Aula 1. Sociologia: conceitos e panorama histórico.
- A Sociologia
estuda os fenômenos sociais em geral, quer sejam ou não percebidos
como problemas.
- A expressão Fenómenos Sociais
designa os fenómenos que decorrem da vida social e do comportamento
humano, tais como os fenómenos económicos (desemprego, crescimento
económico, inflação, riqueza e sua distribuição,...), demográficos (crescimento
populacional, emigração e imigração, distribuição por faixas etárias), sociológicos,
políticos, históricos, etc.
- Uma sociedade
não é apenas a soma dos indivíduos que a compõem, mas o conjunto de
relações que ligam as pessoas.
- A Sociologia não pretende explicar tudo o que acontece na sociedade, parte de uma seleção intencional de fatos relativos ao conjunto das relações sociais possíveis de serem transformadas em uma representação da realidade.
- Problemas:
* O objeto de estudo é dinâmico,
transitório.
* O pesquisador é parte do objeto
que estuda, ou seja, não é neutro.
* Dificuldade
de submeter as teses à experimentação.
* Influências políticas e econômicas no
processo de pesquisa.
- O primeiro marco histórico do surgimento da Sociologia foi sem dúvidas a instalação definitiva da sociedade capitalista a partir do século XVIII, com as revoluções científica, industrial e francesa.
- Essas três revoluções modificaram o mundo e foram objeto de estudo de grandes pensadores, que criaram a sociologia como uma forma de entender e talvez resolver os novos problemas políticos e sociais criados por esses movimentos.
Aula 2. A sociologia de Émile Durkheim (França, 1858 –
1917).
- De família
judaica, Durkheim foi professor de sociologia na França, foi o principal
responsável pela transformação da sociologia em ciência reconhecida como
tal.
- Obras:
- Da divisão do
trabalho social.
- As regras do
método sociológico.
- O suicídio.
- Educação e
sociologia.
- Durkheim
desenvolveu o método científico da sociologia, sistematizando a
ação do pesquisador e o objeto de estudo. O centro desse método é a ideia
de que o sociólogo deve ser imparcial, tratando os fatos sociais como “coisas”.
- A sociedade não
é a simples soma dos indivíduos que a compõem, é um sistema que
representa determinada realidade com características próprias.
- Os “Fatos
sociais” consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir
exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção em virtude do qual
se lhe impõem.
- O caminho mais
adequado para os estudos sociológicos é buscar identificar as causas de um
fato social em outro fato social, ou seja, a resposta para os problemas
sociais se encontram na própria estrutura social.
- Características
dos fatos sociais:
- Exterioridade – As regras
sociais, os costumes e as leis já existem antes das pessoas e agem sobre
elas.
- Generalidade – É social
todo fato que é geral, que se aplica à todas ou a maioria das pessoas,
é de natureza coletiva.
- Coerção social – A força
(pressão) que os fatos sociais exercem sobre os indivíduos.
Aula 3. As ideias sociológicas de Émile Durkheim
(França, 1858 – 1917).
- O principal
mecanismo de coerção social é a educação, que impõe maneiras de ver, de
sentir e de agir, tentando moldar as pessoas à imagem do meio social.
- A educação
teria com objetivo central a socialização das novas gerações. Estes
jovens aprenderiam não apenas conteúdos escolares, mas a disciplina
moral e a autoridade política (respeito e submissão), sendo assim um
poderoso fator de manutenção da sociedade (coesão social).
- UNIDADE
garantida pelas SEMELHANÇAS de VALORES e IDEIAS, quando
internalizados se tornam NATURAIS, perpetuando a UNIDADE.
- Solidariedade:
- Mecânica – Crenças e
valores comuns, sociedades antigas/rurais, manter as tradições.
- Orgânica – Divisão do
trabalho, sociedades modernas/urbanas, coesão social complexa.
- O mundo moderno
caracteriza-se por uma redução na eficácia de determinadas instituições
integradoras como a religião e a família, já que os indivíduos passam
a se agrupar segundo suas atividades profissionais.
- A multiplicidade
de correntes de pensamento diluiu a coerção social, com isso há um senso
de que a moral perdeu sua eficiência no controle da sociedade.
Aula 4. As ideias sociológicas de Karl Marx (Alemanha,
1818 – 1883).
- Marx faz uma
análise crítica radical da sociedade capitalista.
- Foco
sociológico:
- As contradições
básicas da sociedade capitalista.
- As
possibilidades de superação.
- Conceitos:
- Relações sociais
de produção:
São a base de toda estrutura social. Expressam as formas de organização
dos meios de produção.
- Materialismo
histórico:
Evolução das relações materiais de subsistência.
- Matéria-prima +
Instrumentos de produção = Meios de produção.
- Meios de
produção + Trabalho humano = Forças produtivas.
- Forças
produtivas + Relações de produção = Estrutura econômica.
- O processo de
produção e reprodução da vida através do trabalho é para Marx, a principal
atividade humana, é sua história social, é o fundamento do materialismo
histórico.
- Forças
produtivas + Relações sociais de produção = INFRAESTRUTURA
- A Infraestrutura
determina a Superestrutura.
- SUPERESTRUTURA : Ideologias
políticas, doutrinas religiosas, códigos morais e estéticos, sistemas
legais de ensino e de comunicação, conhecimento científico e filosófico.
- O grande
problema do capitalismo é a posse dos meios de produção,
monopolizada pelos burgueses, só restando aos proletários vender sua
força de trabalho aos burgueses para sobreviver.
Aula 5. Conceitos marxistas.
- Mercadoria: É um objeto,
uma coisa que, por suas propriedades satisfaz as necessidades humanas,
seja qual for a natureza ou a origem delas. Possui dois tipos de valores:
- Valor de uso: A utilidade da
coisa.
- Valor de troca: O valor dado
para comercialização.
- O valor de troca
deve ser calculado a partir da quantidade de trabalho socialmente
necessário para a produção da mercadoria.
- No capitalismo,
a força de trabalho foi transformada em mercadoria.
- Fetiche da Mercadoria: Segundo Marx,
a mercadoria tem um dom especial, ela oculta, como por encanto, a sua
natureza de produto do trabalho humano e das relações sociais do processo
de produção. O valor do produto perde a relação com o trabalho e ganha
vida própria.
- Alienação: O trabalhador
não se reconhece no produto que criou ou ajudou a criar, ele não vê no
trabalho qualquer finalidade que não seja a de garantir a sobrevivência.
A alienação faz os indivíduos perderem a consciência da vida e serem
engolidos pelas diretrizes do sistema capitalista.
- Mais-valia: Tempo de
trabalho excedente em que o trabalhador produz mais do que o necessário
para sua manutenção, propiciando a acumulação de capital nas mãos dos
burgueses. A taxa de mais-valia é a expressão do grau de exploração
da força de trabalho pelo capital.
- Obs: Ver apostila
Pitágoras, páginas 13 e 14.
Aulas 6/7. A sociologia de Max Weber (Alemanha,
1864-1920)
- Professor
universitário, desenvolveu estudos de direito, filosofia, história e
economia.
- Principais
obras: A ética protestante e o
espírito do capitalismo. (1905).
Economia e sociedade. (1922).
- Para Weber, a pesquisa
histórica é essencial para a compreensão das sociedades.
- Funda a chamada
“sociologia compreensiva”, de caráter racionalista, considerando a
ação individual como ponto de partida para a compreensão da realidade
social.
- Ação Social : Conduta
humana (ato, omissão, permissão) dotada de um significado subjetivo,
que orienta o agente de acordo com o comportamento dos outros, ou seja, o
seu caráter social. Segundo Weber, há quatro tipos ideais, ou puros de
ação social:
- Racional com relação a um objetivo : Projeto para
agir. Ex: Um professor planejando a aula, um engenheiro desenhando a
planta de um prédio.
- Racional com relação a um valor : Fidelidade a
valores políticos, religiosos. Ex: um capitão que afunda com seu navio,
um ataque terrorista.
- Emocional ou afetiva: Reação
emocional por medo, inveja, vingança,… Ex: brigas de torcidas.
- Tradicional : Ação por
hábitos, crenças ou costumes. Ex: participar de cerimônias de casamento,
funeral.
A sociologia de Weber
busca compreender a ação social através do sentido que o sujeito atribuiu à
sua própria ação, ou seja, quer entender o sentido subjetivo das condutas
sociais.
·
Weber
analisa as regras e normas sociais como resultado do conjunto de ações
individuais, das decisões pessoais. Ex: Uma religião existe por que muitas
pessoas adotam estes valores, uma campanha comunitária acontece através da
decisão pessoal de cada participante.
·
A análise do
capitalismo :
·
A
expansão do capitalismo moderno, cujo início ocorreu no século XIV com o
renascimento comercial só foi possível a partir da expansão da religião
protestante, em especial o Calvinismo, que pregava:
o
Ter
lucro não era mais pecado, a usura era permitida.
o
O
trabalho é o meio mais eficiente para se atingir a graça divina, a Salvação.
o
O
ascetismo é valorizado, deve-se ter disciplina e auto-controle.
o
A
prosperidade material é uma prova da predestinação, ou seja, algo que indica
que Deus escolheu certa pessoa para ser salva.
O protestantismo
proporcionou a formação de uma nova mentalidade, um conjunto de valores e
hábitos fundamentais que criaram um ambiente propício a expansão do
capitalismo.
Obs: A reforma de
Lutero teve início em 1517, e o Calvinismo surgiu em 1534.