Aulas 1/2.
Análise de ambientes culturais: a escola.
·
Instituição
social que faz a mediação entre o indivíduo e a sociedade. Com a
educação a criança se humaniza, se socializa, aumentando assim sua autonomia.
·
Evolução da
escola:
Antiguidade – O meio social educa, aprende-se fazendo.
Idade média – Escola para as elites, religião e poder.
Idade moderna – Ainda elitistas, porém mais técnicas.
Revolução industrial – Universalização do ensino, preparo para o trabalho.
Atualmente - Preparação visando suprir as necessidades sociais.
Idade média – Escola para as elites, religião e poder.
Idade moderna – Ainda elitistas, porém mais técnicas.
Revolução industrial – Universalização do ensino, preparo para o trabalho.
Atualmente - Preparação visando suprir as necessidades sociais.
·
Principais problemas:
·
O abismo entre a escola e o meio
social.
o Ao buscar a proteção das crianças
e dos jovens contra os perigos sociais, a escola substitui a realidade social
por uma realidade escolar fechada, criando um distanciamento do
cotidiano.
o Com este modelo, a escola forma
uma pessoa passiva perante o seu meio social, que não sabe aplicar
os conhecimentos aprendidos para entender e atuar no mundo.
·
A discutível utilidade do saber
escolar.
o Segundo as teorias pedagógicas, o
lugar social que o indivíduo ocupará na sociedade depende do grau de
cultura que adquirir, atestando o saber através de diplomas, que se
tornam passaportes para a vida social.
o O grau de cultura adquirido pela
pessoa depende do lugar social ocupado por sua família, depende de sua classe
sócio-econômica.
o Em muitos casos há um problema
metodológico significativo: algumas escolas ensinam as respostas sem que se
tenha feito perguntas, não há o estímulo para os alunos aprenderem a perguntar.
Saber é perguntar e conhecer respostas.
·
Como preparar os alunos para a
vida real?
o A escola acredita que ao ensinar
a cultura acumulada pela humanidade, conseguirá desenvolver nos alunos o que
neles há de melhor.
o A escola cria indivíduos à imagem
e semelhança dos valores sociais dominantes.
o A família ficou apenas com a
formação moral de seus filhos, a escola vem substituindo as famílias na
orientação para a vida sexual, profissional, social.
o As regras e normas não podem ser
ensinadas como verdades absolutas, mas como “acordos sociais” para melhorar
nossas relações.
o As rotinas escolares, as
atividades e os conteúdos apresentados estão distantes da vida cotidiana dos
alunos, que não veem na escola qualquer utilidade para seu desenvolvimento.
o Apenas o discurso da sociedade e
a exigência do diploma na hora de obter um emprego melhor lhes dão a certeza de
que é preciso insistir.
o A vida escolar deve estar articulada
com a vida social, é preciso injetar realidade na escola.
o Ignorar as diferenças é trabalhar
para aprofundá-las.
o Valores básicos na sociedade
capitalista como liberdade individual, autonomia, criatividade e capacidade
de tomar decisões exigirão da escola uma abertura em seu conservadorismo e
autoritarismo.
o Nem todos os conhecimentos
escolares têm aplicação imediata, são úteis porque desenvolvem a
possibilidade de reflexão e aumentam nossa compreensão sobre a realidade que
nos cerca, que deve ser a finalidade principal da escola.
·
OBS: Ver
textos da apostila Pitágoras páginas: 48 e 49.
Aula 3.
Os diversos tipos de trabalho.
·
As
relações de trabalho se transformaram radicalmente ao longo da história da
humanidade, com formas variadas.
o Trabalho Escravo – Caracteriza-se pelo escravo
ser propriedade de outra pessoa e dela depender totalmente, a sua existência
depende do seu dono, cabia ao dono dar-lhe alimento, moradia e segurança em
troca de trabalho e de fidelidade.
o Trabalho servil – O feudo era uma porção de
terra que pertencia a senhores feudais e nesse espaço viviam os servos, que em
troca de segurança, trabalhavam nas terras dando parte do que produziam para
seus senhores. Servos não eram escravos, mas também não eram livres.
o Trabalho assalariado – Com a revolução industrial, o
trabalhador não trabalha mais para ele mesmo, mas para outra pessoa, ele vende
seu tempo e sua força para o dono da fábrica, que lhe paga um salário.
o Trabalho virtual – Com a globalização cada vez
maior através dos avanços tecnológicos, em especial a internet, criou-se um
novo campo de trabalho, baseado na obtenção e difusão rápida de
informações.
·
A virtualização
do trabalho é uma realidade no cotidiano das pessoas e das empresas. Com o
advento da internet, o tempo se separou do espaço devido à velocidade de
trânsito no mundo virtual, em segundos é possível acessar informações de
qualquer parte do mundo. Chamamos este ambiente virtual de ciberespaço.
·
Características do trabalho virtual -
o Não se prende a nenhum
território.
o Pode ser executado a qualquer
horário.
o Aumento do controle de
produtividade.
o Acesso imediato à informações e
pesquisas profissionais.
·
Vantagens do trabalho virtual -
o Diminuição de custos da empresa
com infraestrutura.
o Maior mobilidade funcional com
maior alcance da clientela.
o Aumento da motivação e da
produtividade.
o Flexibilização dos horários de
trabalho.
·
Desvantagens do trabalho virtual -
o Comodismo, exigindo muita autodisciplina.
o Duvidosa eficiência dos
mecanismos de controle.
o Pode prejudicar a interação
social.
o Maior volume de gastos com a
segurança virtual.
Aula 4. O
trabalho segundo Marx, Durkheim e Weber.
·
O
trabalho segundo Karl Marx (Alemanha, 1818-1883):
o Para Marx, é por meio do trabalho
que o homem põe em movimento as forças naturais de seu corpo e de sua mente a
fim de apropriar-se dos recursos da natureza, imprimindo-lhes forma útil à vida
humana.
o O trabalho é a única forma válida
de obter riqueza,
o No capitalismo, a força de
trabalho é uma mercadoria, o trabalhador vende sua força de trabalho para o
burguês.
o A divisão do trabalho determina
também as relações sociais dos indivíduos, criando desigualdades.
·
O
trabalho segundo Émile Durkheim (França, 1858-1917):
o Para Durkheim, a divisão do
trabalho gera um novo tipo de solidariedade, não mais baseado na
semelhança entre os componentes, na chamada Solidariedade mecânica.
o O encontro de interesses
profissionais gera um novo tipo de laço social, a chamada Solidariedade
orgânica.
o Esse tipo de solidariedade é
típico das sociedades modernas e urbanas, com uma coesão social mais complexa.
·
O
trabalho segundo Max Weber (Alemanha, 1864-1920):
o Para Weber, a sociedade
capitalista é uma sociedade do trabalho determinada pela acumulação de capital.
o A ética protestante é uma
categoria fundamental para a compreensão do trabalho.
o O protestantismo proporcionou a
formação de uma nova mentalidade, um conjunto de valores e hábitos que criaram
um ambiente favorável à expansão do capitalismo.
o O trabalho é o meio mais
eficiente para se atingir a graça divina, pois é na atividade que usamos os
dons que recebemos, aumentando assim a glória de Deus.
Aula 5. O
sistema econômico: desenvolvimento ou superação?
·
Primeira questão: O fim do trabalho manual.
·
A ideia
de que um dia as máquinas substituirão o trabalho humano vem desde a revolução
industrial, porém esta previsão não se concretizou.
·
Com a
revolução microeletrônica nas décadas de 1960-1970, as ideias apocalípticas do
“fim do trabalho” se renovaram, mas também não ocorreram, afinal, robôs não
compram mercadorias.
·
Se assim
fosse, os E.U.A. e o Japão teriam uma enorme taxa de desemprego, o que não
acontece.
·
É um erro
achar que as inovações técnicas acarretam “impactos sociais”, na verdade a
tecnologia é produto das relações sociais, ela surge como forma de suprir as
necessidades das pessoas.
·
Segunda questão: A virtualização do trabalho.
·
A partir
do advento e da popularização da internet na década de 1990, cria-se um novo
mercado de trabalho, mais dinâmico e inovador, mudando radicalmente a natureza
do trabalho humano.
·
Com
as novas tecnologias, o trabalho físico cede lugar ao trabalho cognitivo
(mental), a virtude chave é a “criatividade intelectual”.
·
A
rede virtual se transforma no espaço e no meio de produção e circulação de bens
e serviços.
·
Mitos sobre o
trabalho virtual:
·
O Trabalho virtual substituirá o trabalho manual – A parcela
imaterial do trabalho é minoritária, sempre vai ser preciso o trabalho manual.
·
O Trabalho virtual transforma as relações trabalhistas – Mesmo virtual, o
trabalho ainda é capitalista, ou seja, é determinado pela exploração da força
de trabalho para aumentar o capital.
·
O Trabalho virtual é criativo e revolucionário – O trabalho ainda é
assalariado, logo ainda existe a manipulação, a manutenção de padrões e a
distorção da criatividade.
Aula 6. O
sentido da autonomia no processo de globalização.
·
A
sociedade moderna, globalizada, impulsionada pela explosão das informações e
intensificação das comunicações a nível mundial contempla a cultura
pluralista e ao mesmo tempo o fortalecimento da sociedade de consumo.
·
O capitalismo
tem suas bases na atuação da mídia, no tecnopoder e na cultura da
informatização.
·
As esferas sociais são autônomas, não se determinam,
embora estejam relacionadas, por exemplo: o sistema econômico, o sistema
político, a religião, a produção cultural e as interações sociais, estas
esferas mantêm relações sem perder suas características próprias.
·
Até
as décadas de 1960 o trabalhador era quase que um autômato, seguindo uma linha
de produção, com a terceira revolução industrial, o ritmo de inovação tem sido muito
rápido, o que exige do trabalhador uma nova postura e novas habilidades.
·
Habilidade
e competência da mão de obra requerem como qualidades: polivalência,
formação técnica, capacidade de análise, interpretação e correção,
criatividade, tomada de decisão e boa comunicação.
·
Os
trabalhadores devem ser autônomos para atender uma demanda que exige o
diferente, para aprender, criar nova técnicas e resolver problemas.
·
Pessoa
sem qualificação, sem informação, com falta de visão crítica e com pobreza
cultural estarão excluídas do mercado de trabalho e à margem da sociedade
globalizada.
·
O
grande desafio da formação educacional e técnica deve ser garantir a
qualificação em termos de capacidade de gestão, participação, decisão e
inovação.
Aula 7.
Estratificação da sociedade e desigualdade.
·
Somente se pode compreender o conjunto da sociedade
ou de uma organização compreendendo-se a relação dos elementos entre si
e o modo como eles se arranjam na sociedade.
·
A estrutura social de qualquer sociedade contém direitos
e deveres recíprocos, ou seja, aceitos e válidos para todos.
·
A estratificação social nada mais é do que a
divisão de uma sociedade em classes, existem três tipos básicos de
estratificação:
o
Estratificação econômica – Divisão entre ricos,
classe média e pobres.
o
Estratificação política – Divisão entre os que têm
e os que não têm poder.
o
Estratificação profissional – Divisão entre as
profissões por grau de importância.
·
A estratificação é fruto das desigualdades sociais, se
todos fossem iguais não haveria a divisão social hierarquizada, ou seja, não
haveria divisão entre “melhores” e “piores”.
·
Segundo Karl Marx, as relações sociais
dependem de quem controla os modos básicos de produção econômica, como as
terras ou as fábricas. A divisão em classes sociais depende do lugar que cada
um ocupa no sistema de produção.
·
Max Weber
distingue três tipos de estratificação: econômica, política e a divisão do
status social, ou seja, o modo de vida das pessoas define sua classe social.
·
Para haver desigualdade, deve-se haver
diferenças; porém não é por que existem diferenças que deve existir a
desigualdade. Essa desigualdade se expressa principalmente pelas diferenças de
oportunidades.
·
As diferenças são válidas, mas as
desigualdades não são aceitáveis.
Aula 8.
Brasil: desigualdade econômica e social.
·
O Brasil é um país onde existe uma desigualdade
social histórica, desde o período colonial, passando pelo império e pelas
várias fases da república, a divisão entre os que têm e os que não têm sempre
foi uma constante na sociedade brasileira.
·
Problemas causados pela desigualdade:
o
Violência e criminalidade.
o
Desemprego e subemprego.
o
Educação, saúde e moradias precárias.
o
Pobreza e fome.
o
Aumento da mortalidade em todos os níveis.
·
No Brasil, existe a chamada “Fome Oculta”,
na qual grupos de pessoas tem falta de nutrientes básicos mesmo comendo todos
os dias.
·
Possíveis causas da desigualdade no
Brasil:
o
Colonização de exploração.
o
Trabalho escravo.
o
Concentração de terras e de renda.
o
Restrição do acesso à educação.
·
Distribuição
de renda no Brasil (Dados do IBGE - 2017).
o
Os 10% mais ricos detém 43,3% da renda nacional.
o
Os 10% mais pobres detém 0,7% da renda nacional.
o
Aproximadamente 52 milhões de brasileiros (24,2% da
pop.) vivem abaixo da linha da pobreza (Vivem com menos de R$12,90 por
dia/ R$387,00 por mês).
·
A desigualdade no mundo é medida pelo Índice de
Gini, que varia entre 0 e 1, sendo que 0 significa a menor desigualdade e 1
a maior.
·
O ranking Gini dos países apresenta a Ucrânia como
o país mais igualitário do mundo com o índice 0,248. O Brasil com 0,562 está
entre os 10 países mais desiguais do planeta.
·
A explicação mais clássica para a origem da
desigualdade social no Brasil está no personalismo e no patrimonialismo,
efeitos de nosso longo período colonial.
·
Existem, porém outras tentativas de explicação,
como a economicista e a racial.
·
Questão crucial: Como, numa sociedade moderna
que valoriza tanto a igualdade, é possível a naturalização das desigualdades?
·
O fenômeno de naturalização das desigualdades faz
parecer à própria vítima do preconceito, que seu fracasso é pessoal, merecido e
justificado.
·
O mercado e o Estado separam as pessoas entre os
que tem conhecimentos críticos e os que só possuem seus corpos para produzir
algo, sendo considerados dispensáveis.
·
Existe na sociedade um julgamento moral sobre o
valor relativo das pessoas e, aqueles que não se incluem no sistema produtivo e
consumidor são consideradas inferiores,
verdadeiros “lixos humanos” sendo dignos de pena e de desprezo.
- OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 107 a 115.
Nenhum comentário:
Postar um comentário