Aula 1.
Os direitos civis, políticos e sociais.
- Em uma sociedade organizada
aonde a cidadania é praticada, todos têm direitos, deveres e meios de
participação, podemos distinguir três grandes tipos de direitos:
o Direito civil – Estabelece as condições legais
que regem as relações sociais, refere-se à pessoa, à família, aos bens e à sua
forma de aquisição, aos contratos. Exemplos: Liberdade de ir e vir, liberdade
de expressão, direito de defesa, ...
o Direito político – Ligado à participação popular
no exercício do poder político. Exemplos: Votar nas eleições, filiar-se a um
partido, acompanhar o trabalho dos candidatos eleitos.
o Direito social – Refere-se às condições necessárias para manter a qualidade de vida
dos cidadãos.
o Direitos sociais garantidos pela
constituição brasileira: a
educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a
assistência aos desamparados.
·
Os
direitos civis, sociais e políticos foram conquistados ao longo de séculos,
sendo a maioria deles conquistada no século XX por meio da pressão
de movimentos
sociais e de
trabalhadores.
·
No
Brasil, o Estado teve um papel fundamental na garantia desses direitos, muitos
deles cedidos pela “bondade” dos governantes colocando a população na
dependência dos líderes políticos.
Aula 2.
Marx, Weber e a cidadania.
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Segundo
Marx, a cidadania é parte integrante da emancipação política, pois a
política é, em sua essência, uma forma de opressão.
·
A chamada
sociedade civil tem suas raízes nas relações econômicas, no ato de
compra e venda da força de trabalho pelos proletários, sendo que este ato
puramente econômico produz necessariamente a desigualdade social.
·
A
produção de desigualdade social é uma tendência crescente no sistema
capitalista, a vida sob o domínio do capital se torna alienada, manipulada, os
que têm capitais controlam os que não têm.
·
Marx
prega a eliminação completa do capital em todas as suas categorias, só
assim se consegue a emancipação humana, numa sociedade assim, nem é preciso
cidadania, pois todos seriam iguais em direitos e deveres.
·
Max Weber defendeu
que a origem das cidades modernas da Europa se deu a partir de um movimento de
cidadãos, profissionais que se reuniam em guildas, corporações, associações e
ligas comerciais.
·
Esses
novos grupos econômicos se sublevaram contra o poder da nobreza de sangue,
lutando de forma unitária para tomas o poder, garantindo a união e a coesão
social.
·
Para
Weber, a luta da burguesia pelo poder acabou por garantir a expansão de alguns
direitos civis, políticos e sociais.
·
A
cidadania para Weber é o conjunto de ações sociais resultantes da luta pelo
poder, a oposição com a nobreza e o clero fez valer a ideia de universalização
dos direitos humanos.
Aula 3.
Juventude e participação política.
·
A cidadania
é determinada pela participação política, social e econômica das pessoas de uma
comunidade.
·
A
participação política se dá através de voto, militância partidária e sindical,
participação em manifestações e de várias outras formas.
·
Existem
duas grandes dimensões de participação política:
o O poder de escolha diante de
eleições, plebiscitos e referendos.
o O controle social do Estado,
fiscalizando a atuação das pessoas eleitas.
·
Quando se
fala da participação dos jovens na política brasileira, costuma-se questionar
usando um já conhecido argumento: As gerações anteriores, que vivenciaram a
luta contra a ditadura eram muito mais politizadas e revolucionárias que a
atual geração. Esta ideia se transformou num verdadeiro estigma.
·
Hoje, as
formas de participação e de atuação se multiplicaram , vão além das formas
tradicionais como o movimento estudantil e a política partidária. Essas
mudanças transformaram as possibilidades de praticar a cidadania, logo não
podemos acusar a atual geração de apática, pois muitos participam de outra
forma.
·
Os jovens
têm capacidade e energia suficientes para assumir ou para mudar os valores e as
práticas em constante construção da configuração social.
Aula 4.
Cidadania digital e as redes sociais.
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A cidadania
digital é a capacidade para participar das várias esferas sociais através
do universo virtual, estando on-line, conectado com tudo o que acontece.
·
A
utilização da internet trouxe benefícios significativos para a participação
democrática. Nesse sentido, os cidadãos digitais são aqueles que utilizam a
rede em busca de informações políticas. São aqueles que fazem parte de uma
sociedade verdadeiramente global
·
Uma das
principais características dessa sociedade digital é a desterritorialização, ou
seja, a cidadania não se restringe a um território, a uma cidade ou a um país,
ela não conhece fronteiras.
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O exercício
cívico atual deixou de estar ligado apenas a questões políticas e
econômicas, passa a girar em torno de questões sociais como a luta contra a
pobreza, a preservação ambiental ou a paz social.
·
Enquanto
os meios de comunicação tradicionais como TV, rádio e jornais são
unidirecionais, as redes sociais são bidirecionais, ou seja, você não é
só o receptor, mas também o emissor de notícias e de informações com um alcance
global e instantâneo.
·
O
processo de organização das manifestações é muito bem articulado pelas redes
sociais, com a internet, as convocações ocorrem de forma imediata e
simultânea para vários grupos sociais.
·
Outra
importante característica presente é a ausência de lideranças, tornando
estes atuais movimentos completamente diferentes de outras épocas.
Aula 5. A
situação das mulheres no mundo e no Brasil.
·
Dados estatísticos da situação da mulher no mundo:(Fonte – ONU/the world’s women
2015)
·
Participação na força de trabalho:
o Homens - 77%
o Mulheres – 50%
·
Participação política feminina:
o No legislativo – 22%
o Chefes de governo – 19
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População mundial:
o Homens – 50,4%
o Mulheres – 49,6%
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Expectativa de vida:
o Homens – 68 anos.
o Mulheres – 72 anos.
|
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Os 19 Países governados por mulheres em dezembro de 2018:
o Europa – Alemanha, Reino Unido,
Croácia, Escócia, Lituânia, Malta, Noruega, Estônia, Islândia, Romênia, Sérvia.
o América – Chile, Peru.
o Ásia – Bangladesh, Nepal e Taiwan.
o África – Namíbia.
o Oceania – Nova Zelândia, Ilhas Marshall.
·
População brasileira:
o Mulheres – 51,4%
o Homens – 48,6%
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Dados estatísticos da violência contra a mulher no Brasil:
·
Número de
homicídios femininos:
o Em 1980 – 1353.
o Em 1990 – 2585.
o Em 2000 – 3743.
o Em 2010 – 4465.
o Em 2013 – 4762 ( em média 13 por dia).
Aula 6.
Mulher: igualdade, diversidade e respeito.
·
No Brasil
houve avanços significativos na área dos direitos das mulheres, principalmente
na Constituição de 1988, porém ainda encontramos a discriminação, seja
ela trabalhista, familiar ou afetiva.
·
Um dos
grandes problemas é que as diferenças naturais, biológicas passam a ser vistas
como desigualdades, tornando as mulheres vulneráveis à exclusão social.
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Essa
exclusão surge nos âmbitos político, econômico e social, tendo desdobramentos
nas áreas da cultura, educação, trabalho, políticas sociais, etnia, identidade
e outras.
·
As
relações entre homens e mulheres, ao longo dos séculos, mantém caráter
excludente e preconceituoso, deixando a mulher em condição de inferioridade.
Até mesmo os ideólogos burgueses do século XVIII destacaram a inclinação
natural das mulheres para o lar e para a educação das crianças.
·
A
educação, seja a informal doméstica ou a instrução escolar, contribui para
manter as bases da exclusão e da violência contra a mulher.
·
É a
partir de detalhes que essa imagem de inferioridade vai sendo
construída: brinquedos infantis (carrinho X boneca), estereótipos (azul X
rosa), piadas, apelidos e ofensas (chamar um garoto de mulherzinha).
·
Dessa
forma, vão sendo atribuídas personalidades padronizadas para homens e mulheres,
gerando a necessidade da existência de um ser frágil, dócil e submisso para
justificar o poder do outro, forte, agressivo e dominador.
·
A cultura
brasileira é historicamente patriarcal e machista, gerando uma situação de
desigualdade difícil de enfrentar.
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É
necessária a desmontagem de um esquema construído numa lógica patriarcal que
dificulta a percepção de mundo, tornando a desigualdade algo “natural”.
·
A
proposta de desconstrução é a de desmontar a lógica das oposições binárias do
pensamento tradicional, evidenciando que estas são construções históricas,
podemos começar com pequenos gestos e atitudes positivas, rejeitando qualquer
rótulo de inferioridade feminina, isto como um primeiro passo rumo à igualdade
de gênero.
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