sábado, 26 de março de 2016

Resumo Filosofia 2º médio ETIP (1º trim)

Aula 1. Sócrates de Atenas (470 – 399 a.C.).

  • Filho de um escultor (Sofronisco) e de uma parteira (Fenarete). As ocupações dos pais tiveram influência na sua atividade filosófica.

  • Viveu durante o “Século de Péricles”, idade de ouro de Atenas. Aonde a democracia era o regime político vigente. Com a democracia direta, a função dos oradores na Ágora era fundamental.

  • A principal função da educação grega era preparar o indivíduo para a vida pública, tornando-o um cidadão capaz de discutir sobre as questões da cidade.

  • Os Sofistas eram professores de eloquência, bem remunerados, que se propunham a ensinar aos jovens o uso correto e hábil da palavra, não se importando se o que se falava era ou não verdadeiro, o objetivo era aprender a convencer os outros com suas ideias.

  • Um dos mais importantes sofistas foi Protágoras de Abdera, cujo lema era: “O homem é a medida de todas as coisas.” Ou seja, são os seres humanos que inventam as verdades, logo ela é totalmente relativa, os valores humanos passam a ser meras convenções sociais.

  • Ciência e missão de Sócrates:

    • Xenofonte, um grande amigo de Sócrates fez uma consulta ao Oráculo de Delfos, perguntando: Qual o homem mais sábio de toda a Grécia? A resposta do Oráculo foi: Sócrates é o mais sábio.
    • Ao saber disso, Sócrates estranhou a resposta: como posso ser sábio se tudo o que sei é que nada sei?
    • Decide então investigar os atenienses para compreender a fala do Oráculo, questiona as pessoas que se julgam sábias e com maestria incomum, derruba argumentos e falsas ideias, demonstrando que os outros também não sabiam de nada, pois eles supõem saber algo que não sabem.
    • Com ironia, Sócrates mostra às pessoas que elas ignoram a verdade, isso gera ódios e rancores contra ele. Os jovens da época entusiasmavam-se com esta prática.
    • Sócrates se considerava encarregado da missão de despertar os homens para o conhecimento de si mesmos, sua pesquisa buscava descobrir a essência das virtudes e dos valores morais, buscava a verdade do conhecimento.

  • O método socrático:

    • Sócrates acreditava que a filosofia se faz através do diálogo, ele utilizava um método bem específico de dirigir suas investigações, constava de dois passos:
    • A Ironia – Com o objetivo de eliminar as falsas opiniões, acabando com a ilusão de sabedoria.
    • A Maiêutica – Parto de ideias, construção de novas ideias pelo diálogo.

  • O julgamento de Sócrates:

    • Com o passar dos anos, a atividade socrática passou a incomodar pessoas importantes de Atenas, em 399 a.C. foi levado a julgamento sob a acusação de corromper a juventude e de não acreditar nos deuses que a cidade acreditava.
    • Durante o julgamento, narrado por Platão no texto:  “a defesa de Sócrates”, o filósofo argumenta ao seu modo habitual, mas não consegue convencer a maioria da Assembleia e é condenado por uma margem pequena de votos.
    • Condenado, é convidado a propor sua pena, ao que ele responde ser merecedor de prêmios e não de castigos, pois tornava os atenienses pessoas melhores.
    • Sócrates foi condenado à morte por envenenamento com cicuta, aguardando a execução, ele se recusa a fugir, dizendo ser contra os seus princípios.

Aulas 2/3. Platão de Atenas (428 – 347 a.C.)

  • Discípulo de Sócrates desde os 20 anos.

  • Crítica à democracia ateniense após o julgamento de Sócrates.

  • Escreveu 34 diálogos e 13 cartas, a maioria dos diálogos tem Sócrates como personagem principal.

  • O conhecimento sensível é fonte de erro devido à natureza imperfeita, instável e corruptível da matéria.

  • Os objetos e as ações humanas são limitados, não chegam a contemplar as ideias plenas e perfeitas.

  • Platão divide a realidade em dois níveis:

    1. O mundo sensível  - material, cópia imperfeita
    1.  mundo inteligível  - Ou mundo das ideias, o reino das formas, o ser.

  • Platão utiliza mitos e alegorias para demonstrar suas teorias.

  1. A alegoria da linha dividida:




         


  1. O mito de Er, ou a teoria da reminiscência:

  • Este mito, relatado no livro X da "República", conta a história de Er, um guerreiro que após morrer em batalha obteve permissão para voltar à vida, contando aos vivos o que se passava no além.
  • Segundo ele, as almas passavam por um processo aonde poderiam escolher a vida que teriam na Terra, após a escolha, esta era gravada na alma, tornando-se assim o destino desta alma, após isso era necessário passar pelas águas do rio Lethe, para esquecer a escolha feita.
  • Platão utiliza este mito para explicar nossa passagem pelo mundo das ideias e como não podemos fugir das consequências de nossas escolhas, devemos pois escolher sempre o bem.
  • Como consequência disso, para Platão, conhecer é lembrar-se das ideias plenas e perfeitas que já contemplamos um dia, quando estivemos no mundo das ideias.

  1. O mito da caverna:
·         Um dos mitos mais conhecidos de Platão é o da caverna, segue abaixo um desenho com os elementos básicos do mito.



·         Uma possível interpretação dos elementos:
o   O cativo -  somos nós, o senso comum.
o   As sombras – a realidade física, aparente.
o   O muro e os fantoches – a manipulação da realidade aparente.
o   O fogo – a fonte artificial da realidade aparente.
o   O mundo exterior – a verdadeira realidade, o mundo das ideias.
o   O sol – é a ideia do bem, a fonte da verdade.
o   O liberto – representa o filósofo, aquele que tem a coragem de olhar para outra direção, buscando a verdade e não se deixando guiar pelas sombras.

·         O mito, ou alegoria da caverna representa o difícil caminho rumo ao conhecimento verdadeiro; libertar-se do mundo sensível e contemplar as ideias do mundo inteligível são as difíceis missões do filósofo, encarregado de ensinar essa tarefa aos homens.

Aula 4. Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.) – Vida e obra.

  • Nasce na Macedônia, poderoso reino ao norte da Grécia.
  • Ingressa na Academia platônica aos 17 anos, foi aluno de Platão por 20 anos, um dos mais brilhantes.
  • Morte de Platão em 347 a.C., Aristóteles sai da Academia por discordar dos rumos que a escola estava tomando.
  • Aos 41 anos torna-se preceptor do jovem Alexandre Magno, filho de Felipe II, coroado rei sete anos depois.
  • Em 335 a.C. funda o Liceu em Atenas, o nome é uma homenagem ao deus Apolo.
  • Produziu escritos de Lógica, Metafísica, Ética, Política e de várias outras áreas (economia, poética, física, história, matemática, biologia, psicologia,...)

 
*O caráter sistemático e rigoroso de suas ideias o tornou a grande autoridade filosófica e científica dos medievais, ele era “o filósofo”, o construtor de uma teoria universal e permanente.

Aula 5. Introdução à Lógica clássica.

  • A expressão “é lógico que…” indica para nós e para a pessoa com quem estamos falando que se trata de uma coisa evidente, óbvia, e portanto inquestionável.

  • A Lógica foi criada na Grécia antiga por Aristóteles (384 – 321 a.C.) como um instrumento para verificar a validade dos raciocínios, foi chamada por ele de Filosofia analítica.

  • As principais características da lógica são:
    • Instrumental = É um instrumento para pensar corretamente.
    • Formal = Ocupa-se com a forma do raciocínio e não com o conteúdo.
    • Normativa = Fornece princípios, leis e normas do pensamento verdadeiro.
    • Doutrina da prova = Permite comprovar a veracidade de um raciocínio.
    • Geral e atemporal = É universal e necessária, portanto exata.

  • A Lógica formal tem por objetivo estudar as proposições, que são frases que expressam um juízo, que é o ato de concordar/discordar, afirmar/negar algo. Por exemplo:
    • Susana é professora. ( S é P, onde S = sujeito e P = predicado).
    • Alexandre não é casado. ( S não é P).

  • O elemento básico da lógica de Aristóteles é o Silogismo (raciocínio), que se constitui de:

    • 1ª premissa -        Todo homem é mortal.
    • 2ª premissa -        Sócrates é homem.
    • Conclusão -          Logo, Sócrates é mortal.        

  • Sendo que a conclusão deve, necessariamente decorrer da combinação das duas premissas, que precisam ser evidentes por si mesmas.

Aula 6. A Lógica Aristotélica: Os princípios e o quadrado dos opostos.

  • Os três princípios lógicos fundamentais:

    • Princípio de identidade = Um ser é sempre idêntico a si mesmo.
                                                ( A é A) ou ( A = A).
    • Princípio da não-contradição = É impossível que um ser  seja e não seja idêntico a si mesmo ao mesmo tempo e na mesma relação. (A é A e A não é A = impossível).

    • Princípio do terceiro excluído = Dadas duas proposições com o mesmo sujeito e o mesmo predicado, sendo uma afirmativa e outra negativa, uma delas é necessariamente Verdadeira e a outra necessariamente Falsa, não havendo uma terceira possibilidade. ( A é A ou A não é A)

  • Exemplos:
    • Todos os gatos são animais.                  
    • As aves são animais.                               
    • Logo, todos os gatos são aves.    
(Incorreto, fere o princípio de identidade)      

                * Nenhum professor é bonzinho.
              * Asdrúbal é professor.
              * Logo, alguns professores são bonzinhos. 
             ( Incorreto, fere o princípio da não-contradição)

  • Os lógicos medievais criaram uma figura conhecida como o quadrado dos opostos, que busca sistematizar as relações entre proposições, ou seja, como se relacionam entre si os quatro tipos básicos de proposições








        

OBS: Nos casos das proposições contraditórias, quando uma é verdadeira a outra é sempre falsa, e vice-versa.     

Aula 7. O silogismo científico e a lógica simbólica.

  • Para que um silogismo possa ser considerado válido ou científico deve obedecer quatro regras, conforme elas as premissas devem ser:

    • Verdadeiras – E não apenas possíveis.
    • Primárias – Indemonstráveis, óbvias.
    • Inteligíveis – São evidentes, entendíveis.
    • Causa – Causa necessárias da conclusão.

Exemplos:
1ª premissa – O todo é um conjunto inteiro.
2ª premissa – O conjunto inteiro é formado por partes.
Conclusão – Logo, o todo é maior do que as partes.

1ª premissa – As retas r e p são paralelas.
2ª premissa – As paralelas nunca se tocam.
Conclusão – Logo, as retas r e p nunca se tocam.


  • A matemática possui símbolos próprios, inconfundíveis, universais; a Lógica também deveria ser uma linguagem perfeita, totalmente purificada das ambiguidades da linguagem cotidiana.

  • Segundo o alemão Leibniz e o inglês Hobbes, “o raciocínio é um cálculo”, ou seja, quando raciocinamos, simplesmente somamos, subtraímos, multiplicamos ou dividimos ideias, cabendo à Lógica estabelecer as regras universais desse cálculo.


  • O matemático alemão Gottlob Frége (1848/1925) contruiu uma linguagem simbólica artificial baseada em símbolos e regras gerais.

  • Símbolos:
    • Ʌ =  e.
    • V  =  ou.
    • →  =  se … então, ou implica em…
    • ↔ =  se e somente se…
    • ≈  =  não.
    • Є, Ɇ  =  pertence, não pertence.

Exemplos:  Todo homem é mortal.    ( A  Є  B)
                   Sócrates é homem.         ( X  Є  A).
        Logo, Sócrates é mortal.  (X)  ( X  Є  A)        ( X  Є  B). (Lê-se: para todo X, X pertence a A implica que X pertence a B).

                   Se Deus existe, o mal não existe.
                   Mas, o mal existe.
                   Logo, Deus não existe.
     
                   ( A ≈ B), (mas B)             (logo, ≈ A).

  • A lua é quadrada e a neve é branca.  (A  Ʌ  B).
  • A lua é quadrada ou a neve é branca.  (A  V  B).
  • Se a lua é quadrada então a neve é branca.  ( A          B).
  • A lua é quadrada somente se a neve é branca.  (A        B).
  • A lua não é quadrada.  (≈ A).

Aula 8. O cálculo proposicional.

  • A lógica moderna transforma uma proposição em uma equação entre um sujeito e um predicado.
  • O cálculo proposicional consiste em estabelecer os procedimentos pelos quais podemos determinar a verdade ou a falsidade de uma proposição, de acordo com sua ligação com outras proposições. 











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