Aula 1. O Criticismo de
Immanuel Kant (Alemanha, 1724 – 1804)
- Nasce e vive a vida inteira em Konigsberg, professor
universitário de Lógica e de metafísica, não se casou nem teve filhos, era
um homem extremamente metódico, um cérebro que passou a vida investigando
o universo espiritual do homem, à procura de seus fundamentos últimos,
necessários e universais.
- Principais obras:
Prolegômenos a toda metafísica futura, Fundamentação da metafísica dos
costumes, Crítica da razão pura, Crítica da razão prática, A religião
dentro dos limites da razão,…
- Com sua postura crítica Kant faz uma verdadeira Revolução
copernicana em filosofia, invertendo o sentido da pesquisa filosófica,
o objetivo da filosofia passa a ser investigar a Razão humana, seus
limites e possibilidades, buscando responder a questão: Até onde posso ir
com a razão sem a experiência sensível? (a razão pura).
- Algumas de suas principais ideias:
- Não conhecemos a realidade fora de nossa mente (a coisa-em-si),
só conhecemos os fenômenos, ou seja as coisas para nós. Pois todo
conhecimento começa com a sensibilidade, passando pelo “filtro” da razão
humana.
- Tempo e espaço são as
formas puras da sensibilidade, ou seja, são ferramentas mentais que
existem sem a interferência dos sentidos. A intuição de tempo e espaço se
dá a priori, antes da experiência sensível.
- Existem várias categorias do pensamento: causalidade,
contradição, identidade, qualidade, quantidade, finalidade,…
- Só é possível fazer ciência com “Juízos sintéticos a priori”, ou
seja, juízos que acrescentam algo à ideia inicial antes da experiência
sensível.
Aula 2. Iluminismo: Luzes
e trevas.
- A
Ilustração ou Iluminismo é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele é o próprio responsável. A
menoridade é a incapacidade de fazer uso do seu próprio entendimento sem a
condução de outro.
- O
homem é o próprio culpado dessa menoridade quando sua causa reside não na
falta de entendimento, mas na falta de resolução e coragem para usá-lo sem
a direção dos outros.
- Não
preciso pensar, se puder pagar, outros assumirão por mim o trabalho
penoso. É muito difícil para um indivíduo isolado libertar-se da sua
menoridade que, para ele, se tornou quase uma natureza.
Extraído de: KANT,Imannuel. Resposta à pergunta: “O que é ilustração?”
- Sapere aude! (Ousai saber!): Tenha a coragem de usar seu próprio
entendimento! Este é o lema do
Iluminismo.
- Kant
faz um apelo ao exercício autônomo da razão, à liberdade de
pensamento ante o medo, a preguiça e a covardia humana, razões pelas
quais uma grande parcela da humanidade permanece dependente de seus
guardiões.
- Para
Kant, é muito cômodo ser imaturo, não ser crítico, deixar que outros façam
isso por você. Dessa forma, ele afirma o uso da razão e da inteligência, o
espírito crítico e a autonomia no uso das suas faculdades mentais como o
caminho para a emancipação do homem.
- OBS: Ver textos da apostila
Pitágoras páginas: 11 a 16.
Aula 3. Kant e a crítica
à metafísica.
- Segundo
Kant, temos a necessidade de “despertar do sono dogmático”, mas o
que é isso?
- É
tomar como ponto de partida da metafísica a ideia de que existe uma
realidade em si que pode ser conhecida pela razão, ou seja, a afirmação de
que nossas ideias correspondem exatamente a uma realidade externa, que
existe por si mesma.
- Dogmático é aquele que
aceita, sem exame e sem crítica, afirmações sobre as coisas e sobre as
ideias. Despertar do sono dogmático é questionar, investigar a estrutura e
o poder da razão, buscando seu alcance e seus limites.
- Questões
metafísicas:
Existe uma verdade única? Ou múltiplas verdades? Como uma imagem pode
suscitar várias interpretações? Quais os critérios para validar um
conhecimento como verdadeiro?
- A metafísica tradicional nos trás
mais dúvidas que certezas, desde os antigos gregos e os medievais,
passando por Descartes e Hume, a metafísica não conseguiu elucidar as
grandes questões da humanidade. Ela é, porém, indispensável a raça humana.
- A ética de Kant se funda na
razão, seu princípio supremo da moralidade é chamado de Imperativo categórico: “Age
unicamente segundo a máxima que possa querer que se torne uma lei
universal.”, ou seja, para saber se sua ação é correta ou não, basta
universalizá-la, o que aconteceria se todo o mundo fizesse igual?
- OBS: Ver textos da apostila
Pitágoras páginas: 16 a 21.
Aula 4. Liberalismo: a
natureza do poder e do governo.
- O
pensamento liberal parte do princípio da igualdade dos
homens como seres livres e de igual capacidade, elegendo o Estado como
representante do povo na legitimação da igualdade de oportunidades entre
os indivíduos que culminaria, consequentemente, na igualdade de todos
perante a lei.
- O Liberalismo é uma doutrina
político-econômica que se refere à organização da vida social de acordo
com certos valores fundamentais: a liberdade, os direitos
individuais, o pluralismo político e o Estado de Direito.
- Estado de direito é uma
situação jurídica, ou um sistema institucional, no qual cada um é
submetido ao respeito do direito, do simples indivíduo até a potência
pública. Em outras palavras, o estado de direito é aquele no qual todos
os cidadãos inclusive os mandatários políticos (na democracia: os eleitos)
são submissos às leis promulgadas.
- Os filósofos iluministas,
criadores do Liberalismo, priorizam a investigação racional de
todas as esferas da vida humana: social, política, econômica, religiosa e
cultural.
- OBS: Ver textos da apostila
Pitágoras páginas: 27 a 30.
Aula 5. O Jusnaturalismo moderno
e o contrato social.
- O
Jusnaturalismo é um
movimento que se desenvolve a partir do século XVI, com o objetivo de
aproximar a lei civil da razão. Ele defende que o direito é natural,
imutável, inviolável e universal. É visto como uma lei imposta pela natureza
para tudo que existe.
- Segundo
o Jusnaturalismo, uma lei para ser lei deve ser justa. O movimento entende
como justo tudo que existe em termos de ideal e do bem comum. O direito
natural é a regulamentação necessária das relações humanas, a que se
chega através da razão, sendo, pois, independente da vontade de
Deus.
- O fundamento de todo o Direito é
a natureza humana, as regras universais devem ser descobertas por
meio do estudo da natureza dos homens, em busca de um sistema unitário,
completo e universal de direitos e deveres, comuns a todos.
- Era
uma ferramenta de suma importância que tinha a capacidade de impor limites
ao Absolutismo Estatal. Também serviu de paradigma para as revoluções
liberais, mas por ser considerado abstrato e metafísico, cedeu espaço para
o surgimento do positivismo.
- O Estado civil se estabelece a
partir de um Contrato social,
aonde as pessoas abrem mão dos direitos do Estado de natureza por
meio de um pacto social que representa a vontade do conjunto dos
indivíduos, por meio de uma legislação que busque harmonizar a vida
coletiva. Essas leis representam a “vontade geral.”
- Com isso, o Direito natural
(à vida, a liberdade e a propriedade) se transforma em Direito civil ou
positivo.
- OBS: Ver textos da apostila
Pitágoras páginas: 31 a 34.
Aulas
6/7. O Romantismo alemão.
- Movimento
filosófico, literário e artístico que se iniciou na Alemanha ao final do
século XVIII e teve seu auge em toda a Europa do século XIX.
- Grandes nomes:
Fichte, Schelling e Hegel.
Principais ideias:
- Reconhecimento
do valor do sentimento como uma categoria espiritual inerente à
natureza humana.
- Ao contrário do
Criticismo de Kant, que reconhece os limites da razão humana, o Romantismo
entende a razão como uma força infinita que habita o mundo e o
domina, a razão é a própria substância do mundo.
- A razão é o
princípio infinito da consciência, da atividade, da liberdade e da
capacidade criadora.
- As coisas
finitas são manifestações do infinito, Schelling vê no mundo a obra de
arte da Razão absoluta.
- O idealismo e o
positivismo são vertentes do romantismo, que torna a ciência, a razão e o
espírito infinitos.
Características:
- Otimismo: convicção de
que a realidade é o que deveria ser, é a sua melhor forma.
- Providencialismo: A história é o
processo necessário no qual se manifesta ou se realiza a própria razão
infinita, nada é inútil ou irracional, tudo faz parte de um progresso
necessário.
- Tradicionalismo: O romantismo
reconhece todos os momentos da história como bons, regressa ao passado e o
exalta. As instituições históricas (Estado, Igreja) são dotadas de valor
absoluto e destinadas à eternidade.
- Titanismo: O culto do
infinito reconhece o caráter insuportável de tudo o que é finito, exalta a
rebelião contra tudo o que é limite, regra. O nome vem do titã Prometeu da
mitologia grega.
- OBS: Ver textos
da apostila Pitágoras páginas 43 a 46.
Aula
8. Georg W. Friedrich Hegel (Alemanha, 1770 – 1831).
- Formado
em filosofia e teologia, preceptor e professor universitário, com o
sucesso de suas ideias passa a ser o filósofo oficial do Estado prussiano
e a grande referência da cultura alemã.
- Principais
obras: Fenomenologia do espírito (1807), A ciência
da lógica (1812) e a Enciclopédia das ciências filosóficas (1817) e textos
sobre direito, história, arte e religião.
- A visão
de Napoleão Bonaparte em 1806 causou profunda impressão em Hegel: “vi o
imperador, essa alma do mundo, cavalgar através da cidade, é um sentimento
maravilhoso contemplar tal indivíduo que, montado a cavalo, abraça o mundo
e o domina”.
- Para
Hegel, ‘aquilo que é racional é
real, e aquilo que é real é racional’. Esta frase expressa a necessária,
total e substancial identidade da realidade com a razão.
- O
finito se dissolve no infinito e aquilo que é, é apenas o infinito. (Tudo
é Deus).
- Essa
união entre realidade e ideia eliminaria o problema da correspondência
entre as ideias na mente e as coisas fora dela e daria uma solução ao
problema da verdade.
- A mente
humana deve elaborar conceitos a partir do conteúdo real que a experiência
sensível fornece, com isso: o objetivo do Direito é a justificação
racional da realidade política e o objetivo da psicologia é a justificação
racional da realidade psíquica.
- Toda
coisa que é, é necessariamente aquilo que é, o saber é um saber
necessário, é ciência, e a ciência é uma atividade dialética, a realidade
é um processo dialético.
- DIALÉTICA
HEGELIANA:
TESE + ANTÍTESE = SÍNTESE.
- A
dialética é a lei do desenvolvimento da realidade, é a maneira como a
Razão se reconhece na realidade.
- Da
oposição entre duas ideias opostas, uma a favor e outra contrária surge
uma evolução através da síntese, e assim o saber humano evolui.
- Podemos
citar como exemplo as relações históricas entre os senhores e os escravos,
para Hegel esta foi uma relação social racional, necessária para a
evolução econômica da humanidade.
- OBS: Ver textos da apostila
Pitágoras páginas 46 a 49.
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