Aula 1.
Georg W. Friedrich Hegel (Alemanha, 1770 – 1831).
- Formado em filosofia e teologia, preceptor e professor universitário, com o sucesso de suas ideias passa a ser o filósofo oficial do Estado prussiano e a grande referência da cultura alemã.
- Principais obras: Fenomenologia do espírito (1807), A ciência da lógica (1812) e a Enciclopédia das ciências filosóficas (1817) e textos sobre direito, história, arte e religião.
- A visão de Napoleão Bonaparte em 1806 causou profunda impressão em Hegel: “vi o imperador, essa alma do mundo, cavalgar através da cidade, é um sentimento maravilhoso contemplar tal indivíduo que, montado a cavalo, abraça o mundo e o domina”.
- Para Hegel, ‘aquilo que é racional é real, e aquilo que é real é racional’. Esta frase expressa a necessária, total e substancial identidade da realidade com a razão.
- O finito se dissolve no infinito e aquilo que é, é apenas o infinito. (Tudo é Deus).
- Essa união entre realidade e ideia eliminaria o problema da correspondência entre as ideias na mente e as coisas fora dela e daria uma solução ao problema da verdade.
- A mente humana deve elaborar conceitos a partir do conteúdo real que a experiência sensível fornece, com isso: o objetivo do Direito é a justificação racional da realidade política e o objetivo da psicologia é a justificação racional da realidade psíquica.
- Toda coisa que é, é necessariamente aquilo que é, o saber é um saber necessário, é ciência, e a ciência é uma atividade dialética, a realidade é um processo dialético.
- DIALÉTICA HEGELIANA: TESE + ANTÍTESE = SÍNTESE.
- A dialética é a lei do desenvolvimento da realidade, é a maneira como a Razão se reconhece na realidade.
- Da oposição entre duas ideias opostas, uma a favor e outra contrária surge uma evolução através da síntese, e assim o saber humano evolui.
- Podemos citar como exemplo as relações
históricas entre os senhores e os escravos, para Hegel esta foi uma
relação social racional, necessária para a evolução econômica da
humanidade.
- OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas 46 a 49.
Aula 2. Razão e consciência.
·
A questão filosófica central dos pensadores do
século XIX e do início do século XX é a dos limites existentes entre a razão e
a consciência.
·
“O coração tem razões que a própria razão
desconhece”. (Blaise Pascal)
·
A razão científica não é capaz de explicar e
resolver todos os problemas e situações humanas, questiona-se a crença na
superioridade da razão como principal critério de humanização e de
superioridade do homem, crença essa que busca justificar o domínio sobre a
natureza, os homens e culturas.
·
Até que ponto a razão científica (criadora) é capaz
de orientar a vontade e os desejos humanos?
·
Os homens se julgam racionais, mas são capazes de
cometer atos terríveis, verdadeiras atrocidades e justificá-las em nome da
razão, existem inúmeros exemplos históricos disso: a escravidão dos africanos,
o massacre dos índios americanos, as guerras religiosas, o holocausto dos
judeus, as bombas atômicas no Japão, os massacres étnicos na Bósnia.
·
O ser humano é realmente civilizado? A razão humana
tem algum poder sobre as emoções?
·
Se entendermos a civilização como uma manifestação
cultural, então a evolução cultural da humanidade pode nos dar pistas preciosas
sobre essa questão.
·
A ideia da cultura como formação humana, chamada de Paideia,
surge entre os antigos gregos, que entendiam a educação num contexto
mais amplo, não se educa alguém só com teorias e ideias, mas também com a arte,
a justiça, a beleza e a política.
·
A partir do Iluminismo, no século XVIII, a
ideia de civilização adquire um sentido universal sob o domínio da razão.
·
As criações humanas não estão associadas apenas à
razão, mas a valores morais e espirituais que influenciam decisivamente o
comportamento das pessoas.
·
Para Hegel, a cultura é uma produção
histórica que se desenvolve a partir das relações dos homens com os outros e
com a natureza, em um processo de criação cultural.
·
A cada período histórico, o Espírito ou razão
universal produz uma cultura determinada, que exprime o estágio de
desenvolvimento espiritual e racional da Humanidade num progresso contínuo.
- OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas 59 a 62 (só as partes grifadas).
Aula 3. A crítica à consciência: Marx e Freud.
·
O materialismo histórico de Karl Marx
pode ser considerado uma crítica à tendência de superioridade racionalista.
·
Materialismo histórico:
Concepção marxista segundo a qual os acontecimentos históricos e as relações
sociais eram determinados pelas condições materiais de existência, que
incluíam o trabalho e a luta de classes.
·
O sistema capitalista se desenvolveu e se expandiu a
partir da exploração dos trabalhadores pelas classes dominantes, sua ideologia
faz as pessoas entenderem a exploração como algo natural, histórico,
tornando-as alienadas.
·
A alienação no sentido marxista faz os
indivíduos perderem a consciência da própria vida e serem engolidos pelas
diretrizes do sistema capitalista.
·
Conclusão óbvia: somos todos manipulados pelo
sistema opressor capitalista, vivemos uma ilusão social.
·
A psicanálise de Sigmund Freud também
contribuiu decisivamente para o desencanto com a razão humana.
·
Freud divide a estrutura psíquica em três partes:
o Consciente –
Conjunto de fatos psíquicos de que temos conhecimento imediato.
o Subconsciente –
Conjunto de fatos psíquicos que estão latentes e podem facilmente aflorar à
consciência através da memória ou do desejo.
o Inconsciente –
Conjuntos de fatos psíquicos que não podem ser trazidos à consciência nem pela
vontade, nem pela memória, podem surgir nos sonhos e nas neuroses.
