, o pluralismo político e o Estado de Direito.
- Estado de direito é uma
situação jurídica, ou um sistema institucional, no qual cada um é
submetido ao respeito do direito, do simples indivíduo até a potência
pública. Em outras palavras, o estado de direito é aquele no qual todos
os cidadãos inclusive os mandatários políticos (na democracia: os eleitos)
são submissos às leis promulgadas.
- Os filósofos iluministas,
criadores do Liberalismo, priorizam a investigação racional de
todas as esferas da vida humana: social, política, econômica, religiosa e
cultural.
- OBS: Ver textos da apostila
Pitágoras páginas: 25, 26 e 27.
Aula 8. O Jusnaturalismo moderno e o contrato social.
- O
Jusnaturalismo é um
movimento que se desenvolve a partir do século XVI, com o objetivo de
aproximar a lei civil da razão. Ele defende que o direito é natural,
imutável, inviolável e universal. É visto como uma lei imposta pela natureza
para tudo que existe.
- Segundo
o Jusnaturalismo, uma lei para ser lei deve ser justa. O movimento entende
como justo tudo que existe em termos de ideal e do bem comum. O direito
natural é a regulamentação necessária das relações humanas, a que se
chega através da razão, sendo, pois, independente da vontade de
Deus.
- O fundamento de todo o Direito é
a natureza humana, as regras universais devem ser descobertas por
meio do estudo da natureza dos homens, em busca de um sistema unitário,
completo e universal de direitos e deveres, comuns a todos.
- Era
uma ferramenta de suma importância que tinha a capacidade de impor limites
ao Absolutismo Estatal. Também serviu de paradigma para as revoluções
liberais, mas por ser considerado abstrato e metafísico, cedeu espaço para
o surgimento do positivismo.
- O Estado civil se estabelece a
partir de um Contrato social,
aonde as pessoas abrem mão dos direitos do Estado de natureza por
meio de um pacto social que representa a vontade do conjunto dos
indivíduos, por meio de uma legislação que busque harmonizar a vida
coletiva. Essas leis representam a “vontade geral.”
- Com isso, o Direito natural
(à vida, a liberdade e a propriedade) se transforma em Direito civil ou
positivo.
- OBS: Ver textos da apostila
Pitágoras páginas: 29, 30, 31 e 32.
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