Aula 1. A
análise de Sérgio Buarque de Holanda: “Raízes do Brasil”.
·
Sérgio
Buarque (1902-1982), sociólogo paulista, autor de “Raízes do Brasil”, defende a
tese da natural cordialidade brasileira.
·
A
colonização portuguesa do Brasil se processou a partir de valores de
aventura, em oposição à valorização do trabalho.
·
A
aventura e a busca pela riqueza eram mais bem-vindas ao colono do que o
trabalho rotineiro e bem organizado.
·
Havia uma
verdadeira ânsia de prosperidade sem custo e sem esforço, uma busca
desenfreada de títulos, posições e riquezas fáceis.
·
Principais características:
ü Espírito de aventura – O gosto
pelo risco, o desleixo com a organização.
ü Ética do mérito pessoal – o culto
à personalidade, ao carisma pessoal.
ü Família patriarcal – o poder do
senhor de terras e escravos era quase absoluto.
ü O homem cordial – relações
baseadas em aspectos emotivos, pessoais.
ü Outras características –
personalismo, clientelismo e patrimonialismo.
·
A análise
histórica se faz necessária, pois muito do que somos hoje enquanto povo e nação
se constituiu através de elementos presentes nas várias fases de nossa
história.
Aula 2. A
formação da identidade brasileira: Brasil brasileiro?
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A
sociedade brasileira possui características próprias reconhecidas como típicas
de nosso país, e não só o carnaval, o futebol ou a feijoada, mas um padrão de
comportamento específico.
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Ao mesmo
tempo em que somos reconhecidamente um povo alegre, festivo, receptivo e
criativo, também somos conhecidos com o um povo desorganizado, passional,
individualista e corrupto, sem esquecer nossa maior marca que é o “jeitinho
brasileiro”, a malandragem típica vista por uns como negativa e por outros como
positiva.
·
Temos uma
sociedade civil recente, com aproximadamente 128 anos, em processo de
amadurecimento, com características que queremos e precisamos mudar, tais como:
o Elitismo – As classes sociais com mais
renda defendem o interesse de poucos.
o Complexo de inferioridade – Consideramos sempre o que vem
de fora melhor.
o Ausência de participação popular – A falta de um sentimento
social e prioridade ao pessoal.
·
A ausência
de preocupações sociais é um dos mais graves problemas que encontramos no
Brasil, salvo algumas ações comunitárias de ajuda, que só avançam quando tem o
apoio da grande mídia, é muito raro vermos atitudes sociais de sucesso, alguns
chegam mesmo a desprezar e desconfiar de pessoas que se dedicam ao social, com
raciocínios do tipo: “ele deve estar ganhando algum para fazer isso”.
·
Não
existe um rumo certo, um projeto social de desenvolvimento, cada um vai levando
sua vida, se importando apenas com as pessoas mais próximas, qualquer
preocupação social é vista como uma ilusão, algo abstrato que não faz parte do
cotidiano.
·
A
sociedade civil brasileira nem sabe o que quer ser.
·
OBS: Ver
textos da apostila Pitágoras páginas: 38 e 39.
Aulas 3/4.
Análise de ambientes culturais: A família.
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Modelo tradicional
de família: pai, mãe e filhos.
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Aspectos
importantes para a manutenção da família tradicional: fidelidade,
exclusividade, garantia de propriedade.
·
Podemos
conceber a instituição familiar como:
o Organização natural – Se é algo natural, então
qualquer forma diferente da tradicional é “anti-natural”, ou seja, errado.
o Determinação divina – A família é obra de Deus: “o
que Deus uniu o homem não separa.” Qualquer forma diferente pode ser
considerado ‘pecado”.
o Produto histórico-cultural – A família não é natural, nem
divina, mas algo construído culturalmente, cada sociedade adota aquilo que é
conveniente para sua cultura.
· Funções:
Transmissão dos padrões culturais vigentes.
Desenvolvimento físico, psíquico e social.
Absorção e manutenção de valores ideológicos.(*)
· Influências:
Fatores econômicos. Ex: a mulher no mercado de trabalho.
Meios de comunicação de massa. Ex: exposição constante na mídia.
Instituições educacionais. Ex: aprendizagem cada vez mais precoce.
· Segundo o psicanalista francês Jacques Lacan (Paris, 1901 – 1981), a família preside os processos fundamentais do desenvolvimento psíquico através de três mecanismos básicos.
· A primeira educação:
|
Os pais são os modelos de comportamento.
Os adultos tem poder sobre as crianças. (Autoridade).
Dependência física e psicológica quase total.
· Aquisição da linguagem:
|
Ferramenta imprescindível para a sociedade.
Possibilita a compreensão da realidade.
· A repressão do desejo:
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Ao nascer, a mãe é o mundo.
Tempo de espera para a satisfação dos desejos.
Limites impostos pela realidade, lidar com as frustrações.
Repressão dos impulsos agressivos e eróticos.
· OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 47 e 48.
Aulas 5/6.
Análise de ambientes culturais: a escola.
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Instituição
social que faz a mediação entre o indivíduo e a sociedade. Com a
educação a criança se humaniza, se socializa, aumentando assim sua autonomia.
- Evolução da Escola:
Antiguidade
– O meio social educa, aprende-se fazendo.
Idade média
– Escola para as elites, religião e poder.
Idade moderna – Ainda
elitistas, porém mais técnicas.
Revolução industrial – Universalização do ensino,
preparo para o trabalho.
Atualmente - Preparação
visando suprir as necessidades sociais.
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Principais problemas:
·
O abismo entre a escola e o meio
social.
o Ao buscar a proteção das crianças
e dos jovens contra os perigos sociais, a escola substitui a realidade social
por uma realidade escolar fechada, criando um distanciamento do
cotidiano.
o Com este modelo, a escola forma
uma pessoa passiva perante o seu meio social, que não sabe aplicar
os conhecimentos aprendidos para entender e atuar no mundo.
·
A discutível utilidade do saber
escolar.
o Segundo as teorias pedagógicas, o
lugar social que o indivíduo ocupará na sociedade depende do grau de
cultura que adquirir, atestando o saber através de diplomas, que se
tornam passaportes para a vida social.
o O grau de cultura adquirido pela
pessoa depende do lugar social ocupado por sua família, depende de sua classe
sócio-econômica.
o Em muitos casos há um problema
metodológico significativo: algumas escolas ensinam as respostas sem que se
tenha feito perguntas, não há o estímulo para os alunos aprenderem a perguntar.
Saber é perguntar e conhecer respostas.
·
Como preparar os alunos para a
vida real?
o A escola acredita que ao ensinar
a cultura acumulada pela humanidade, conseguirá desenvolver nos alunos o que
neles há de melhor.
o A escola cria indivíduos à imagem
e semelhança dos valores sociais dominantes.
o A família ficou apenas com a
formação moral de seus filhos, a escola vem substituindo as famílias na
orientação para a vida sexual, profissional, social.
o As regras e normas não podem ser
ensinadas como verdades absolutas, mas como “acordos sociais” para melhorar
nossas relações.
o As rotinas escolares, as
atividades e os conteúdos apresentados estão distantes da vida cotidiana dos
alunos, que não vêem na escola qualquer utilidade para seu desenvolvimento.
o Apenas o discurso da sociedade e
a exigência do diploma na hora de obter um emprego melhor lhes dão a certeza de
que é preciso insistir.
o A vida escolar deve estar articulada
com a vida social, é preciso injetar realidade na escola.
o Ignorar as diferenças é trabalhar
para aprofundá-las.
o Valores básicos na sociedade
capitalista como liberdade individual, autonomia, criatividade e capacidade
de tomar decisões exigirão da escola uma abertura em seu conservadorismo e
autoritarismo.
o Nem todos os conhecimentos
escolares têm aplicação imediata, são úteis porque desenvolvem a
possibilidade de reflexão e aumentam nossa compreensão sobre a realidade que
nos cerca, que deve ser a finalidade principal da escola.
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OBS: Ver
textos da apostila Pitágoras páginas: 48 e 49.
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