sábado, 26 de março de 2016

Resumo Filosofia 3º médio ETIP (1º trim)

Aula 1. Teoria do conhecimento.

         Área da Filosofia que estuda a questão do conhecimento humano, logo, suas principais questões são:

1.    Como ocorre o processo do conhecimento?
2.    Qual o alcance e os limites do conhecimento humano?
3.    Como garantir que um conhecimento é verdadeiro?

  • O processo do conhecimento ocorre na Relação entre Sujeito e Objeto.    

  • FONTES E FORMAS DO CONHECIMENTO =

         SENSAÇÃO (Matéria dos sentidos: imagens, sons, cores,…).
         PERCEPÇÃO (Organiza as sensações e forma representações).
         IMAGINAÇÃO (Estabelece relações entre imagens).
         MEMÓRIA (Permite o acesso às percepções passadas).
         LINGUAGEM ( Forma de expressão das ideias).
         RACIOCÍNIO ( Atos intelectuais ligados, operações mentais).
         INTUIÇÃO ( Compreensão global e instantânea de algo). 
  
  • CONHECIMENTO

 


        SENSÍVEL   ---        Experiência   ---    Aparência     ---    Certeza
        (empírico)
                                                 ≠                             ≠                         ≠
  
        INTELECTUAL  ---    Razão         ---       Essência     ---    Verdade
          (inteligível)
                                                      

Aula 2. Epistemologia moderna.

  • A Epistemologia, que é o desenvolvimento da antiga Teoria do conhecimento, investiga os limites, as possibilidades, as origens e os tipos de conhecimento, porém, seu maior objeto é o conhecimento especializado e metódico que chamamos de Ciência.

  • MÉTODO:
    • Tem origem grega, significa “seguir um caminho”.
    • Constitui o conjunto de procedimentos necessários para orientar determinada atividade ou pesquisa.
    • Exemplos: método dedutivo, método experimental, método indutivista,…

  • TEORIAS CIENTÍFICAS:
  • Com o método, o cientista procura conhecer Leis universais que expliquem certos fenômenos particulares, o encadeamento dessas leis e de fatos faz surgir as Teorias científicas.
  • Como se elabora uma teoria científica:
  • Primeiramente, o cientista seleciona um FATO, visto como um PROBLEMA a ser resolvido. Com a OBSERVAÇÃO dos fatos criam-se HIPÓTESES, que devem guiar as EXPERIÊNCIAS, essas experiências devem comprovar ou não as hipóteses, com resultados positivos, o cientista extrai LEIS necessárias, que ao serem encadeadas formam as TEORIAS científicas.

  • O que é uma teoria científica?
  • É um sistema ordenado e coerente de proposições ou enunciados baseados em um pequeno nº de princípios, cuja finalidade é descrever, explicar e prever do modo mais completo possível um conjunto de fenômenos, oferecendo suas leis necessárias.
  • Podemos citar como exemplos: a teoria da evolução, a teoria do Big bang ou a teoria da relatividade de Einstein.

  • A ciência do século XVII:
  • O desenvolvimento científico do século XVII foi fundamental para a construção da ciência moderna, pois os pressupostos ali colocados serviram de base para tudo o que foi feito a partir daí.

  • Pressupostos:
    • Matematização da natureza – Explicação de eventos naturais através das relações matemáticas existentes.
    • Adoção do método experimental – Não confiar apenas nas teorias, mas fazer experimentos que as comprovem.
    • Pensamento mecanicista – O Universo é considerado uma grande máquina, aonde todos os seus elementos estão conectados.
    • Novos objetivos -  Aa ciência passa a ter como objetivo ampliar o poder dos homens sobre a Natureza.

  • A partir do século XVII há uma mudança radical de postura intelectual, com a adoção dos pressupostos citados, o homem passa a ter poder sobre a Natureza, fabricando novas verdades.

Aula 3. A oposição entre o Racionalismo e o Empirismo.

  • O RACIONALISMO:
  • Doutrina filosófica inaugurada pelo francês René Descartes (1596-1658),  faz do sujeito do conhecimento o  fundamento de toda a verdade.
  • A Razão é a luz natural inata que permite o acesso à verdade.
  • A verdade é uma característica das ideias e não das coisas.
  • A frase considerada símbolo do Racionalismo é o cogito cartesiano: “Penso, logo existo.”   ( a primeira verdade é a minha existência enquanto um ser pensante).