·
Com a ideia de inconsciente, Freud mostra que
o homem não se define pela racionalidade, e sua mente não se caracteriza apenas
pela consciência.
·
Ela é determinada por desejos e impulsos de que não
temos conhecimento e que, embora reprimidos, permanecem na mente e
manifestam-se em nosso comportamento.
Aulas 4/5. A crítica à moral: Friedrich Nietzsche
(Alemanha, 1844 – 1900)
·
Filho de pastor protestante e professor de filologia
clássica (estudo das origens culturais das palavras e das formas
literárias) na Universidade da Basileia na Suíça.
·
Profundo estudioso dos antigos gregos, tinha
verdadeira admiração pela cultura clássica.
·
Influências teóricas de A. Schopenhauer
(ateísmo e pessimismo com a miséria humana) e do músico Richard Wagner
(expressão musical das tragédias gregas).
·
Nietzsche viveu intensamente a filosofia, para ele o
filósofo deveria ser um artista e um médico, sua investigação é subjetiva e
autobiográfica.
·
“Todos os grandes problemas exigem um grande amor e
só espíritos rigorosos, claros e seguros são capazes de tal, pois os grandes
problemas não se deixam apreender pelos débeis e pelos seres com sangue de rã.”
(A Gaia ciência, § 345).
Principais ideias:
·
A tragédia grega é o ápice da perfeição artística,
mas começou sua decadência com o advento do Racionalismo.
·
O homem é o criador dos valores, mas esquece de sua
própria criação e vê neles algo de transcendente, de eterno e verdadeiro,
quando os valores não são mais do que algo humano, demasiado humano.
·
O cristianismo, a metafísica e o racionalismo são a
manifestação da decadência humana, isto é, da fraqueza e da negação da vida.
·
A vida é dor, luta, destruição, crueldade,
incerteza, erro. É a própria irracionalidade, não tem ordem nem finalidade, o
acaso a domina. Podemos ter diante da vida uma atitude de renúncia
(fuga, ascetismo cristão) ou de aceitação (exaltação, superação do
homem).
·
Todos os valores fundados na renúncia e na
diminuição da vida, todas as chamadas virtudes que tendem a mortificar a
energia vital e a destroçar e empobrecer a esperança e a vida, degradam o homem
e são indignas dele.
·
É realmente virtude toda paixão que diz sim à
vida e ao mundo. (Vontade de poder).
·
Nietzsche opera uma inversão de valores, o
que sempre foi considerado um bem é na verdade um mal e vice-versa.
ESCRAVOS
|
SENHORES
|
MISÉRIA
|
RIQUEZA
|
DOR
|
PRAZER
|
FRAQUEZA
|
FORÇA
|
DEVER
|
LIBERDADE
|
TRANSCENDÊNCIA
|
IMANÊNCIA
|
HUMILDADE
|
ARROGÂNCIA
|
MORTE
|
VIDA
|
BEM ------------------------------------------ MAL
OU
MAL ------------------------------------------ BEM
·
Para Nietzsche, a moral
dos fracos foi inventada para controlar e dominar os fortes, eles invejam
os fortes e como não conseguem ter e fazer o mesmo, procuram pela renúncia à
vida e pelo sofrimento voluntário alcançar a felicidade em uma vida futura,
eterna, após a morte.
Aula 6. A
Escola de Frankfurt
- Um grupo de pensadores fundou em 1923 o “Instituto de pesquisa social” na Alemanha, com o objetivo de buscar explicações para as profundas transformações sociais ocorridas à época, dando ênfase aos aspectos culturais.
- Panorama histórico: Período de expansão do
capitalismo monopolista e das ideias socialistas e totalitaristas, logo
após a 1ª guerra mundial (1914-1918) e a revolução russa (1917-1922).
·
Principais
influências:
O marxismo em suas várias formas (análise
das formas de domínio).
A psicanálise de Freud,
(análise dos comportamentos).
- Nomes:
* Max Horkheimer
(1895-1973).
* Theodor Adorno (1903-1969).
* Walter Benjamim (1892-1940)
* Herbert Marcuse (1898-1979)
* Jurgen Habermas (1929- )
* Erich Fromm (1900-1980).
- Questões
- Entender as relações que movimentavam as massas.
- * Análise crítica dos meios de comunicação.
- * Aperfeiçoar o movimento revolucionário marxista.
- * Crítica à ideologia capitalista.
- Conceitos:
- Cultura de massa – Conjunto de manifestações
culturais que não está ligado a nenhum grupo social específico, pois é
transmitido de maneira industrializada para o público em geral por
intermédio dos meios de comunicação de massa.
- Indústria cultural – Produção industrializada de
bens culturais em larga escala para atender o grande público.
A indústria cultural vende cultura;
para vendê-la, deve seduzir e agradar o consumidor; para isso não pode
chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar, mas deve devolver-lhe com nova aparência,
o que ele já sabe, já viu, já fez. O expectador “médio” é o senso comum
cristalizado.
No capitalismo tudo é mercadoria,
inclusive as obras de arte. Segundo Adorno, massificar a arte é banalizar a
expressão artística e intelectual, ou seja, vulgarizar.
·
A
indústria cultural inverte/subverte o sentido da arte:
ARTE INDÚSTRIA CULTURAL
1. Expressão do talento do autor ----- reprodução repetitiva.
2. Momento de criação ------------------ produtos
para o consumo rápido.
3. Experimentar o novo ----------------- consagrar o
padrão.
4. Provocar, chocar, incomodar ------- lazer e diversão,
satisfazer os
Sentidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário