Aulas 1/2. A crítica à moral: Friedrich Nietzsche (Alemanha,
1844 – 1900)
·
Filho de pastor protestante e professor de filologia
clássica (estudo das origens culturais das palavras e das formas
literárias) na Universidade da Basileia na Suíça.
· Profundo estudioso dos antigos gregos, tinha verdadeira admiração pela cultura clássica.
· Influências teóricas de A. Schopenhauer (ateísmo e pessimismo com a miséria humana) e do músico Richard Wagner (expressão musical das tragédias gregas).
· Nietzsche viveu intensamente a filosofia, para ele o filósofo deveria ser um artista e um médico, sua investigação é subjetiva e autobiográfica.
· “Todos os grandes problemas exigem um grande amor e só espíritos rigorosos, claros e seguros são capazes de tal, pois os grandes problemas não se deixam apreender pelos débeis e pelos seres com sangue de rã.” (A Gaia ciência, § 345).
· Profundo estudioso dos antigos gregos, tinha verdadeira admiração pela cultura clássica.
· Influências teóricas de A. Schopenhauer (ateísmo e pessimismo com a miséria humana) e do músico Richard Wagner (expressão musical das tragédias gregas).
· Nietzsche viveu intensamente a filosofia, para ele o filósofo deveria ser um artista e um médico, sua investigação é subjetiva e autobiográfica.
· “Todos os grandes problemas exigem um grande amor e só espíritos rigorosos, claros e seguros são capazes de tal, pois os grandes problemas não se deixam apreender pelos débeis e pelos seres com sangue de rã.” (A Gaia ciência, § 345).
Principais ideias:
·
A tragédia grega é o ápice da perfeição artística,
mas começou sua decadência com o advento do Racionalismo.
· O homem é o criador dos valores, mas esquece de sua própria criação e vê neles algo de transcendente, de eterno e verdadeiro, quando os valores não são mais do que algo humano, demasiado humano.
· O cristianismo, a metafísica e o racionalismo são a manifestação da decadência humana, isto é, da fraqueza e da negação da vida.
· A vida é dor, luta, destruição, crueldade, incerteza, erro. É a própria irracionalidade, não tem ordem nem finalidade, o acaso a domina. Podemos ter diante da vida uma atitude de renúncia (fuga, ascetismo cristão) ou de aceitação (exaltação, superação do homem).
· Todos os valores fundados na renúncia e na diminuição da vida, todas as chamadas virtudes que tendem a mortificar a energia vital e a destroçar e empobrecer a esperança e a vida, degradam o homem e são indignas dele.
· É realmente virtude toda paixão que diz sim à vida e ao mundo. (Vontade de poder).
· Nietzsche opera uma inversão de valores, o que sempre foi considerado um bem é na verdade um mal e vice-versa.
· O homem é o criador dos valores, mas esquece de sua própria criação e vê neles algo de transcendente, de eterno e verdadeiro, quando os valores não são mais do que algo humano, demasiado humano.
· O cristianismo, a metafísica e o racionalismo são a manifestação da decadência humana, isto é, da fraqueza e da negação da vida.
· A vida é dor, luta, destruição, crueldade, incerteza, erro. É a própria irracionalidade, não tem ordem nem finalidade, o acaso a domina. Podemos ter diante da vida uma atitude de renúncia (fuga, ascetismo cristão) ou de aceitação (exaltação, superação do homem).
· Todos os valores fundados na renúncia e na diminuição da vida, todas as chamadas virtudes que tendem a mortificar a energia vital e a destroçar e empobrecer a esperança e a vida, degradam o homem e são indignas dele.
· É realmente virtude toda paixão que diz sim à vida e ao mundo. (Vontade de poder).
· Nietzsche opera uma inversão de valores, o que sempre foi considerado um bem é na verdade um mal e vice-versa.
Tábua de valores
|
ESCRAVOS
|
SENHORES
|
MISÉRIA
|
RIQUEZA
|
DOR
|
PRAZER
|
FRAQUEZA
|
FORÇA
|
DEVER
|
LIBERDADE
|
TRANSCENDÊNCIA
|
IMANÊNCIA
|
HUMILDADE
|
ARROGÂNCIA
|
MORTE
|
VIDA
|
BEM x MAL
|
·
Para Nietzsche, a moral
dos fracos foi inventada para controlar e dominar os fortes, eles invejam
os fortes e como não conseguem ter e fazer o mesmo, procuram pela renúncia à
vida e pelo sofrimento voluntário alcançar a felicidade em uma vida futura,
eterna, após a morte.
Aulas 3/4.
O Surrealismo
- O Surrealismo foi um movimento artístico e literário nascido em Paris na década de 1920, inserido no contexto das vanguardas que viriam definir o modernismo no período entre as duas guerras mundiais.
- Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (Áustria, 1856-1939), o Surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Um de seus objetivos foi produzir uma arte que, segundo o movimento, estava sendo destruída pelo Racionalismo.
- O poeta e crítico francês André Breton (1896-1966) foi o principal líder e mentor deste movimento.
- Outros representantes: A. Artaud, Luís Buñuel, Salvador Dali, René Magritte, Pablo Picasso, Juan Miró, Max Ernst.
- Características – Combinação do representativo, do abstrato, do irreal e do inconsciente. Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, procurando expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos.
- Os Surrealistas rejeitavam a chamada ditadura da razão e os valores burgueses como pátria, família, religião, trabalho e honra. Para eles, a imaginação é mais importante do que a razão.
- A partir da leitura de Freud, os surrealistas mergulharam na ideia de que a verdade estava nos sonhos, uma forma de linguagem que nos abre o acesso ao inconsciente, onde estão guardados os pensamentos e desejos mais profundos do homem. É nessas manifestações do inconsciente, nessa ligação entre o real e o imaginário, que o artista surrealista vai buscar sua inspiração.
- Humor, sonhos e a contra lógica (Irracionalidade) são recursos a serem utilizados para libertar o homem da existência utilitária. As ideias de bom gosto e decoro devem ser subvertidas.
- Mais do que um movimento
estético, o Surrealismo é uma maneira de enxergar o mundo, uma
vanguarda artística que transcende a arte. Busca restaurar os poderes
da Imaginação, castrados pelos limites do utilitarismo de uma sociedade
burguesa e superar a contradição entre objetividade e subjetividade,
tentando consagrar uma poética da alucinação, de ampliação da consciência.
Aula 5. A
crítica ao mecanicismo, ao antropocentrismo e ao evolucionismo.
- O Mecanicismo foi uma forma de pensar que acreditava que o Universo se comporta como uma grande máquina cujas causas podem ser conhecidas e compreendidas, sendo inteiramente previsíveis.
- Para o mecanicismo, a máquina do mundo é uma estrutura grandiosa, e o conhecimento científico é aquele que pode ser medido, quantificado e decomposto em partes mais simples, como se fossem pequenas peças de um relógio.
- A concepção de mundo e de homem contemporâneo estrutura-se a partir de um processo de questionamento e desconstrução do triunfo da razão.
- A partir do século XIX, o Antropocentrismo,
sustentado na razão humana, foi seriamente abalado pelas novas descobertas
da ciência:
o A teoria heliocêntrica de
Copérnico e Galileu.
o A teoria da evolução das espécies
de Charles Darwin.
o A teoria materialista da história
de Karl Marx.
o Os questionamentos de Nietzsche e
Freud.
·
A grande
questão para se estabelecer uma relação entre a moral e a teoria da evolução,
é, em primeiro lugar, a constatação do homem como uma espécie como outra
qualquer.
·
A
consequência da questão evolucionista é que a ideia de homem como um ser que se
liberta dos instintos e evolui para uma racionalidade e civilização não se
sustenta, uma vez que a cultura não é capaz de romper totalmente com sua base
biológica.
Aula 6. A
crítica da ciência: Popper, Kuhn e a razão instrumental.
- O avanço tecnológico do século XX fez a ciência deslumbrar muitas pessoas, porém ao mesmo tempo em que obtinha avanços incríveis, também produzia muitos problemas.
- Duas visões de ciência se destacaram neste século:
- Karl Popper (Áustria, 1902-1994) – A ciência era conhecida como uma atividade estritamente indutiva, pois avança a partir de observações, experiências, hipóteses e generalizações. Popper questiona essa posição, dizendo que as referências indutivas não conferem uma necessidade lógica à teoria, propõe a Teoria da Falseabilidade, segundo a qual uma teoria só pode ser considerada verdadeira até que ela seja refutável ou falseável.
- Thomas Kuhn (E.U.A., 1922-1996) – Com sua obra: “A estrutura das revoluções científicas” (1962) ele propõe que as grandes revoluções científicas ocorriam por uma evolução de paradigmas (modelos). As mudanças ocorrem quando um paradigma não consegue mais dar respostas satisfatórias, ficando saturado; a busca por novas respostas levam à substituição por novos paradigmas.
- Os grandes paradigmas da ciência moderna segundo T. Kuhn – Aristóteles/Ptolomeu, Copérnico/Galileu, Isaac Newton e Albert Einstein.
- A razão instrumental – A racionalidade
instrumental surge quando o sujeito do conhecimento toma a decisão de que conhecer
é dominar e controlar a natureza e os seres humanos. Ao contrário, a
razão crítica questiona os limites e a validade da razão humana.
Aula 7. O Existencialismo.
- Corrente filosófica surgida na Europa durante a segunda guerra mundial, tem por objetivo estudar a existência humana, o modo de ser do homem no mundo, questionar o valor da vida e da dignidade.
- Nomes:
- S. Kierkegaard (Dinamarca,
1813 – 1855): “O conceito de angústia.”
- M. Heidegger (Alemanha,
1889 – 1976): “Ser e tempo”.
- M.
Merleau-Ponty
(França, 1908 – 1961): “Fenomenologia da percepção”.
- J. Paul Sartre (França, 1905 – 1980): “O ser e o nada”.
- Principais
ideias:
- O ser humano é
finito, a morte é inevitável.
- A vida humana é
sempre problemática. (incerteza quanto às possibilidades).
- Realce aos
aspectos negativos e destrutivos das possibilidades existenciais dos
homens no mundo. (morte, doença, sofrimento, fracasso, loucura,…)
- O Existencialismo é uma filosofia da ação, os homens agem e dão significados à suas vidas.
- Jean-Paul Sartre ( França, 1905 – 1980)
- Destaca a necessidade do ser humano de buscar um sentido para a própria existência, o ser humano não consegue conviver em paz com o fato de sua vida não fazer sentido.
- Nas coisas, a essência (ideia que explica) precede a existência. (ideia que explica). Qualquer objeto ou serviço produzido pelo homem foi primeiro planejado, existiu como uma ideia.
- Nas pessoas a existência precede a essência. ( os homens existem, estão aí, para depois construírem sua essência, seu projeto existencial). O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo.
- O ser humano
está condenado a ser livre. ( o exercício da liberdade gera uma angústia
da existência, devido a responsabilidade das pessoas sobre a própria vida,
e a incapacidade de escolher certo dentre as várias possibilidades). Como
garantir que nossas escolhas sejam as melhores possíveis?
Aulas 8/10. Filosofar é
preciso.
- Tema 1: Na balada do nada.
- Quando você
entra numa balada tudo vira outra coisa. Nada do que vale lá fora
continua valendo, é um mundo à parte.
- A ordem do
poder atual exige celebração contínua, ligada à afirmação do indivíduo
pela realização do próprio prazer.
- O culto ao
corpo, a vontade de consumo e a fuga do real são práticas comuns na época
contemporânea.
- As sociedades
modernas fundam-se no individualismo, com base na liberdade e na
autonomia do sujeito.
- Como
consequência, as pessoas perdem o sentimento do todo, surgindo a solidão
e o desamparo.
- Tudo se mostra
relativo e provisório, evidenciando a urgência de viver intensamente o
aqui e o agora, sem preocupar-se com o outro.
- É a velha
batalha entre o princípio da realidade e o princípio do prazer.
- Tema 2: O ócio, tempo livre para pensar e criar.
- O ócio puro,
depois de pouco tempo, aborrece; já o ócio criativo faz a síntese
do trabalho, do estudo e da diversão.
- O ócio criativo
é uma arte que se aprende e se aperfeiçoa com o tempo e com o exercício.
- É necessário
aprender que o trabalho não é tudo na vida e que existem outros grandes
valores: o estudo, a diversão, o sexo, a família, a religião.
- À medida que o
homem passou a viver para trabalhar, houve uma imensa queda da capacidade
criativa, tirando a liberdade e o prazer de fazer as coisas.
- O ócio
atualmente é visto com maus olhos, mas esquece-se, porém, como o ócio foi
e é essencial à Literatura e à Filosofia.
- Em um mundo em
que ninguém seja obrigado a trabalhar mais do que quatro horas por dia,
todas as pessoas que possuíssem curiosidade científica, artística, seriam
capazes de satisfazê-las. Haveria felicidade e não fadiga e stress.
- Foi a classe ociosa
que cultivou as artes, as ciências, escreveu livros, elaborou filosofias.
Sem a classe ociosa a humanidade ainda seria primitiva.
- Tema 3: Quando a vida imita a arte.
- Pluralidade cultural é um conceito
que expressa um acúmulo de experiências humanas que é patrimônio de toda
a sociedade.
- Cultura popular pode ser
entendida como a produção cultural do povo, através de tradições e
costumes.
- A indústria
cultural é uma cultura produzida por especialistas com o objetivo de
vender algo, formando a “sociedade de consumo”, manipulada pelo
marketing.
- O estímulo ao
desejo de posse alimenta a dominação por meio da constante
renovação na técnica e na ciência controladas pela indústria cultural.
- Segundo Guy
Debord (França, 1931-1994), vivemos numa “sociedade do espetáculo”,
que não se restringe às imagens, mas a uma relação social mediada pelas
imagens.
- O “espetáculo”
é o sonho da sociedade, que encontra nele sua vontade de fugir da
realidade e se entregar à ilusão, a mercadoria torna-se um fetiche
e o dinheiro comanda suas decisões e vontades.
- A alienação
social alcançou seu auge, o “espetáculo” é uma verdadeira religião,
determinando uma realidade virtual que substitui a realidade de
fato.
- O espectador
perde sua identidade, pois tudo que usa, sente e age são imitações
do que aparece na mídia, ele absorve tudo sem questionar, pois não
reconhece sua alienação.
- Tema 4: A banalidade do mal e a urgência da educação.
- Atualmente estamos
todos “anestesiados” pela violência, perdemos a capacidade de nos chocar
e nos surpreender por ela.
- Convivemos
rotineiramente com a violência como se ela fosse uma coisa natural.
Torturas, crimes hediondos, maus tratos são cenas comuns nos jornais.
- A filósofa
alemã Hannah Arendt definiu que o mal pode ser banalizado,
ou seja, a execução da maldade contra outro ser humano seja naturalizada,
realizada de forma mecânica e sem nenhum constrangimento.
- A banalidade do
mal é uma típica característica de uma cultura carente de pensamento
crítico e da análise das consequências de seus atos.
- A ausência de
pensamento torna as pessoas incapazes de fazer juízos morais, isso
permite que muitos homens comuns cometam atos cruéis.
- Atos de maldade
parecem satisfazer desejos e instintos considerados naturais.
- Segundo Arendt,
uma educação que não estimule a criatividade e a capacidade de reflexão
pode provocar a naturalização dos instintos malignos.
- Tema 5: Reinventando a democracia.
- Será que a democracia
é realmente a melhor forma de governo que existe? Será possível
aperfeiçoar esse sistema? Quais os pontos positivos e os negativos?
- Para entender a
ideia de democracia, alguns conceitos são necessários:
- Legalidade – A existência
de leis impostas, o respeito às leis é o respeito ao direito.
- Legitimidade – Quando há um
consenso sobre as leis, um poder legítimo é um poder reconhecido e
respeitado por todos.
- Autoridade – É quando um
poder se exerce de forma legítima, reconhece-se a autoridade.
- Questionamento:
Tudo que é da lei ( legal) é justo e legítimo?
- Vivemos hoje
uma crise de autoridade, não reconhecemos a legitimidade de nossas
lideranças políticas.
- O filósofo
italiano Norberto Bobbio propõe um diálogo franco entre o
Liberalismo e o Socialismo, gerando o que ele denomina de Socialismo
Liberal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário