quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Resumos Sociologia 1º médio ETIP 2019 (3º trim)


Aulas 1/2. Análise de ambientes culturais: a escola.

·         Instituição social que faz a mediação entre o indivíduo e a sociedade. Com a educação a criança se humaniza, se socializa, aumentando assim sua autonomia.
 

·         Evolução da escola:     
      Antiguidade – O meio social educa, aprende-se fazendo.
Idade média – Escola para as elites, religião e poder.  
Idade moderna – Ainda elitistas, porém mais técnicas.
Revolução industrial – Universalização do ensino, preparo para o trabalho. 
Atualmente - Preparação visando suprir as necessidades sociais.



·         Principais problemas:

·         O abismo entre a escola e o meio social.

o   Ao buscar a proteção das crianças e dos jovens contra os perigos sociais, a escola substitui a realidade social por uma realidade escolar fechada, criando um distanciamento do cotidiano.
o   Com este modelo, a escola forma uma pessoa passiva perante o seu meio social, que não sabe aplicar os conhecimentos aprendidos para entender e atuar no mundo.

·         A discutível utilidade do saber escolar.

o   Segundo as teorias pedagógicas, o lugar social que o indivíduo ocupará na sociedade depende do grau de cultura que adquirir, atestando o saber através de diplomas, que se tornam passaportes para a vida social.
o   O grau de cultura adquirido pela pessoa depende do lugar social ocupado por sua família, depende de sua classe sócio-econômica.
o   Em muitos casos há um problema metodológico significativo: algumas escolas ensinam as respostas sem que se tenha feito perguntas, não há o estímulo para os alunos aprenderem a perguntar. Saber é perguntar e conhecer respostas.

·         Como preparar os alunos para a vida real?

o   A escola acredita que ao ensinar a cultura acumulada pela humanidade, conseguirá desenvolver nos alunos o que neles há de melhor.
o   A escola cria indivíduos à imagem e semelhança dos valores sociais dominantes.
o   A família ficou apenas com a formação moral de seus filhos, a escola vem substituindo as famílias na orientação para a vida sexual, profissional, social.
o   As regras e normas não podem ser ensinadas como verdades absolutas, mas como “acordos sociais” para melhorar nossas relações.
o   As rotinas escolares, as atividades e os conteúdos apresentados estão distantes da vida cotidiana dos alunos, que não veem na escola qualquer utilidade para seu desenvolvimento.
o   Apenas o discurso da sociedade e a exigência do diploma na hora de obter um emprego melhor lhes dão a certeza de que é preciso insistir.
o   A vida escolar deve estar articulada com a vida social, é preciso injetar realidade na escola.
o   Ignorar as diferenças é trabalhar para aprofundá-las.
o   Valores básicos na sociedade capitalista como liberdade individual, autonomia, criatividade e capacidade de tomar decisões exigirão da escola uma abertura em seu conservadorismo e autoritarismo.
o   Nem todos os conhecimentos escolares têm aplicação imediata, são úteis porque desenvolvem a possibilidade de reflexão e aumentam nossa compreensão sobre a realidade que nos cerca, que deve ser a finalidade principal da escola.

·         OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 48 e 49.

Aula 3. Os diversos tipos de trabalho.

·         As relações de trabalho se transformaram radicalmente ao longo da história da humanidade, com formas variadas.

o   Trabalho Escravo – Caracteriza-se pelo escravo ser propriedade de outra pessoa e dela depender totalmente, a sua existência depende do seu dono, cabia ao dono dar-lhe alimento, moradia e segurança em troca de trabalho e de fidelidade.
o   Trabalho servil – O feudo era uma porção de terra que pertencia a senhores feudais e nesse espaço viviam os servos, que em troca de segurança, trabalhavam nas terras dando parte do que produziam para seus senhores. Servos não eram escravos, mas também não eram livres.
o   Trabalho assalariado – Com a revolução industrial, o trabalhador não trabalha mais para ele mesmo, mas para outra pessoa, ele vende seu tempo e sua força para o dono da fábrica, que lhe paga um salário.
o   Trabalho virtual – Com a globalização cada vez maior através dos avanços tecnológicos, em especial a internet, criou-se um novo campo de trabalho, baseado na obtenção e difusão rápida de informações.           

·         A virtualização do trabalho é uma realidade no cotidiano das pessoas e das empresas. Com o advento da internet, o tempo se separou do espaço devido à velocidade de trânsito no mundo virtual, em segundos é possível acessar informações de qualquer parte do mundo. Chamamos este ambiente virtual de ciberespaço.

·         Características do trabalho virtual -
o   Não se prende a nenhum território.
o   Pode ser executado a qualquer horário.
o   Aumento do controle de produtividade.
o   Acesso imediato à informações e pesquisas profissionais.  

·         Vantagens do trabalho virtual - 
o   Diminuição de custos da empresa com infraestrutura.
o   Maior mobilidade funcional com maior alcance da clientela.
o   Aumento da motivação e da produtividade.
o   Flexibilização dos horários de trabalho.

·         Desvantagens do trabalho virtual - 
o   Comodismo, exigindo muita autodisciplina.
o   Duvidosa eficiência dos mecanismos de controle.
o   Pode prejudicar a interação social.
o   Maior volume de gastos com a segurança virtual.


Aula 4. O trabalho segundo Marx, Durkheim e Weber.

·         O trabalho segundo Karl Marx (Alemanha, 1818-1883):

o   Para Marx, é por meio do trabalho que o homem põe em movimento as forças naturais de seu corpo e de sua mente a fim de apropriar-se dos recursos da natureza, imprimindo-lhes forma útil à vida humana.
o   O trabalho é a única forma válida de obter riqueza,
o   No capitalismo, a força de trabalho é uma mercadoria, o trabalhador vende sua força de trabalho para o burguês.
o   A divisão do trabalho determina também as relações sociais dos indivíduos, criando desigualdades.

·         O trabalho segundo Émile Durkheim (França, 1858-1917):

o   Para Durkheim, a divisão do trabalho gera um novo tipo de solidariedade, não mais baseado na semelhança entre os componentes, na chamada Solidariedade mecânica.
o   O encontro de interesses profissionais gera um novo tipo de laço social, a chamada Solidariedade orgânica. 
o   Esse tipo de solidariedade é típico das sociedades modernas e urbanas, com uma coesão social mais complexa.

·         O trabalho segundo Max Weber (Alemanha, 1864-1920):

o   Para Weber, a sociedade capitalista é uma sociedade do trabalho determinada pela acumulação de capital.
o   A ética protestante é uma categoria fundamental para a compreensão do trabalho.
o   O protestantismo proporcionou a formação de uma nova mentalidade, um conjunto de valores e hábitos que criaram um ambiente favorável à expansão do capitalismo.
o   O trabalho é o meio mais eficiente para se atingir a graça divina, pois é na atividade que usamos os dons que recebemos, aumentando assim a glória de Deus.

Aula 5. O sistema econômico: desenvolvimento ou superação?

·         Primeira questão: O fim do trabalho manual.

·         A ideia de que um dia as máquinas substituirão o trabalho humano vem desde a revolução industrial, porém esta previsão não se concretizou.
·         Com a revolução microeletrônica nas décadas de 1960-1970, as ideias apocalípticas do “fim do trabalho” se renovaram, mas também não ocorreram, afinal, robôs não compram mercadorias.
·         Se assim fosse, os E.U.A. e o Japão teriam uma enorme taxa de desemprego, o que não acontece.
·         É um erro achar que as inovações técnicas acarretam “impactos sociais”, na verdade a tecnologia é produto das relações sociais, ela surge como forma de suprir as necessidades das pessoas.  


·         Segunda questão: A virtualização do trabalho.

·         A partir do advento e da popularização da internet na década de 1990, cria-se um novo mercado de trabalho, mais dinâmico e inovador, mudando radicalmente a natureza do trabalho humano.
·         Com as novas tecnologias, o trabalho físico cede lugar ao trabalho cognitivo (mental), a virtude chave é a “criatividade intelectual”. 
·         A rede virtual se transforma no espaço e no meio de produção e circulação de bens e serviços.  

·         Mitos sobre o trabalho virtual:

·         O Trabalho virtual substituirá o trabalho manual – A parcela imaterial do trabalho é minoritária, sempre vai ser preciso o trabalho manual.

·         O Trabalho virtual transforma as relações trabalhistas – Mesmo virtual, o trabalho ainda é capitalista, ou seja, é determinado pela exploração da força de trabalho para aumentar o capital.

·         O Trabalho virtual é criativo e revolucionário – O trabalho ainda é assalariado, logo ainda existe a manipulação, a manutenção de padrões e a distorção da criatividade.
             
Aula 6. O sentido da autonomia no processo de globalização.

·         A sociedade moderna, globalizada, impulsionada pela explosão das informações e intensificação das comunicações a nível mundial contempla a cultura pluralista e ao mesmo tempo o fortalecimento da sociedade de consumo.

·         O capitalismo tem suas bases na atuação da mídia, no tecnopoder e na cultura da informatização.

·         As esferas sociais são autônomas, não se determinam, embora estejam relacionadas, por exemplo: o sistema econômico, o sistema político, a religião, a produção cultural e as interações sociais, estas esferas mantêm relações sem perder suas características próprias.

·         Até as décadas de 1960 o trabalhador era quase que um autômato, seguindo uma linha de produção, com a terceira revolução industrial, o ritmo de inovação tem sido muito rápido, o que exige do trabalhador uma nova postura e novas habilidades.

·         Habilidade e competência da mão de obra requerem como qualidades: polivalência, formação técnica, capacidade de análise, interpretação e correção, criatividade, tomada de decisão e boa comunicação.

·         Os trabalhadores devem ser autônomos para atender uma demanda que exige o diferente, para aprender, criar nova técnicas e resolver problemas. 

·         Pessoa sem qualificação, sem informação, com falta de visão crítica e com pobreza cultural estarão excluídas do mercado de trabalho e à margem da sociedade globalizada.

·         O grande desafio da formação educacional e técnica deve ser garantir a qualificação em termos de capacidade de gestão, participação, decisão e inovação.

  
Aula 7. Estratificação da sociedade e desigualdade.

·         Somente se pode compreender o conjunto da sociedade ou de uma organização compreendendo-se a relação dos elementos entre si e o modo como eles se arranjam na sociedade.
·         A estrutura social de qualquer sociedade contém direitos e deveres recíprocos, ou seja, aceitos e válidos para todos.
·         A estratificação social nada mais é do que a divisão de uma sociedade em classes, existem três tipos básicos de estratificação:
o   Estratificação econômica – Divisão entre ricos, classe média e pobres.
o   Estratificação política – Divisão entre os que têm e os que não têm poder.
o   Estratificação profissional – Divisão entre as profissões por grau de importância. 

·         A estratificação é fruto das desigualdades sociais, se todos fossem iguais não haveria a divisão social hierarquizada, ou seja, não haveria divisão entre “melhores” e “piores”.
 
·         Segundo Karl Marx, as relações sociais dependem de quem controla os modos básicos de produção econômica, como as terras ou as fábricas. A divisão em classes sociais depende do lugar que cada um ocupa no sistema de produção.

·         Max Weber distingue três tipos de estratificação: econômica, política e a divisão do status social, ou seja, o modo de vida das pessoas define sua classe social.

·         Para haver desigualdade, deve-se haver diferenças; porém não é por que existem diferenças que deve existir a desigualdade. Essa desigualdade se expressa principalmente pelas diferenças de oportunidades.

·         As diferenças são válidas, mas as desigualdades não são aceitáveis.

Aula 8. Brasil: desigualdade econômica e social.

·         O Brasil é um país onde existe uma desigualdade social histórica, desde o período colonial, passando pelo império e pelas várias fases da república, a divisão entre os que têm e os que não têm sempre foi uma constante na sociedade brasileira.

·         Problemas causados pela desigualdade:
o   Violência e criminalidade.
o   Desemprego e subemprego.
o   Educação, saúde e moradias precárias.
o   Pobreza e fome.
o   Aumento da mortalidade em todos os níveis.
·         No Brasil, existe a chamada “Fome Oculta”, na qual grupos de pessoas tem falta de nutrientes básicos mesmo comendo todos os dias.

·         Possíveis causas da desigualdade no Brasil:
o   Colonização de exploração.
o   Trabalho escravo.
o   Concentração de terras e de renda.
o   Restrição do acesso à educação.

·          Distribuição de renda no Brasil (Dados do IBGE - 2017).
o   Os 10% mais ricos detém 43,3% da renda nacional.
o   Os 10% mais pobres detém 0,7% da renda nacional.
o   Aproximadamente 52 milhões de brasileiros (24,2% da pop.) vivem abaixo da linha da pobreza (Vivem com menos de R$12,90 por dia/ R$387,00 por mês).

·         A desigualdade no mundo é medida pelo Índice de Gini, que varia entre 0 e 1, sendo que 0 significa a menor desigualdade e 1 a maior.

·         O ranking Gini dos países apresenta a Ucrânia como o país mais igualitário do mundo com o índice 0,248. O Brasil com 0,562 está entre os 10 países mais desiguais do planeta.

·         A explicação mais clássica para a origem da desigualdade social no Brasil está no personalismo e no patrimonialismo, efeitos de nosso longo período colonial.

·         Existem, porém outras tentativas de explicação, como a economicista e a racial.

·         Questão crucial: Como, numa sociedade moderna que valoriza tanto a igualdade, é possível a naturalização das desigualdades?

·         O fenômeno de naturalização das desigualdades faz parecer à própria vítima do preconceito, que seu fracasso é pessoal, merecido e justificado.

·         O mercado e o Estado separam as pessoas entre os que tem conhecimentos críticos e os que só possuem seus corpos para produzir algo, sendo considerados dispensáveis.

·         Existe na sociedade um julgamento moral sobre o valor relativo das pessoas e, aqueles que não se incluem no sistema produtivo e consumidor  são consideradas inferiores, verdadeiros “lixos humanos” sendo dignos de pena e de desprezo.

  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 107 a 115.             

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