  • AS IDEIAS INATAS:
  • Descartes defende a existência de “ideias inatas”, que por serem puras (livres dos sentidos) só podem existir porque já nascemos com elas.
  • Exemplos: Infinito, tempo, espaço, Deus, relações matemáticas,.. (intuições intelectuais).

  • O EMPIRISMO:
         Doutrina filosófica que encontra o seu auge nos séculos XVII e XVIII na Inglaterra com Francis Bacon, John Locke e David Hume.
         A Razão, a verdade e as ideias são adquiridas por nós através da experiência sensível, antes da experiência, nossa mente é como uma “folha em branco”.

         A ORIGEM DAS IDEIAS:
         As sensações formam a percepção, a associação das percepções formam as ideias.
         Temos o hábito de fazer associações; para Hume  a razão é o hábito de associar ideias.

  • PROBLEMAS:
         Do Racionalismo: Se as ideias são inatas, porque mudam? (A razão muda e prova que certas ideias são falsas.)

         Do Empirismo: Se as ciências são apenas hábitos, não possuem objetividade (verdade?), o conhecimento empírico é uma ilusão. (Impossibilidade do conhecimento objetivo da realidade).

Aula 4. O Criticismo de Immanuel Kant (Alemanha, 1724 – 1804)

  • Nasce e vive a vida inteira em Konigsberg, professor universitário de Lógica e de metafísica, não se casou nem teve filhos, era um homem extremamente metódico, um cérebro que passou a vida investigando o universo espiritual do homem, à procura de seus fundamentos últimos, necessários e universais.

  • Principais obras: Prolegômenos a toda metafísica futura, Fundamentação da metafísica dos costumes, Crítica da razão pura, Crítica da razão prática, A religião dentro dos limites da razão,…

  • Com sua postura crítica Kant faz uma verdadeira Revolução copernicana em filosofia, invertendo o sentido da pesquisa filosófica, o objetivo da filosofia passa a ser investigar a Razão humana, seus limites e possibilidades, buscando responder a questão: Até onde posso ir com a razão sem a experiência sensível? (a razão pura).

  • Algumas de suas principais ideias:

    • Não conhecemos a realidade fora de nossa mente ( a coisa-em-si), só conhecemos os fenômenos, ou seja as coisas para nós. Pois todo conhecimento começa com a sensibilidade, passando pelo “filtro” da razão humana.
    • Tempo e espaço são as formas puras da sensibilidade, ou seja, são ferramentas mentais que existem sem a interferência dos sentidos. A intuição de tempo e espaço se dá a priori, antes da experiência sensível.
    • Existem várias categorias do pensamento: causalidade, contradição, identidade, qualidade, quantidade, finalidade,…
    • Só é possível fazer ciência com “Juízos sintéticos a priori”, ou seja, juízos que acrescentam algo à ideia inicial antes da experiência sensível.

Aula 5. Iluminismo: Luzes e trevas.

  • "A Ilustração ou Iluminismo é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele é o próprio responsável. A menoridade é a incapacidade de fazer uso do seu próprio entendimento sem a condução de outro. 
  • O homem é o próprio culpado dessa menoridade quando sua causa reside não na falta de entendimento, mas na falta de resolução e coragem para usá-lo sem a direção dos outros.
  • Não preciso pensar, se puder pagar, outros assumirão por mim o trabalho penoso. É muito difícil para um indivíduo isolado libertar-se da sua menoridade que, para ele, se tornou quase uma natureza."
Extraído de: KANT,Imannuel. Resposta à pergunta: “O que é ilustração?”


  • Sapere aude! (Ousai saber!): Tenha a coragem de usar seu próprio entendimento!  Este é o lema do Iluminismo.

  • Kant faz um apelo ao exercício autônomo da razão, à liberdade de pensamento ante o medo, a preguiça e a covardia humana, razões pelas quais uma grande parcela da humanidade permanece dependente de seus guardiões.

  • Para Kant, é muito cômodo ser imaturo, não ser crítico, deixar que outros façam isso por você. Dessa forma, ele afirma o uso da razão e da inteligência, o espírito crítico e a autonomia no uso das suas faculdades mentais como o caminho para a emancipação do homem. 

  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 11, 12, 15 e 16.

Aula 6. Kant e a crítica à metafísica.

  • Segundo Kant, temos a necessidade de “despertar do sono dogmático”, mas o que é isso?

  • É tomar como ponto de partida da metafísica a ideia de que existe uma realidade em si que pode ser conhecida pela razão, ou seja, a afirmação de que nossas ideias correspondem exatamente a uma realidade externa, que existe por si mesma.

  • Dogmático é aquele que aceita, sem exame e sem crítica, afirmações sobre as coisas e sobre as ideias. Despertar do sono dogmático é questionar, investigar a estrutura e o poder da razão, buscando seu alcance e seus limites.

  • Questões metafísicas: Existe uma verdade única? Ou múltiplas verdades? Como uma imagem pode suscitar várias interpretações? Quais os critérios para validar um conhecimento como verdadeiro?

  • A metafísica tradicional nos trás mais dúvidas que certezas, desde os antigos gregos e os medievais, passando por Descartes e Hume, a metafísica não conseguiu elucidar as grandes questões da humanidade. Ela é, porém, indispensável a raça humana.

  • A ética de Kant se funda na razão, seu princípio supremo da moralidade é chamado de Imperativo categórico: “Age unicamente segundo a máxima que possa querer que se torne uma lei universal.”, ou seja, para saber se sua ação é correta ou não, basta universalizá-la, o que aconteceria se todo o mundo fizesse igual?   

  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 18, 19, 20 e 21.

Aula 7. Liberalismo: a natureza do poder e do governo.

  • O pensamento liberal parte do princípio da igualdade dos homens como seres livres e de igual capacidade, elegendo o Estado como representante do povo na legitimação da igualdade de oportunidades entre os indivíduos que culminaria, consequentemente, na igualdade de todos perante a lei.

  • O Liberalismo é uma doutrina político-econômica que se refere à organização da vida social de acordo com certos valores fundamentais: a liberdade, os direitos individuais, o pluralismo político e o Estado de Direito.

  • Estado de direito é uma situação jurídica, ou um sistema institucional, no qual cada um é submetido ao respeito do direito, do simples indivíduo até a potência pública. Em outras palavras, o estado de direito é aquele no qual todos os cidadãos inclusive os mandatários políticos (na democracia: os eleitos) são submissos às leis promulgadas.

  • Os filósofos iluministas, criadores do Liberalismo, priorizam a investigação racional de todas as esferas da vida humana: social, política, econômica, religiosa e cultural.

  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 25, 26 e 27.


Aula 8. O Jusnaturalismo  moderno e o contrato social.

  • O Jusnaturalismo é um movimento que se desenvolve a partir do século XVI, com o objetivo de aproximar a lei civil da razão. Ele defende que o direito é natural, imutável, inviolável e universal. É visto como uma lei imposta pela natureza para tudo que existe.

  • Segundo o Jusnaturalismo, uma lei para ser lei deve ser justa. O movimento entende como justo tudo que existe em termos de ideal e do bem comum. O direito natural é a regulamentação necessária das relações humanas, a que se chega através da razão, sendo, pois, independente da vontade de Deus.

  • O fundamento de todo o Direito é a natureza humana, as regras universais devem ser descobertas por meio do estudo da natureza dos homens, em busca de um sistema unitário, completo e universal de direitos e deveres, comuns a todos.

  • Era uma ferramenta de suma importância que tinha a capacidade de impor limites ao Absolutismo Estatal. Também serviu de paradigma para as revoluções liberais, mas por ser considerado abstrato e metafísico, cedeu espaço para o surgimento do positivismo.

  • O Estado civil se estabelece a partir de um Contrato social, aonde as pessoas abrem mão dos direitos do Estado de natureza por meio de um pacto social que representa a vontade do conjunto dos indivíduos, por meio de uma legislação que busque harmonizar a vida coletiva. Essas leis representam a “vontade geral.”

  • Com isso, o Direito natural (à vida, a liberdade e a propriedade) se transforma em Direito civil ou positivo.


  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 29, 30, 31 e 32.

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